sexta-feira, 29 de março, 2024
26.1 C
Natal
sexta-feira, 29 de março, 2024

Natalense brilha fora do RN

- Publicidade -

Pela primeira vez, um estudante natalense e nordestino passou em primeiro lugar em dois dos vestibulares mais concorridos do Brasil. A proeza se deve ao jovem Cayque Felipe dos Anjos, 18 anos, aprovado nos cursos de Ciências Biomoleculares da USP (Universidade de São Paulo) e de Biotecnologia da UnB (Universidade de Brasília). O resultado foi divulgado na semana passada. A USP é a maior universidade pública brasileira e forma grande parte dos mestres e doutores do país. Já a UnB tem 50 anos de história e foi eleita pelo Ministério da Educação como a maior instituição de ensino superior do Centro-Oeste. Perguntado sobre qual delas escolheria, Cayque não hesitou: “Vou para a USP, porque é uma das maiores universidades da América Latina e do mundo”.
Cayque Felipe comemora, coma mãe, aprovação na USP e no vestibular da Universidade de Brasília
Em 2010, quando ainda cursava o segundo ano do ensino médio, Cayque tentou o vestibular da UnB e, quando foi conferir sua nota no site da instituição, viu que a média o credenciava para passar em todos os cursos na primeira chamada – exceto Direito e Medicina. “Eu cursei pra treineiro, que é uma opção só pra testar o conhecimento mesmo”, contou, entre tímido e orgulhoso com o próprio desempenho.

Ele se disse um “nerd” assumido, apelido comumente dados aos alunos muito dedicados aos estudos. Cayque, porém, revelou que não precisou abrir mão de muita coisa para conquistar bons resultados na carreira escolar. Desde o ensino fundamental, colecionou medalhas em olimpíadas de Química, Física e Biologia no Rio Grande do Norte e no Brasil. Chegou a ir à Costa Rica, onde participou da Olimpíada Ibero-Americana de Biologia.

“Tudo que eu queria fazer este ano eu fiz. Até porque não sou muito de ir pra balada e shows, porque não gosto de forró nem das bandas que tocam aqui. Fui pra vários aniversários de amigos meus, churrasco, fui praquilo que eu queria ir. Até porque se eu ficasse só em casa estudando iria enlouquecer”, contou Caique, que estou no Colégio Ciências Aplicadas. Para quem acha que ele não sabe curtir a vida, Cayque tem uma resposta pronta: “Eu gosto de estudar. Não gosto de ‘Garota Safada’, gosto de estudar Química”.

Cayque admitiu estar “ansioso” com o futuro. O pai Douglas e a mãe Elizabeth – ambos servidores da Polícia Federal – estão sentindo uma mistura de orgulho e apreensão. Afinal, ele ainda é muito jovem e, agora, vai morar na distante São Carlos, interior de São Paulo, onde fica o campus da USP em que Cayque vai estudar pelos próximos anos. Ele e o pai viajaram na última quarta-feira para São Carlos, com o objetivo de procurar uma república estudantil para servir de moradia de Cayque.

“Minha mãe mesmo dizia que eu deveria ficar aqui, mas não tem comparação. Não que a UFRN seja ruim, pelo contrário. Mas a USP é uma das melhores da América Latina e do mundo. Eu pretendo trabalhar com pesquisa. Lá, um artigo que você fizer tem mais visibilidade”, explicou.

Cayque revelou que planeja fazer pós-graduação na Alemanha. Ele disse que “sonha alto”, mas lembrou que está mais fácil estudar no exterior.  “Tá mais fácil, porque a presidente Dilma [Rousseff] abriu o programa ‘Ciências Sem Fronteiras’, que está dando muitas bolsas para os melhores alunos. Como minha área é na biotecnologia, que é uma das prioridades do Brasil, porque aqui não existe muito essa coisa, pode dar certo”, ponderou.

Demonstrando saber bem o terreno em que está pisando, Cayque avaliou que ainda não aconteceu o “boom” da biotecnologia no Brasil. Por isso, acredita que esse é um campo fértil à pesquisa.  “Lá no exterior já existe um ‘case’ de biotecnologia há muito tempo, de genética, de nanobiotecnologia, que é um setor que tá explodindo agora. Existe uma urgência do Brasil de se modernizar, de desenvolver a tecnologia necessária para que essa área cresça aqui”.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas