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O Justo Valor da Qualidade

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Qual foi o menor preço que você pagou por um vinho verdadeiramente honesto? Quantas vezes você gastou mais do que devia por um rótulo frustrante? Seguramente todos nós que bebemos vinho regularmente já passamos por ambas as situações, e só as transporemos com o auxílio do conhecimento e do exercício (que aporta experiência), aliado ao autoconhecimento no que tange as nossas preferências enológicas, capazes de prevenir tais incidentes.

Conhecer os limites da qualidade, tanto no que diz respeito ao lixo, quanto no que diz respeito ao luxo enológico, é perfeitamente possível, objetivo e até matemático. Senão vejamos: imagine uma escala numérica horizontal, em que o eixo, igual “0”, representado pelo valor de R$ 50,00 (preço de importadora), indique um vinho honesto, e na qual todos os valores que progredirem à esquerda desse eixo sejam decrescentes, e redutores da qualidade, e todos os valores que progredirem a direita desse eixo sejam crescentes e promotores da qualidade.
Conhecer os limites da qualidade, tanto do lixo, quanto no que diz respeito ao luxo enológico, é perfeitamente possível, objetivo e até matemático
Tanto num sentido quanto noutro haverá um ponto limite a partir do qual não será mais possível mensurar essa qualidade sob o ponto de vista prático. Mesmo numa progressão de R$ 50,00 a R$ 500,00 a direita dessa escala, o gradiente de qualidade sofrerá colapsos que nos impossibilitará de quantificá-la, mesmo tecnicamente, sendo possível apenas, na melhor das hipóteses, qualificá-la, dado que o que contará mesmo a partir de certo valor será a força midiática da marca, a grife, o desequilíbrio mercadológico entre oferta e procura e tudo mais, exceto a qualidade técnico-sensorial. Não menos diferente será pensar na digressão oposta do lado esquerdo da escala, em que os preços barateiam dissolvendo a qualidade natural do vinho em algo maquiado a custa dos aditivos reparadores das safras ralas, desprovidas de substância.

A julgar por essa abordagem fica fácil intuir que um vinho de R$ 500,00 não é 10 vezes melhor do que um vinho de R$ 50,00. Eventualmente ele poderá ter sutilezas, imperceptíveis para a maioria dos apreciadores, mas o quantum de qualidade é improcedente. No outro extremo da escala (o negativo), se engana quem pensa que os truques limitam-se a maquiagem da industrialização vinícola. Ele vai além, consubstanciando-se na apresentação (imagem) forjada para impressionar através da garrafa, de rótulos arrojados, de termos como “Reserva” (banalizado no novo mundo) e de códigos, imagens, cores e símbolos desprovidos de sentidos no que tange a qualidade. O curioso é que só correndo riscos se transcende essa fase da descoberta, mas um risco calculado que nos leva as descobertas com o mínimo de desastres e de despesas.

Obs. Os valores mencionados nesta matéria referem-se a preços de gôndolas no Brasil, e a qualidade referida é a técnica, que apenas eventualmente poderá comungar com o gosto do consumidor comum.

Degustação Temática de Vinhos Espanhóis
Hoje, às 20 horas no Bistrô Vinhedos da Prudente de Morais, com uma abordagem sobre os vinhos da Espanha como poucos conhecem. Degustação de quatro vinhos espanhóis de castas distintas com mediação em multimídia por este consultor, seguida de um jantar temático com pratos e vinhos ibéricos. Informações e inscrições pelo (84) 3213-9080. Vagas limitadas.

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