A confirmação do contágio da dengue tipo 4 no Rio Grande do Norte por duas moradoras da cidade de Santa Cruz, levou a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa a convocar uma audiência. No encontro realizado ontem, na sede do Legislativo Potiguar, estiveram presentes os secretários estadual e municipal de Saúde, Domício Arruda e Maria do Perpétuo Socorro Nogueira, respectivamente, a subcoordenadora estadual de epidemiologia, Juliana Araújo, os deputados estaduais Poti Júnior, Márcia Maia e Fábio Dantas. A audiência foi conduzida pelo presidente da Comissão, o deputado estadual Antônio Jácome.
Os secretários de Saúde explicaram o andamento da campanha de combate e prevenção ao mosquito vetor da dengue, além do tratamento dispensado aos pacientes em toda a rede pública de saúde (municipal e estadual). Mesmo após o cancelamento do contrato, a decisão da Prefeitura de Natal em terceirizar as ações de combate à dengue e prestação de atendimento à população ainda são alvos de críticas.
O deputado estadual Fábio Dantas indagou a secretária municipal de Saúde, Maria do Perpétuo Socorro Nogueira, se no momento da contratação havia um estudo bem elaborado sobre a real necessidade do dispêndio de aproximadamente R$ 8 milhões. Sem responder diretamente o questionamento, a secretaria alegou que o Município dispõe de um plano de contingência e as medidas são tomadas em cima daquilo que prega o documento.
Para o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, 2011 pode ser caracterizado como anormal em relação à epidemia de dengue. Mesmo na iminência do fim do surto epidemiológico, os números de contaminados crescem a cada boletim divulgado pela Sesap. Até a última semana, cerca de 14 mil casos foram notificados. “A expectativa é que o número chegue aos 17 mil até os próximos dois meses”, afirmou.
Na capital, a dengue atingiu 1.354 pessoas somente na região Oeste, a mais afetada. Um óbito foi confirmado e cinco notificações protocoladas. No estado, quatro mortes foram confirmadas e mais 20 aguardam a conclusão dos exames laboratoriais para atestarem a causa da morte via dengue hemorrágica. Os números, porém, são subnotificados. Nem sempre os pacientes com sintomas da doença se dirigem às unidades de saúde para confirmação da moléstia.
O representantes da Comissão cobraram mais empenho dos Governos Estadual e Municipal noa prevenção e combate à doença. Além disso, cobraram o respostas aos encaminhamentos de reuniões realizadas anteriormente e sugeriram a criação de uma campanha independente e intermitente para que a dengue seja prevenida todos os dias.
