sexta-feira, 19 de abril, 2024
28.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

O ano em que lemos quadrinhos

- Publicidade -

Yuno Silva
Repórter
colaborou: Rodrigo Brum

O ano de 2013 rendeu bons frutos aos quadrinhos potiguares, um ano considerado por amantes da arte sequencial e profissionais da área como dos mais produtivos e movimentados para o segmento. Diversas exposições e eventos, surgimento de cursos e selos editoriais, lançamentos de títulos, presença de nomes de peso do mercado mundial, artistas potiguares conquistaram reconhecimento nacional e espaços dedicados às HQs foram abertos estão na lista de atividades que marcaram o período. Um panorama onde a exigência por ousadia e qualidade da parte tanto de leitores como autores são tendência.
Artistas participam de flash mob dos quadrinhos, no Parque das Dunas
Para o quadrinista Rodrigo Brum, chargista desta TRIBUNA DO NORTE e agora integrante da equipe fixa da revista de humor Mad, “a vontade de produzir foi maior do que a paciência para se encontrar editoras interessadas em publicar, esse foi o ano dos lançamentos independentes”, avalia. Ele cita a criação e retomada de selos, a abertura da comic shop da K-Ótica (na Livraria Nobel Salgado Filho) e a presença destacada do coletivo PQP (Produtores de Quadrinhos Potiguares) durante a Feira Internacional de Quadrinhos em Belo Horizonte.

“Fico feliz em ver diversidade e força de vontade dos profissionais que querem a cada novo trabalho o reconhecimento merecido. As coisas – finalmente – começaram a melhorar no que diz respeito à arte sequencial no RN, e cabe a nós continuarmos conquistando espaço”, acredita o desenhista Leander Moura.

Segundo Milena Azevedo, fundadora do selo MBP de quadrinhos e colaboradora do site Universo HQ, “o ano de 2013 coroa o trabalho que cada quadrinista potiguar vem fazendo, gente que resolveu abraçar a arte sequencial como profissão”.

O roteirista de quadrinhos Rodrigo Bezerra, do selo Estúdio Soluções Criativas (ESC), reforça: “O setor de quadrinhos e animação cresce e se fortalece a cada momento, agora chegou o momento de investirmos em qualificação, análise e estratégia do mercado. Temos que firmar parcerias também tendo como foco o lado empresarial”, garante.

Entre nós

Como forma de evidenciar o bom momento das quadrinhos potiguares, vale ressaltar que em 2013 o Rio Grande do Norte recebeu a visita de nomes ilustres como o mineiro Eddy Barrows, responsável pelos traços do Superman; e “o cara da Marvel” Mike Deodato Jr (Mulher-Maravilha, Os Vingadores, Hulk, Thor e Elektra). O quadrinista cearense Geraldo Borges, colaborador da DC Comics, resolveu se instalar na cidade e abriu a “Quadrinhos Estúdio de Desenho” aqui em Natal.

“Mas o grande destaque”,  informa Rodrigo Brum, “ficou por conta de Maurício de Sousa que, segundo ele mesmo, nunca fez uma palestra para tanta gente”, disse o quadrinista, lembrando da abertura da Feira de Livros e Quadrinhos de Natal, realizada em outubro, quando o criador da Turma da Mônica falou para cerca de 6 mil pessoas no anfiteatro do Campus Central da UFRN. “Inclusive não podemos deixar de citar a presença dos potiguares Williandi e Márcio Coelho nas coletâneas MSP+50 e MSP NOVOS 50, publicações especiais em comemoração aos 50 anos da Turma da Mônica”.

Para Brum, outra conquista que merece ser citada é o reconhecimento do projeto “Visualizando Citações”, da roteirista de quadrinhos Milena Azevedo. “Esse projeto trouxe um reconhecimento inédito para o mercado potiguar, pois pela primeira vez o RN esteve na lista dos finalistas do prêmio HQ MIX (o Oscar dos quadrinhos nacionais), na categoria web quadrinhos”.

QG dos quadrinhos

Um dos lugares que vem se tornando referência para quem produz e consome quadrinhos em Natal é a livraria Nobel Salgado Filho. “O local se tornou o principal ponto de venda das HQs produzidas no RN, ainda mais agora, com a abertura da loja K-Ótica”, disse Brum. Além da comic shop da K-Ótica, o estúdio de Geraldo Burges também funciona no local. “A livraria foi palco de diversas noites de autógrafo e dos ‘Cafés Literários’, momento criado para conversarmos (artistas e público) sobre quadrinhos”.
Encontro com Sidney Gusman (MSP), Brum, Maurício de Sousa, Williandi e Márcio Coelho
Mas nem tudo são flores, e o chargista Rodrigo Brum lamentou o quinto aniversário do calote da Fundação José Augusto quanto ao pagamento do edital Prêmio Moacir Cirne de Quadrinhos. “Outra notícia triste foi a morte prematura do chargista Amâncio, vítima de acidente automobilístico. Ele era um dos chargistas mais polêmicos do Estado e vencedor de vários salões de humor espalhados pelo país”, recordou.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas