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No mundo mágico dos livros infantis

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Vou comentar hoje quatro livros, três deles infanto-juvenis e um nem tanto. Contos do Mundo Mágico, de Carolina Vasconcelos, Editora Ideia, 158 páginas, sem preço definido. Carol nasceu em Natal, em 1988, é filha de Carmen Vasconcelos e estudante de Psicologia. Como diz a apresentação do livro, “ela adora ler, especialmente literatura fantástica.  Desde criança, os contos de fadas fazem parte do seu mundo real. Agora, começa a contá-los”. De fato Carol é fascinada, por exemplo, pela saga do garoto mago Harry Potter e seu livro segue essa linha. Espero que ela alcance o mesmo sucesso do livro inglês. Carol não só sabe escrever bem, como é uma desenhista e ilustradora de mão cheia. Sua imaginação é das mais férteis que já conheci. O livro de Carol transcende o mero local em que vive e alça vôos para países distantes.  Carol é assim mesmo. Inteligente e criativa. Seu talento já foi testado e comprovado. Ela tirou o segundo lugar no concurso de contos da revista Ceia Cultural. É uma das grandes promessas da literatura potiguar. Podem apostar.

O segundo livro é Brincadeiras do Tempo da Vovozinha, de Maria das Graças Brandão Soares, Edição da autora, 175 páginas, sem preço definido. Gracinha, como a escritora é mais conhecida, já brilhou outras vezes aqui mesmo nesta coluna. Este novo livro tem dois aspectos dos mais interessantes: primeiro a idéia de resgatar as cantigas e brincadeiras de antigamente. Manifestações culturais que poderiam se apagar no tempo se não tivesse uma iniciativa como essa. O outro aspecto é o gráfico. O livro em papel de luxo é todo escrito à mão, numa caligrafia perfeita que nos remete a um passado em que ainda se valorizava isso. No meio do livro a autora vai soltando os bilhetinhos mais deliciosos com frases de outros autores sobre a importância da literatura na vida das pessoas. Todo mundo que se interessa por cultura deveria ter este livro em casa.

Vamos ao terceiro livro. Peripécias de Minha Infância, de Sacolinha, Nanquim Editora, 143 páginas, R$30,00. Segundo Valentim Facioli, “o jovem leitor pode acompanhar os movimentos e traquinagens de um menino, nascido na periferia do bairro de Itaquera, na cidade de São Paulo, na verdade, num pequeno pedaço periférico de Itaquera, que se chama Cidade Líder. E tudo se passa em poucas ruas desse lugar.

Esse menino, que se chama Artur Alves de Freitas, pode ter sido ou não o próprio Sacolinha, agora adulto tornou-se empresário fabricante de brinquedos a fim de se manter criança, porque adora crianças e tem com elas uma afinidade afetiva e carinhosa.

As aventuras narradas segundo o olhar infantil revelam as situações próprias de crianças pobres, brincantes e criativas, para as quais nenhuma pobreza impede sua inventividade, utilizando todas as brincadeiras disponíveis para um grupo de meninos. O esconde-esconde, as árvores frutíferas dos vizinhos, o pouco agrado da escola, as variadas relações de gozação entre eles”.

Por fim, este Estação Terminal, de Sacolinha, Nanquim Editora, 144 páginas, R$30,00, que não é  um romance infanto-juvenil, mas trata da realidade de jovens pobres da periferia de São Paulo. Segundo o mesmo Valentim Facioli, “a narrativa de Sacolinha é construída com a exposição das características dessa mistura entre o moderno e o antiquado, mostrando um capitalismo de pequenos negócios, de sucessos e fracassos, numa espécie de luta de todos contra todos.

Em Estação Terminal não há heróis, nem vilões, ninguém é portador de valores propriamente civilizatórios, nem vazios de humanidade. O que se configura é a luta para ganhar (ou perder) a vida, homens e mulheres pobres ou mal remediados, todos carregando os danos da difícil sobrevivência”. Sacolinha nasceu em São Paulo em 1983, formou-se em Letras pela Universidade de Mogi das Cruzes e é fundador da Associação cultural Literatura no Brasil que trabalha no incentivo à leitura e na divulgação dos novos escritores.

Como vocês puderam notar basta uma pitada de criatividade e muita persistência para se conseguir produzir uma obra de arte. Esses autores, dois locais e um de São Paulo são pessoas corajosas que acreditam em seus projetos de vida, não se intimidando com os obstáculos que vão surgindo em cada dobra do caminho. Na próxima semana vou comentar o livro de um pesquisador potiguar sobre ficção potiguar. Vai ser legal. 

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