quinta-feira, 18 de abril, 2024
27.1 C
Natal
quinta-feira, 18 de abril, 2024

O inverno dos vinhos tintos

- Publicidade -

Gilvan Passos

No Brasil o consumo de vinho ainda está associado ao clima. Diz o consumidor comum brasileiro: “o Brasil não tem clima para consumir vinho”, baseado na predominância climática do nosso país tropicaliente. Mas o clima não define se devemos ou não beber vinho, e sim que vinho devemos beber. Associar o clima frio que não temos ao consumo de vinho é desconhecer que há vinhos para os mais variados climas, do inverno siberiano ao calor do Saara.
O vinho tinto na temperatura como se faz na Europa não é igual a forma de bebê-lo no Brasil
O fato é que o clima ameno do inverno nas cidades do Sul e Sudeste do Brasil torna os vinhos tintos (de longe os mais consumidos do país e do mundo) a bola da vez, isso elevando sobremaneira o consumo dos tintos. No Nordeste, região mais quente do país, onde o inverno é marcado apenas pela presença da chuva e por uma ínfima queda na temperatura, o consumo também melhora, desencadeando uma procura maior nos pontos de venda, do vinho tinto. Agindo dessa forma, o consumidor dá a entender que os vinhos brancos e rosados não são vinho, mas um subproduto do vinho tinto. No entanto, bebe melhor quem entende o vinho como uma bebida de ocasião. Tanto é verdade que em países de clima muito frio, o vinho poderá ser até aquecido para chegar a temperatura ambiente (chambrer). Um outro erro muito freqüente nas cidades do Nordeste é ver o turista europeu aqui querer apreciar o seu vinho tinto na temperatura como faz na Europa, como se os dois continentes tivessem em comum a mesma condição climática. Isso nos leva a entender que ser europeu e ter o hábito de consumir vinho regularmente às refeições não transforma o europeu comum no entendedor de vinho. Bom, enquanto a cultura do bom consumo não se instala abrangentemente em todo país (algo que está em curso e demanda tempo), vamos aproveitar para desfrutar nesta estação (inverno) do vinho tinto, já que é só ele que a maioria do consumidor brasileiro entende como vinho. 

Vinhos da estação
Se o clima está mesmo frio e eu não me refiro a cidade de Natal, mas ao local onde você se encontra, seja uma destas cidades serranas do interior, a sala de jantar da sua casa ou mesmo o restaurante, vá de tinto encorpado. Eles são um lenitivo para a baixa sensação térmica que trazem desconforto ao corpo. Vinhos estruturados de castas como Tannat, Cabernet Sauvignon, Malbec e Syrah de alta gama, ricos em extrato e álcool, podem aquecer não só o corpo, mas também o espírito numa noite fria. É importante lembrar que estes vinhos requerem pratos igualmente intensos em sabor, senão falarão sozinhos na harmonização. Os pratos em ocasiões assim devem ser daqueles que também aquecem o corpo. As sopas quentes, a fondue de queijos, carne e chocolate, as massas e os pratos mais calóricos e de sabores mais intensos são a melhor pedida nestas ocasiões. Em resumo, adequar-se a ocasião quando o assunto é vinho e alimento, acaba por nos dá mais satisfação à mesa e esse, eu creio, é o objetivo de todo bom gourmet.  

Agenda do vinho em julho
13 e 14/07 (segunda e terça-feira) – Curso de Introdução ao Vinho e à Degustação no Wine Bar da Adega São Cristóvão.
21 e 22/07 (terça e quarta-feira) – Curso Temático de Vinhos da Itália no Wine Bar da Adega São Cristóvão. As inscrições para ambos os cursos já poderão ser feitas em qualquer das lojas da Adega, Integração e Tirol. Fones: (84) 3025-0065 e (84) 4006-6370
25/07 (sábado) Lançamento do livro: Despertar para o vinho em evento de Queijos & Vinhos com palestra no Festival de Inverno de Garanhuns.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas