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Nas policlínicas, descumprimento de carga horária

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O relatório da Falconi Consultoria não identificou a existência de servidores “desaparecidos” na administração municipal, recebendo sem prestar serviço. Entretanto, no dia-a-dia das maiores secretarias municipais, como Saúde e Educação, que correspondem sozinhas a 53,15% da folha salarial do município, os “fantasmas” se traduzem na quantidade de servidores de licença médica ou que faltam ao trabalho sem explicação.

Dos 6.680 servidores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 567 pediram licença médica somente no primeiro quadrimestre do ano. Em março, foram 95 pedidos, contra outros 520 tiveram faltas registradas em maio, agravadas pela greve dos médicos.

Segundo o secretário municipal de saúde, Cipriano Maia, o problema são as faltas e licenças médicas, pois ainda não existe um sistema mais rigoroso de controle dos atestados. “Não temos nenhum ‘fantasma’, mas percebemos que a nossa capacidade de produção não estava sendo cumprida. Há também vício de gratificações”, afirma. O levantamento também mostrou um déficit de quatro mil servidores na saúde municipal.

De acordo com a diretora do Departamento de Gestão de Trabalho e Educação na Saúde (DGTES), Francisca Valda, o problema está na atenção especializada. “Existe uma certa cultura no serviço público de afrouxamento. Nossa maior dificuldade hoje são nas policlínicas. Nos serviços de plantão as pessoas cumprem melhor a carga horária, mas não significa que não tenha muito atestado ou licença médica”, aponta.

Na policlínica Zeca Passos, na zona Leste, existem três vacâncias causadas por médicos de atestado. As vagas não tem como ser respostas pelo município, já com quadro deficiente. “Tenho uma assistente de saúde que já vai com dez meses de licença. O difícil aqui é fazer o pessoal cumprir a carga horária”, afirma Josimar Paiva, administrador.

Ameaças

Na policlínica da zona Oeste, o diretor José Martins afirma que já sofreu até ameaças. “Mandei dois de volta para a secretaria porque não cumpriam o ponto. Acham que somos ditadores por cobrar o que é obrigação”, aponta.

As ausências prejudicam a qualidade do serviço. Iolete Guilherme Santana, dona de casa, já foi para uma consulta marcada na Policlínica Norte quando avisaram que  o médico havia faltado. “Foi há duas semanas. Marquei o oculista e quando cheguei só me disseram que ele não vinha porque estava de licença”, afirmou. Ela voltou para casa sem se consultar, pois não havia médico substituto.

A SMS enviou circular comunicando que adotará, a partir de 1º de agosto, o Sistema de Registro de Frequência online. Cada servidor precisará preencher a frequência diariamente pela internet, substituindo o ponto em papel. O serviço funcionará enquanto o ponto eletrônico não for instalado.

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