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Nota do Brasil está sob risco

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São Paulo e Nova York (AE) – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) sinalizou ontem que pode tirar do Brasil o grau de investimento, a nota de crédito que funciona como atestado de que um País é bom pagador de sua dívida e merece a confiança dos investidores. Na sequência, a agência também alterou suas perspectivas para instituições financeiras. Pesaram nas decisões da agência o fraco desempenho da economia, a percepção de que pode ocorrer “novo deslize” no ajuste fiscal e as investigações da Lava Jato, que na sua avaliação tendem a comprometer ainda mais as perspectivas econômicas. Com a decisão, o dólar completou a quinta sessão de alta consecutiva em relação ao real e fechou cotado a R$ 3,37, com aumento de 0,27%.

A S&P foi a primeira agência a conceder grau de investimento ao Brasil, em 2010, desencadeando uma onda de benefícios para a economia. A retirada da classificação teria o efeito inverso, contribuindo para agravar a crise. Ontem, ela não alterou a nota em si, mas a sua perspectiva. Antes, a perspectiva era “estável”, indicando que não havia a intenção de mudar a nota. Agora passou a ser “negativa”. Isso significa que nos próximos 12 ou 18 meses, a nota pode ser reduzida.

O topo do grau de investimento é a nota AAA, conferida apenas a países de primeira linha, como os Estados Unidos. A classificação de crédito do Brasil de longo prazo, em moeda estrangeira, passou a ser “BBB-” na S & P. É o piso do grau de investimento. Mantida a tendência, a próxima mexida na classificação da nota devolve o Brasil ao patamar de país “especulativo” – ou seja, que traz algum risco de não cumprir seus compromissos.

Na sequência, a S&P revisou de estável para negativa a perspectiva, em moeda estrangeira, de 11 bancos. Também alterou de estável para negativa a perspectiva da nota de 14 bancos.

A primeira reação do mercado sinaliza o que pode ocorrer em caso de rebaixamento da nota do Brasil. A primeira reação foi muito ruim por um erro na interpretação. “O pessoal gritou que era rebaixamento e saiu comprando dólares”, disse um profissional,  sob anonimato. “A primeira impressão para muitos foi de que o País havia perdido o grau de investimento”, disse João Medeiros, diretor da corretora Pionner. Percebido o equívoco, o mercado se acalmou. A Bovespa fechou com alta de quase 2%. O dólar teve a quinta sessão de alta.

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