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Novos ares para o Instituto Histórico

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Yuno Silva

Repórter
Em 30 dias, a mais antiga instituição cultural do RN deverá reabrir suas portas ao público. O prazo ainda é estimado, mas essa é a pretensão de Ormuz Simonetti, vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico, que está à frente das obras de restauração do prédio na Cidade Alta tombado pelo patrimônio onde funciona a entidade. “Isso se não aparecer mais nada para fazer na medida que os trabalhos avançam”, avisa Ormuz. E coisa para fazer é o que não falta no IHGRN: a fachada está sendo recuperada e grades, portas e janelas repintadas. O telhado passou por reparos, os equipamentos para climatização do lugar estão instalados e 80 novas cadeiras para o auditório foram adquiridas.
A primeira parte da reforma custou R$ 200 mil, metade do valor aprovado pela Assembleia Legislativa. Mas nem tudo é alegria. Ormuz Simonetti mostra o quinto arrombamento ocorrido só este ano
Pivô do embargo imposto pelo Iphan-RN à obra em novembro do ano passado, o piso de ladrilho hidráulico do auditório, removido sem a devida autorização, foi substituído por um de madeira feito de ipê e amarelo cetim. O piso antigo do auditório sofreu afundamentos devido a obstrução, e desvio para o subsolo, no escoamento da água da chuva. “Esse problema está sendo resolvido com a reabertura das calhas. Refizemos o aterro abaixo do auditório, compactamos o terreno e concretamos tudo”, garantiu Simonetti. Um lustre com cristais tchecos, doado por Paulo Sérgio Luz, será recuperado e instalado no auditório. 

#SAIBAMAIS#Por enquanto, a chamada ‘casa da memória’, que guarda documentos que remontam os mais de quatro séculos da história do RN, está coberta por uma espessa camada de poeira, com móveis, estantes e painéis todos fora do lugar. “Nessa primeira etapa estamos dando uma geral na estrutura física, em seguida partimos para catalogação e digitalização do acervo”, adiantou Simonetti. Entre as alterações previstas ainda consta a criação de um guarda volumes na recepção, afim de evitar novos desfalques no acervo.

De acordo com o vice-presidente, também foi acordado com o Iphan-RN a análise da proposta para troca do piso de outros dois ambientes e a construção de um segundo banheiro. “Termos um lavabo masculino e outro feminino é o mínimo que podemos oferecer aos funcionários e visitantes”, destaca.

Os serviços estão sendo executados com R$ 200 mil, metade do valor aprovado pela Assembleia Legislativa há mais de um ano e só agora repassados pelo Governo do RN. Ainda restam receber outros R$ 200 mil, acordados com o Estado mas não empenhados, mais R$ 30 mil – também de emenda parlamentar na AL – destinados à manutenção do espaço.
A fachada ganhou pintura nova e o piso de madeira substituiu o antigo de ladrilho
O IHGRN ainda tem outros R$ 550 mil aprovados na Câmara Federal, mas a greve no Ibram (Instituto Brasileiros de Museus) e o período eleitoral suspenderam os repasses. O processo está andando em Brasília, mas Ormuz acredita que será necessária a “ajuda de algum político” para agilizar a liberação da verba. Com esse dinheiro o Instituto Histórico e Geográfico irá adquirir estantes deslizantes (para otimizar a área ocupada pelo acervo), escaners para digitalização e dar início ao projeto de informatização das pesquisas.

Um termo de cooperação já foi assinado com a UFRN no tocante a digitalização do acervo, e um convênio (que irá permitir a criação de projetos de extensão e admissão de bolsistas) também está sendo analisado pela Universidade Federal. “Não tem mais cabimento permitir a pesquisa no acervo original do jeito que estava sendo feito, sem cuidado e sem controle”. Ormuz Simonetti admite que o IHGRN não tem noção do que existe de fato no acervo. “Não temos um inventário completo do acervo e muita coisa está fora do lugar, dada como desaparecida”.

Arrombamento
Segurança é outra preocupação constante da diretoria do IHGRN, visto que o prédio sofreu cinco arrombamentos em pouco mais de um ano – o mais recente ocorreu no início desta semana, quando arrombaram a porta e levaram uma lata de tinta que seria utilizada na obra. “Da primeira vez levaram a mangueira de combate a incêndios, acho que pelas conexões de metal; depois vieram buscar a bomba de água. Ainda levaram os dutos de cobre do ar-condicionado do prédio anexo (em frente) e cinco dos oito refletores do pátio”, lamentou o vice-presidente da instituição.

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