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O emprego terapêutico do magnetismo

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Dr.  Jorge Boucinhas [ médico e professor da UFRN ]

As diversas Medicinas ditas Complementares (denominação que a Organização Mundial da Saúde refere preferível a Alternativas, pois trata-se de formas de colaborar com a Medicina Oficial e, não, de, substituí-la) têm oferecido aos interessados um sem-número de maneiras de melhorar as condições físicas e emocionais das pessoas.  Uma delas, ainda pouco divulgada, é o emprego da Magnetoterapia ou Imantoterapia, sinônimos que indicam o tratamento por meio de ímãs.

O planeta Terra é, em si mesmo, um grande magneto, levando energia a todos organismos vivos, seja animais seja vegetais. Como um ímã natural, tendo dois pólos geográficos, um Norte e outro Sul, tem também dois pólos magnéticos, próximos aos geográficos, mas sem coincidirem. O próprio corpo humano age como um magneto. Considerando-se-o verticalmente, a cabeça e a parte superior do corpo seriam setentrionais, enquanto as partes de baixo seriam meridionais. Ora, de acordo com as leis naturais, qualquer ação no sentido natural gera paz e conforto. Assim, se o indivíduo deitar-se com seu Norte (cabeça) para o Norte da Terra conseguir-se-á ajudá-lo a restabelecer o equilíbrio psico-emocional. Esta já é uma primeira sugestão magnetoterápica para o bem estar geral.

No que diz respeito ao campo de ação dos ímãs permanentes artificiais, pesquisas, efetuadas principalmente a partir da década de 60, mostraram 2 grandes domínios de influência sobre os mecanismos biológicos. Em primeiro lugar, ocorre um favorecimento ou inibição da liberação de neurotransmissores, pelo que grande importância tal terapia por ímãs toma, em particular, na sedação da dor.  Todas as algias, de origem traumática ou não, podem ter seu tratamento auxiliado. Afora isto ocorre o estímulo do parassimpático, o que repercute em ações vegetativas, podendo-se usá-los para auxiliar nos tratamentos de Medicina Interna.

A Magnetoterapia é, simultaneamente, uma Ciência e uma Arte. Ciência no quanto seus dados são oriundos principalmente da precisão da Física, sendo similar à Eletroterapia e caminhando pari passu com ela. Arte no quanto envolve de inspiração quando da seleção de técnicas e da sua adequação aos diferentes pacientes.     

O seu uso não é algo novo: os antigos árias indianos já usavam-na há milhares de anos e sua citação está no Athrarva-Veda. Os antigos egípcios também conheciam-na por volta da mesma época, entre o primeiro e o segundo milênios antes de Cristo. A famosa Cleópatra portava um ímã na fronte para conservar a juventude e a beleza, podendo-se fantasiar que talvez tenha estado nisto um pouco do segredo que levou César a ser arrebatado e conduziu Marco Antônio à ruína.

Quanto ao nome, há os que preferem considerá-lo devido a um pastor de nome Magnés, que encontrou pedras que atraiam metais ao fazer pastar seus rebanhos, tendo passado a usá-las nas sandálias para caminhar melhor e sem cansaço, enquanto outros referem dever-se à abundância destas pedras imantadas na localidade de Magnésia, na Ásia Menor. De uma forma ou de outra, cêrca de 800 A.C. já eram estes litos bem conhecidos dos gregos e Aristóteles, em 350 AC, já os citava. Os chineses foram práticos e deram-lhes um uso mui eficiente ao usá-los na determinação das situações geográficas, sob forma de bússolas. No Medioevo europeu o grande Paracelso atribuía-lhes grande valor curativo.

Mais modernamente foram os grandes pioneiros da Eletricidade, como Faraday, Ampère, Oersted, Arago e Biot, que levaram avante os maiores estudos científicos sobre as propriedades magnéticas.    Nos tempos que correm os grandes experimentos sobre o Biomagnetismo e suas aplicações terapêuticas têm tido lugar nos Estados Unidos, na Rússia, no Japão e na Índia.

De uma forma geral os magnetos são divididos em Naturais e Artificiais. São naturais os representados por substâncias criadas pela natureza que têm propriedade de atrair metais.

Os artificiais são de produção humana, chegando a ser 10 a 100 vezes mais possantes que os naturais de igual volume, podendo ser Eletromagnetos ou Magnetos Permanentes. Os primeiros trabalham somente quando submetidos à passagem de uma corrente elétrica, sendo mui usados em várias indústrias.   Os segundos, uma vez carregados, continuam a funcionar por tempo relativamente indeterminado.   Os há de várias forma, principalmente sendo oferecidos os em barra, os semi-esféricos, os cilíndricos, os quadrados, os retangulares e os em forma de anel.

Como podem ter um interessante uso para melhorar a saúde e são extremamente simples de usar, o próximo Artigo lidará com suas aplicações.  Até lá!

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