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Narrativa visual une os Rios Grandes

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Yuno Silva
Repórter

Quatro mil quilômetros separam o Seridó potiguar dos Pampas gaúchos, mas a série fotográfica produzida por Pablo Pinheiro aproxima essas duas realidades e comprova que essa distância é muito mais geográfica do que cultural – pelo menos no que diz respeito ao homem do campo, o vaqueiro e o gaúcho. “Rio Grandes”, combo multimídia formado por foto-livro, vídeos e palestras, revelam as intersecções rurais que pontuam os dois extremos do Brasil. O projeto foi contemplado na edição 2014 do Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, um dos mais importantes do segmento no país de alcance nacional.

Todo o conteúdo produzido por Pablo é gratuito e está disponível para baixar e/ou ser assistido na internet através do site estudiop.com.br.
Fotógrafo acompanhou a vida do vaqueiro registrando tradições culturais e atividades de rotina
“As coincidências começam pelo próprio nome dos Estados”, disse Pinheiro, que desde 2010 registra o vaqueiro do RN em seu contexto rural na região de Acari. “E em ‘Rio Grandes’ temos a oportunidade de refletir – a partir de imagens – sobre a tradição e as relações que existem entre ambientes tão distantes e bem mais próximos do que imaginava. Fui buscar as diferenças e acabei encontrando as semelhanças”.

O fotógrafo explicou que a opção pela plataforma digital justifica-se no alcance, na acessibilidade. “Ampliamos a experiência criando um ambiente multimídia, que permite mais vivência do espectador”, valoriza Pinheiro ao destacar a criação do endereço riograndes.com.

Além do foto-livro em si (formato PDF), o público também tem acesso a depoimentos de personagens, pesquisadores da imagem e profissionais envolvidos no projeto. Um detalhe importante merece ser ressaltado: o retorno dado aos personagens. O fotógrafo fez questão de promover sessões no RS e no RN para exibir para um o material registrado no ambiente do outro, uma via de mão-dupla. A vivência em Gargalheiras e produção do material multimídia contou com apoio do Restaurante Camarões.

Completam o cronograma de ações, palestras do autor sobre o processo criativo e os resultados de “Rio Grandes”, encontro-debate que já passou por Porto Alegre no início desta semana e ontem esteve em São Paulo. Próxima terça (dia 18) Pablo Pinheiro desembarca em Campo Grande (MS), depois segue para o Rio de Janeiro (21), João Pessoa (27) e fecha o ciclo dia 28 de agosto em Natal, às 19h30, no auditório do Sesc-Centro. O acesso é livre e aberto a qualquer pessoa interessada em fotografia, cultura, tradição e antropologia, sertão e pradaria.

O ponto de partida que motivou “Rio Grandes”, explicou Pablo, surgiu de uma inquietação: em que medida o ritmo intenso da era da informação e da tecnologia interfere em uma tradição? “Esse trabalho tenta decifrar o tempo, o homem e o seu meio. As pessoas ainda imaginam uma representação arcaica do vaqueiro. Porém, a estrutura visual do ambiente rural se mantêm, seja no sertão ou nos pampas, mas este homem e suas tradições estão em um período de transição. O acesso à informação é contínuo e se expande para além do meio rural e os desejos se transformam junto. Isso interfere, por exemplo, na indumentária e no estilo de vida”.

Serviço
Projeto “Rio Grandes”, foto-livro, vídeos e palestras sobre a tradição do vaqueiro no RN e no RS, do fotógrafo Pablo Pinheiro. Download gratuito do livro no site estudiop.com.br; palestra gratuita em Natal dia 28, às 19h30, no auditório do Sesc-Centro.

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