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“O desafio é superar a gestão amadora”

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» Francisco Júnior, do Conselho Nacional de Saúde

Quais os gargalos que o senhor vê e que precisam ser enfrentados?

Primeiro grande gargalo que percebo é a necessidade de estruturar a rede atenção primária. Hoje, a população está tendo uma dificuldade muito grande nos postos de saúde, naquilo que a gente chama de rede de atenção básica, e em consequência disso as pessoas recorrem aos pronto-socorros e a UPA, porque não tem uma porta de entrada resolutiva. E isso acontece porque não tem uma força de trabalho corretamente capacitada e uma rede realmente equipada com o que é necessário para que as respostas aconteçam. Precisa estabelecer de forma clara os serviços de referência, que possam dar respostas ao que foi diagnosticado, ao que foi encaminhado pela rede primária.

Além disso, o que deve ser enfrentado?

A questão da estruturação da força de trabalho. É comum as pessoas não encontrarem na rede básica psicólogos; é comum as pessoas com hipertensão e diabetes não encontrarem nutricionistas; é comum  as pessoas não encontrarem farmacêuticos para orientar o tratamento de forma correta. Digo, que estruturar a força de trabalho da equipe multiprofissional de forma correta é extremamente fundamental. O desafio é superar a gestão absolutamente amadora e equivocadamente politizada. Em resumo, os desafios são estruturar a rede básica, com rede de referência; colocar à disposição da população equipe multiprofissional de saúde e profissionalizar a gestão pública.

Como cidadão, como o senhor gostaria que o novo gestor tratasse a cidade?   

Eu gostaria muito que na saúde a gente tivesse o que a gente chama de uma gestão transparente, participativa e democrática.  Uma gestão onde o gestor administra com a participação efetiva da população e isso pode acontecer fortalecendo o Conselho Municipal de Saúde. Ter o conselho seu principal parceiro. Outra forma é cumprindo a legislação e ir a Câmara Municipal  periodicamente  para prestar contas de tudo que tem sido feito, seja do ponto de vista estratégico, financeiro ou técnico. Terceiro, essa aproximação e co-responsabilização da população pode acontecer nos próprios serviços, através de conselhos gestores, onde a população possa dizer o que está incomodando, o que está sendo necessário. Espero um gestor que coloque em prática o que se defende sob o princípio da gestão democrática.

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