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‘Não nego enorme simpatia pelo Governo Dilma’

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O presidente nacional do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, afirma que a legenda tem a meta de eleger 500 gestores municipais no pleito deste ano. Em visita ao Rio Grande do Norte, no último sábado, onde participou das mobilizações dos candidatos do partido e aliados, ele sinalizou com a possibilidade de apoiar, em 2014, a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Gilberto Kassab afirmou que o posicionamento definitivo só será adotado no próximo ano, mas ele admite que tem “enorme simpatia” pela presidenta Dilma. Kassab ganhou notoriedade na política quando estava no DEM, depois de ser eleito vice-prefeito de São Paulo. Ele acabou assumindo a Prefeitura e foi reeleito, depois que José Serra, do PSDB, deixou o cargo para disputar o Governo do Estado. Kasssab também defendeu o nome do vice-governador Robinson Faria para disputar o pleito de 2014. A seguir os principais trechos da entrevista concedida por Gilberto Kassab à reportagem da TRIBUNA DO NORTE:
Kassab: No início da campanha havia a informação de que Serra não iria ficar na prefeitura.
O senhor tem feito diversas campanhas eleitorais fora de São Paulo. É a busca da visibilidade para 2014?

Não há essa preocupação. O que tenho como prioridade ao longo de 2012 é a administração da cidade de São Paulo. Tanto é que ao longo dos seis meses de pré-campanha e campanha defini apenas seis viagens durante o período de sábado, e uma delas foi no Rio Grande do Norte. Eu tenho saído pouco de São Paulo, porque no final de semana tenho feito a campanha do Serra. Passei em Petrolina e agora faço no Rio Grande do Norte uma agenda (no fim de semana) com o vice-governador (Robinson Faria), presidente estadual do partido, e o deputado federal Fábio Faria. Tenho viajado pouco e me concentrado na administração de São Paulo. Faço um pouco de campanha à noite. Tenho expectativas positivas em relação ao desempenho do partido. São as primeiras eleições das quais a gente participa. Na verdade, ainda de uma maneira bastante precária porque conseguimos o registro alguns dias antes do prazo para filiação daqueles que quisessem ser candidato. Ainda teve a questão do tempo de televisão, que conseguimos com o prazo curto, poucos dias antes do que a Justiça estava fechando. Tudo isso causou muita insegurança nos nossos candidatos. E a grande maioria se prepara para disputar a eleição de 2014 e 2016. Mas apesar das circunstâncias não muito favoráveis, o partido vai ter um resultado positivo. Nós estamos acreditando aí numa eleição de aproximadamente 500 prefeitos no país. O que é um número positivo diante das circunstâncias de ser um partido novo. Aqui no Rio Grande do Norte o partido nasce com consistência, com a liderança forte do vice-governador e do deputado Fábio, enraizado em todos os municípios e participando das eleições em todos os municípios do Estado.

O senhor defenderia o que para o partido em 2014? Aliança com o Governo Federal?

A presidenta vem fazendo um extraordinário trabalho, um grande governo, com resultados e medidas importantes para o país. Mas a posição será do partido. Sou presidente do partido, vou ter a enorme responsabilidade de presidir as ações, reuniões e debates que vão resultar no nosso posicionamento. Mas, do ponto de vista pessoal, não nego que tenho uma enorme simpatia pelo Governo da presidenta Dilma, por seus resultados. Não a apoiei, todos sabem. Fui um dos principais apoiadores da candidatura de José Serra, de quem sou admirador, mas ele não será candidato em 2014, porque está se habilitando para ser prefeito de São Paulo. Vai ficar quatro anos à frente da Prefeitura e não vejo nenhum problema de, se as coisas continuarem como estão, de ver com simpatia essa aproximação do PSD com a presidenta Dilma. Mas ainda é muito cedo para falar de qualquer posição.

O senhor disse que definiu seis viagens apenas ao longo da pré-campanha e campanha. Qual foi o seu critério de seleção e por que escolher o Rio Grande do Norte?

São lugares onde o PSD está muito bem enraizado e onde o partido, com nossa presença, da direção nacional, pode mostrar confiança que nós temos no êxito do partido, dos resultados, das diretrizes traçadas para as eleições municipais e estaduais de 2014, que é o que ocorre no Rio Grande do Norte.

O enraizamento do PSD no Rio Grande do Norte se deve a uma pré-candidatura do vice-governador Robinson Faria para disputar o Executivo estadual em 2014?

Não. Se deve à sua liderança, ao seu trabalho, à sua credibilidade, que soube conquistar líderes para o projeto do PSD no Estado, estruturar o partido, com participação nas eleições, porque tudo foi feito em cima da hora. Ele soube fazer com competência. A questão da sua candidatura é apenas decorrência dos seus mais de 20 anos na vida pública.

O senhor diria que hoje Robinson Faria já se habilita ao Governo em 2014?

Sempre digo que na vida pública você não pode adiantar situações. Estamos vivendo o momento da eleição municipal e temos que viver em plenitude. Mas é inegável que o vice-governador Robinson é um dos grandes quadros que pode ser candidato a governador. O partido no Rio Grande do Norte pede a sua candidatura, as alianças que ele estruturou em torno do PSD pedem a sua candidatura e eu torço para que ela se consolide. Não é questão de ser positiva para o partido, ela é positiva para o Estado e para o país, pela sua motivação, experiência, liderança, relacionamento em Brasília. Tudo isso nos permite fazer essa afirmação.

E como se delineia o pleito de 2014 para o PSD?

Aí sim serão as primeiras eleições com nossos filiados totalmente habilitados e na plenitude das nossas prerrogativas, o que não ocorreu nessas eleições porque chegaram muito em cima da hora. Isso é próprio de um partido que nasce.

O candidato José Serra, que disputa a Prefeitura de São Paulo, vem enfrentando dificuldades no pleito…

 É uma eleição difícil. Temos a candidatura do Serra que digo que para São Paulo é um privilégio ter um candidato com as condições dele. Na história de São Paulo nunca tivemos alguém com o seu perfil, experiência e conhecimento. É um grande candidato. Tem muita experiência acumulada e agora empresta, doa toda experiência para a cidade de São Paulo. Ele fez uma doação de vida. Ele já foi prefeito, governador, senador, deputado federal, ministro. Nasceu na cidade, educou seus filhos na cidade.

Então o que falta para José Serra assumir a liderança nas pesquisas eleitorais?

No início da campanha havia informação de que ele não iria ficar na prefeitura (de São Paulo). Na medida em que fica claro que ele vai ficar, as pessoas se entusiasmam. Serra tem muitos admiradores. Entre os que admiram, quem não gostaria de tê-lo como prefeito de São Paulo?

É nítida a impressão de que o prefeitável José Serra tenta se desvincular da imagem do senhor?

Primeiro isso não tem ocorrido. Serra tem sido muito solidário à nossa gestão. Quem acompanha a campanha percebe. Mas tenho muita confiança na administração. Os resultados, tudo que foi feito, ficarão para São Paulo.

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