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Netanyahu reage ao acordo dos EUA com Irã

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São Paulo (AE) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ao Congresso norte-americano ontem que as negociações em vigor entre Irã e Estados Unidos “quase garantem” que Teerã obterá armas nucleares, algo que o mundo deve evitar a qualquer custo. Ele também pediu diretamente aos integrantes do Legislativo que bloqueiem o acordo, que ainda está em negociação. “O acordo não evita que o Irã tenha armas nucleares, o acordo vai garantir que o país tenha armas, muitas delas”, declarou o premiê israelense. “Este é um acordo ruim, muito ruim. Estamos melhor sem ele”, afirmou.

“O Irã provou mais de uma vez que é um país no qual não se pode confiar”, independentemente do que diga a respeito de permitir a verificação de suas instalações nucleares, nos termos de qualquer acordo obtido para evitar que o país tenha tais armas, afirmou.  “O maior perigo enfrentado por nosso país é o casamento do Islã militante com as armas nucleares”, disse o premiê em declarações perante uma Câmara lotada.

Netanyahu falou pouco depois de o Secretário de Estado norte-americano John Kerry ter se reunido por mais de duas horas, na Suíça, com o ministro de Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif, na expectativa de concluir um esboço para um acordo internacional ainda neste mês, com o objetivo de conter as ambições nucleares de Teerã.

A declaração do líder israelense foi feita duas semanas antes das eleições em seu país, nas quais ele espera conquistar mais um mandato. O convite do presidente da Câmara, o republicano John Boehner, para que o premiê israelense discursasse perante o Legislativo provocou bastante controvérsia nos Estados Unidos. Quase 50 democratas da Câmara e do Senado disseram, antecipadamente, que não participariam do evento, algo bastante incomum tendo em vista as relações próximas entre os dois aliados.

A Casa Branca expressou  descontentamento e enviou o vice-presidente Joe Biden para uma viagem ao exterior, o que significa que ele não esteve em sua cadeira habitual, atrás da tribuna da Câmara, durante o discurso do líder israelense. Netanyahu também não vai se encontrar com Obama na Casa Branca nesta viagem. O premiê tentou suavizar qualquer aborrecimento político, agradecendo Obama pela ajuda que ele tem dado a Israel desde que se tornou presidente. Mas, ao mesmo tempo, foi implacável nas críticas sobre as negociações que o governo realiza com Teerã.

Ele disse que com as concessões que os Estados Unidos estão preparados para fazer, o Irã não terá apenas armas nucleares, mas se sentirá livre das sanções econômicas internacionais. Como resultado, afirmou, o Irã ficará mais encorajado a financiar o terrorismo no Oriente Médio e em todo o mundo.  O resultado para o Irã, disse ele, será “agressão no exterior e prosperidade em casa”. Segundo o premiê israelense, se o Irã quiser ser “tratado como um país normal, deve se comportar como um país normal”.

Netanyahu contestou diretamente o argumento de Obama de que um acordo diplomático que permita a Teerã manter parte de suas capacidades nucleares será muito mais eficiente do que novas sanções ou ações militares.

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