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Novo diretor tem seis meses para apresentar resultados

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Seis meses. Esse é o prazo que o novo diretor-geral da maior unidade hospitalar do Rio Grande do Norte, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), tem para tentar resolver, entre outros, os problemas de superlotação, falta de leitos, escalas de médicos, desabastecimento da farmácia e  falta de insumos no local que é referência no atendimento de urgência e emergência no Estado. Ontem à tarde, a governadora Rosalba Ciarlini anunciou que o advogado Marcondes Diógenes de Souza Paiva assume a direção do HMWG com a missão de levar à unidade um “novo momento”.
Marcondes Diógenes assume com a missão de mudar o Walfredo
Tão logo o anúncio foi feito, a reportagem entrou em contato com o advogado. Por telefone, Marcondes afirmou que recebeu o convite da governadora mas não sabia que o anúncio seria feito ontem. Ele contou que tem em mãos um diagnóstico da situação do hospital e algumas metas já estão estão estabelecidas. Porém, não quis adiantar quais seriam essas metas. “Estou sabendo do anúncio agora, através dessa ligação. Preciso me inteirar de tudo que foi anunciado para poder dizer algo”, colocou.

O nome do advogado era cotado para assumir o cargo ocupado pela médica Maria de Fátima Pinheiro antes mesmo dela pedir exoneração. Alegando problemas pessoais, Maria de Fátima entregou, na última terça-feira, o pedido de exoneração ao titular da secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Isaú Gerino. Marcondes Paiva foi interventor da Associação Marca na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Pajuçara e Ambulatórios Médico Especializados (Ames) de Natal. Ele administrou a UPA as Ames do Planalto, Brasília Teimosa e Nova Natal de junho de 2012 a dezembro do mesmo ano.

O novo diretor-geral não soube informar quando assume o cargo, mas acredita que começa os trabalhos na próxima segunda-feira. “Vou conversar com o secretário Isaú. Como amanhã já é sexta-feira, acredito que vamos começar de fato na segunda”, disse.

O anúncio do governo dividiu a opinião de entidades representativas da classe médica. Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern), Jeancarlo Cavalcante, afirmou que não ver problemas no fato do novo diretor-geral ser advogado. “Para assumir a direção, não é necessário ser médico. Não o conheço pessoalmente, mas torço para que faça uma boa gestão. Acredito que ele vai enfrentar um grande problema: desabastecimento por falta de pagamento aos fornecedores”, colocou.

Já o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado (Sinmed/RN), Geraldo Ferreira, acredita que Marcondes Paiva foi nomeado para “o lugar errado”. Segundo o médico, o advogado deveria assumir a direção do Hospital da Mulher, em Mossoró. “Sei que Marcondes é competente, mas deveria ter sido nomeado para o Hospital da Mulher. Lá é onde o serviço é terceirizado e ele tem conhecimento da área. Não sei se ele tem conhecimento para gerenciar um hospital do porte do Walfredo”, afirmou.

Marcondes Paiva assume a direção-geral do HMWG em um momento de crise. O desabastecimento da farmácia e falta de insumos é constante. Além disso, a falta de leitos de UTI é denunciada pelos médicos, diariamente e pacientes judicializam ações para tentar conseguir vaga. Há  outro obstáculo: a escala médica. Distorções e o não cumprimento da carga horária comprometem a qualidade do atendimento e revelam incapacidade gerencial.

“Esperamos resultados”, diz Rosalba

Ao confirmar o advogado Marcondes Diógenes como novo diretor do Hospital Walfredo Gurgel, a governadora Rosalba Ciarlini afirmou que “o novo gestor foi contratado para gestão onde colocamos como prioridade resultados. Será um período inicial de seis meses”, disse a governadora.

Rosalba Ciarlini ressaltou que ele já tem experiência administrativa, amplo conhecimento em administração hospitalar. “Esperamos, realmente, que dê resultados. Até porque grande parte dos problemas do Walfredo é questão de gestão”, destacou. Cautelosa, ela tentou não responsabilizar as gestões passadas da unidade de saúde. “Aqueles que estiveram a frente do Walfredo até por sobrecarga, porque eram médicos que tinham que se dedicarem a outras atividades, não tiveram condição de, realmente, dar o melhor resultado”, observou a governadora, reconhecendo que na unidade há carências “em função da superlotação”.

“Mas nada disso justifica e vamos fazer o novo momento, nova gestão, cobrar resultados porque nosso objetivo é a população”, completou. Ela disse que o acordo inicial com Marcondes Diógenes é ele ficar seis meses. Após o período será avaliada a gestão e os resultados.

Parto feito no chão será investigado

A governadora Rosalba Ciarlini determinou a abertura de uma investigação para apurar os motivos que levaram um parto ser feito no chão do Hospital Santa Catarina, na zona Norte de Natal, fato destacado na edição de ontem do Jornal Hoje, da Rede Globo de Televisão. “Como cidadão fiquei consternado vendo uma situação dessa. Mas como gestora procurei saber de imediato o que ocorreu”, disse a chefe do Executivo.

Rosalba Ciarlini afirmou que a primeira informação recebida é de que a paciente chegou já entrando em estado expulsivo. “Na realidade a paciente estava chegando no hospital e já entrando em estado expulsivo. A criança já ia nascendo e não dava tempo de levar até a cama, mas vamos averiguar”, ressaltou. Rosalba Ciarlini disse que se as investigações apontarem para falhas dos que estavam trabalhando os funcionários terão que responder.

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