Se hoje é impossível, na maioria dos ângulos, visualizar um dos cartões postais de Natal, o farol de Mãe Luíza, por outro lado, a imagem do traçado sutil e bonito da costa potiguar entre Ponta Negra e a Redinha está disponível para o deleite de nativos e turistas. Contraditórias, as duas situações são fruto de um processo histórico que remonta ao fim da década de 60, quando Natal começou a delinear o direito à paisagem e à moradia para a população marginalizada, e que desemboca nos dias de hoje. É o que mostra a procuradora municipal Marise Costa na tese de doutorado “Espaços especiais em Natal (Moradia e Meio Ambiente)”, que defendeu há poucos dias na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ao analisar as atas do Conselho Municipal de Planejamento, matérias de jornal e em entrevista, Marise descobriu uma tensão muito grande entre o apetite imobiliário por essas áreas e a tentativa de mantê-las por parte de movimentos sociais e membros do poder público.