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Novos e velhos moradores

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Quem vê a casa de paredes amarelas e cercada por um muro baixo cor de telha não imagina que a dona do imóvel foi a primeira moradora da avenida Xavier da Silveira. O ano era 1956 quando a dona de casa Maria de Lourdes Mesquita Pacheco, 84, acompanhando o marido, mudou-se para a primeira casa a ser erguida às margens da via que hoje é a concretização da linha imaginária que delimita os bairros de Lagoa Nova e Nova Descoberta.
Primeira moradora da Xavier da Silveira, Lourdes Mesquita lembra piadas sobre raposas
“A família do meu marido dizia que a gente ia morar com as raposas, no meio do mato”, recorda. Ela mesmo admite que a afirmativa tinha respaldo. A vizinhança que hoje é formada por restaurantes, bares da moda, clínicas, drogarias, oficinas, lojas, escritórios e toda a sorte de estabelecimentos comerciais só começou a se formar quatro anos depois da sua mudança. “Meu pai veio morar na casa do lado da minha. Depois foi preciso mais 15 anos para ter o segundo vizinho”, conta. As ruas do entorno da sua casa, hoje repletas de barulhos comuns à urbe, eram tomadas por uma vegetação fechada. “O meu marido precisou cortar o matagal que começava onde hoje é a Faculdade de Odontologia até a aqui em casa para o primeiro caminhão carregado de tijolos chegar ao terreno que a ele tinha comprado para fazer a nossa casa. Não tinha rua nenhuma”, relembra.

A dona de casa acompanhou a aceleração no ritmo das mudanças que aconteciam lentamente com a construção de alguns casebres nas redondezas e agora ‘voam’. “Gosto muito de morar aqui, É o local da minha primeira casa e hoje tem tudo que eu preciso por perto. A estrutura é boa e considero as mudanças positivas apesar de achar que o poder público podia mais atenção à manutenção das ruas que andam muito esburacadas”, critica.
José Arnaldo lembra que terreno era ocupado por árvores que abrigavam pássaros e saguis
O biólogo José Arnaldo Medeiros, 52, dos quais 28 como morador de Lagoa Nova, admite que a vizinhança é um fator positivo ao bairro. “É excelente e tem todas as facilidades”, afirma. Vizinho ‘de porta’ do estacionamento da Promater, ele se lembra da época em que o terreno era tomado por árvores. “O canto dos pássaros e a visitas de micos era constante. Hoje eles quase não aparecem, mas o bairro continua bom”.

Assim como Maria de Lourdes e José Arnaldo, centenas de natalenses estão querendo compartilhar das facilidades oferecidas pelo bairro. “É muito comum recebermos propostas de construtoras e imobiliárias para vender o terreno ou alugar a casa. Não queremos sair daqui nem tão cedo. Eu não sei como essa conversa se espalha, mas procuram muito a gente. Já recebemos várias propostas só neste ano”, garante.
Para fugir do trânsito travado da Zona Norte,  a empresária Ryane Moura alugou um apartamento em Lagoa Nova
A localização estratégica parece mesmo ser o ponto forte do bairro. A empresária, Ryane Moura, 25, trocou a zona Norte por Lagoa Nova há oito meses. Com escritório montado em casa, consegue dar atenção ao filho pequeno e ainda ficar perto dos clientes. “Eu precisava ganhar tempo e reduzir custos. Perdia muito tempo no trânsito para vir trabalhar e ainda pegava engarrafamento, chegava atrasada. Aqui é mais perto de varias coisas”, justifica. Outro beneficiado pela mudança foi o filho de dois anos. “

Eu passava muito tempo longe dele. Saia muito cedo e chegava muito tarde em casa, mal ficava com ele. Na mudança escolhi um apartamento maior, montei meu escritório aqui e hoje trabalho em casa”, comemora. A empresária não pensa em sair do bairro e já faz planos. “Ainda é muito cedo, mas posso pensar em adquirir um imóvel por aqui”, disse.

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