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Natal sediará evento aeroespacial

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Na próxima semana, Natal será a capital do Espaço. A cidade sediará, de segunda-feira (29), até sexta-feira (3) o V Simpósio Brasileiro de Geofísica Espacial e Aeronomia (SBGEA) junto com o IV Fórum de Pesquisa e Lançamentos da Barreira do Inferno, promovidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Centro de Lançamentos da Barreira do Inferno (CLBI), respectivamente.
Cel. Maurício Alcântara falou sobre os temas do evento, entre eles, o aproveitamento de carga útil
Na programação dos eventos, estão previstos minicursos, apresentações orais, apresentações de posteres e, no encerramento, o lançamento de um Foguete de Treinamento Básico (FTB), que ocorrerá no Centro de Lançamentos da Barreira do Inferno. A Barreira do Inferno fará 50 anos em 2015 e até hoje lançou um total de 2.992 foguetes, uma média de 59 lançamentos por ano.

A geofísica é a parte que estuda o clima espacial, enquanto a aeronomia estuda a meteorologia de altitude. “A ciência considera  meteorologia a parte da atmosfera que fica até 50km de distância da Terra, depois disso é aeronomia. Dentre outros meios, usamos os foguetes para estudar o espaço”, explica o diretor do Departamento de ciência e Tecnologia Aeroespacial, coronel Maurício Lima de Alcântara.

Entre os temas a serem discutidos no Simpósio está o aproveitamento de carga útil, a parte do foguete que viabiliza a realização de testes.. “O foguete é composto basicamente pelo motor, que é a carga que explode e gera o impulso, e a carga útil, que é o que ele carrega, onde vai o experimento”, explica o coronel. As discussões serão sobre o que se pode enviar nesta parte, para que seja resgatada e estudada posteriormente.

De acordo com o presidente do Comitê Organizador Local (COL), professor José Henrique Fernandez, o Brasil está desenvolvendo tecnologia para lançamento de satélites, e encontros como este são de grande importância para o compartilhamento de informações entre colaboradores.

“Muitas vezes temos colegas que trabalham no mesmo projeto e que estão em lugares distantes, essa oportunidade de nos encontrarmos, o calor humano e as experiências compartilhadas são importantes para a ciência”, explica Fernandez, que é também físico formado pela Universidade de São Paulo (USP).

Com relação ao desenvolvimento de tecnologia para lançamento de satélites, o físico afirma que a grande dificuldade está na parte de softwares, eles “não podem ser comprados, precisam ser desenvolvidos dentro do país, não é fácil e demora”, e cita o acidente que ocorreu no Centro de Lançamento de Alcântara (MA), em 2003, onde morreram 22 cientistas. “O conhecimento que aqueles cérebros tinham vai demorar para que possamos alcançar”, lamenta.

 O físico ressalta ainda que eventos como o que ocorrerá em Natal servem para atrair a atenção dos estudantes. “As atividades de discussão ajudam no fortalecimento da comunidade científica como um todo. Quando os estudantes se interessam, eles são capazes de desenvolver vários projetos. Precisamos atrair a massa crítica para pensar”, afirma Fernandez.

As palestras, minicursos e apresentações de posteres serão feitos nas dependências do Departamento de Geofísica da UFRN, enquanto o lançamento do foguete ocorrerá na base da Barreira do Inferno. Os eventos serão abertos ao público, as inscrições podem ser feitas através do site www.vsbgea.ccet.ufrn.br e ficarão abertas durante a programação. 

Serão emitidos certificados para todas as atividades desenvolvidas e os melhores trabalhos serão publicados na revista do Departamento de Ciência e Tecnologia, de caráter internacional.

Parceria
A parceria entre o Centro de Lançamentos da Barreira do Inferno e a Universidade Federal do RN começou oficialmente em 2010 e desde então diversos projetos foram desenvolvidos, entre eles:

Implementação da gestão integrada no CLBI, que está em fase final e foi desenvolvida pelo Departamento de Engenharia de Produção da UFRN junto com colaboradores do Centro;

Projeto Acervo Histórico, que fez a paginação do Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas, funcionando desde 2011, hoje o Centro atrai cerca de 2 mil pessoas por dia;

Projeto de Tragetografia de Foguetes, que se baseia na utilização um foguete para interceptar o outro, servindo pra segurança nacional;

Criação de um Vante, veículo não tripulado pra fazer a visualização da área do Centro, que auxiliará na recuperação da carga útil que cai no mar;

Produção de Antenas Fractais, microantenas que podem ser utilizadas em foguetes ou em satélites.

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