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O ator e o papel

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Refletores – Valério Andrade
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Há um tipo de ator, frequentemente presente entre os coadjuvantes do cinema americano do passado, que, ultrapassando os limites da competência habitual, valorizavam o personagem. Mais do que isso: tornava-se o seu co-autor.

Nas novelas, às vezes, artistas da categoria de Ary Fontoura ou Elias Gleizer, têm alcançado essa co-autoria que nasce no papel (roteiro) e se   corporifica na tela. É o que está acontecendo com Othon Bastos em Império.

Papel difícil
A atuação de Othon Bastos como o formal e submisso Silviano, é particularmente notável, inclusive, pela falta da figura do mordomo na tradição da vida real e na ficção. E, também, por não ter contado com as coberturas tradicionais do humor, do medo ou do ódio gerados pelos vilões.

A imagem do mordomo
Silviano era uma figura cinza, que, junto com o passado desconhecido, ocultava emoções e sentimentos. Deixava transparecer, apenas, sua dedicação formal à família e a sua veneração por Maria Marta (Lilia Cabral).

Entre tantos personagens e conflitos da família do comendador José Alfredo Medeiros (Alexandre Nero), Silviano poderia passar como figura decorativa, mas graças à sóbria e expressiva imagem cênica do intérprete, sempre foi mais do que isso – pois,  mesmo  no seu silêncio, só falando o necessário, interpretava com o olhar, e, a despeito  da imobilidade física, se fazia presente perante a câmera.

A reviravolta
Segundo o próprio Othon Bastos, por desconhecer em mais 100 capítulos qual seria o futuro de Silviano na história, ele foi tomado da mesma surpresa do telespectador. Surpresa provocada pela súbita reviravolta do personagem e, por causa dessa inesperada mudança, protagonizou duas cenas impactantes: ao exteriorizar a José Alfredo o ódio e desprezo que sentia por ele. Outra cena memorável ocorreu na solidão do seu pequeno apartamento, quando, contemplando o retrato da época em que eram casados, revela o afeto amoroso que ainda sente por Maria Marta.

A comparação
Por causa das atuações no cinema e no teatro, não seria surpresa Othon Bastos ter uma boa atuação – surpreendente foi, em virtude das limitações do papel, havia alcançado o nível da excepcionalidade artística.

Não seria exagero afirmar que em Império alcançou o patamar de Anthony Hopkins em Vestígios do Dia, feito extraordinário, inclusive pelo fato de o mordomo não fazer parte da teledramaturgia brasileira e do papel não possuir a elasticidade dramática e as possibilidades oferecidas ao ator inglês.

Placar das atuações
Nathalia Dill – Esteve bem em “Escrito nas Estrelas”, mas como a Laura de Alto Astral está física e verbalmente acelerada.
Deborah Secco- Seria melhor não ter participado de (Boogie Oogie), por causa da novela e pela insignificância do papel.
Julia Gam – Ao querer brilhar e almejando repetir a façanha de Adriana Esteves, exagerou no tom, banalizou e artificializou a maldade e foi aprisionada pela armadilha (Boogie Oogie) da vilã caricatural.
Isis Valverde – Como a Sandra de Boogie Oogie deu como atriz um salto para trás.

Personagem
Ser chato é pecado mortal para qualquer personagem. Em Alto Astral quem lidera o ranking da chatice é o Manoel interpretado por Leopoldo Pacheco. Com aquela barba, aquela cabeleira, seu visual seria mais apropriado ao papel de um lobisomem  humorístico.

Mistério & beleza
Especialista em beleza dos rostos carnavalescos mascarados, nosso observador, leitor atento do álbum do colunismo social, selecionou mais três caras para Refletores: Ana Barros, Leila Cunha Lima, Juliana Mandu.

Sinal vermelho
O atendimento do Rádio Táxi, que já foi bom, de uns tempos pra cá vem piorando, e, atualmente, é péssimo. E, como consequência, o mesmo aconteceu com o tempo de espera do táxi, o que também prejudica os motoristas. O que terá acontecido?

Abuso
O serviço telefônico do Rápidão Cometa é péssimo – e o atendimento de, pelo menos, um setor, não fica atrás. Será que a matriz trata o pernambucano como a filial trata o natalense?

Frase
Reproduzida no plantão radiofônico do Café São Luiz: “Carlos Augusto (Rosado) só atende a linguagem dele. É um cafajeste”.

Bastidores
Comenta-se que Alexandre Nero anda estressado com as exigências do papel (José Alfredo) e o ritmo das gravações. Impaciente e nervoso, desconta em Roberto Birindelli (Josué, o motorista) quando este esquece ou erra o diálogo, o que exige a regravação da cena.

Galeria da arrogância Fernando Collor de Melo, Dilma Rousseff, Aloizio_Mercadante.  

Clube do Pinóquio Lula da Silva (Presidente).

Trailer
Nas boas chamadas de Babilônia, duas atrizes se destacam, pela originalidade da apresentação das personagens e pelo visual: Gloria Pires e Adriana Esteves.

Inflação   
Na maré montante da inflação, depois do gás de cozinha, da água mineral, chegou a vez do nosso pão de cada dia.

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