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O Nordeste visto na tela do Cine Natal

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Yuno Silva – repórter

O audiovisual potiguar, sobretudo o natalense, vive sua melhor fase: de carona na produção de realizadores independentes ou a bordo de editais públicos e festivais, o cenário local de cinema dá saltos quantitativos e qualitativos fáceis de serem percebidos. Uma das janelas para vislumbrar esses avanços se abre hoje, no Mercado de Petrópolis, com programação gratuita que inclui exibições de curtas e longas, mostra infantil, palestras e debates com diretores, produtores e artistas convidados daqui e de outras partes do país. Com atividades para atender todas as faixas etárias, o Cine Natal propõe pensar sobre questões importantes que permeiam o segmento e descortinam novas possibilidades e desafios. Promovido pela Prefeitura de Natal, sob coordenação do setor de Audiovisual e Novas  Mídias da Secretaria Municipal de Cultura/Fundação Capitania das Artes, o evento com ares de festival, permanece em cartaz a partir da manhã desta quinta (27) e segue até o sábado (29), com sessões distribuídas nos três turnos, a partir das 9h e até às 22h. As atividades ocupam a Sala Abraham Palatinik, localizada no mezanino do Mercado de Petrópolis, e o Pavilhão Cine Natal montado no estacionamento na parte de trás do mercado.
Cinema nordestino será o tema central do Cine Natal, festival que tem início hoje no Mercado de Petrópolis
Entre os destaques da programação, sessões com os longas “Os Pobres Diabos”, de Rosemberg Cariry, vencedor do prêmio de Melhor Filme pelo júri popular no Festival de Brasília de 2013; “A Luneta do Tempo”, filme de Alceu Valença que estreou no mês de agosto durante o Festival de Gramado e que será exibido pela segunda vez no Nordeste; “Pingo D’Água”, de Taciano Valério; e exibição comemorativa dos 40 anos de “A Noite do Espantalho”, do diretor e compositor Sérgio Ricardo.

Cariry, Taciano e Sérgio Ricardo figuram entre os convidados que marcarão presença nesta segunda edição do Cine Natal. Ricardo, autor da trilha sonora do clássico do Cinema Novo “Deus e o Diabo na terra do Sol”, de Glauber Rocha, ainda faz pocket show na noite de encerramento do festival.

Quem também confirmou presença foi o crítico, roteirista, diretor e ator veterano Jean-Claude Bernardet, 78, belga-brasileiro considerado um dos mais teóricos de cinema mais respeitados do país. Ele protagoniza “Pingo D’Água”, que será exibido às 14h do sábado.

O evento também exibirá na noite desta quinta, com sessão iniciando às 19h30, os três curtas-metragens incentivados ano passado pelo edital público homônimo: “Três Vezes Maria”, de Marcia Lohss; “Janaína Colorida Feito o Céu”, de Babi Baracho; e “O Menino do Dente de Ouro”, de Rodrigo Sena. A sessão será seguida de debate com os realizadores. Ainda estão na pauta conversas sobre “O Nordeste no Cinema Brasileiro”, “Audiovisual Contemporâneo, Mecanismos de Exibição e Distribuição”, “O Ofício do Ator e a Cena Contemporânea – Teatro, Cinema e TV” e  “Cinema, Música e o Imaginário do Nordeste no Cinema Brasileiro”.

Diretor, roteirista e produtor, Rosemberg Cariry, 61, autor de filmes como “Patativa do Assaré”, “Corisco e Dadá”, “Cine Tapuia” e o recente “Os Pobres Diabos”, acredita o Nordeste está na dianteira, na “vanguarda” contemporânea do cinema brasileiro: “O que vemos hoje por aqui é uma renovação de linguagem. O Nordeste tem  um papel importante dentro desse contexto de renovação, prova disso são os espaços conquistados tanto no mercado interno quanto externo”, avaliou Cariry em entrevista.

Para o diretor cearense, o novo desafio do segmento audiovisual é lidar com a convergência tecnológica. Nesse sentido ele destacou os projetos desenvolvidos no Porto Musical, em Recife, e no Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital da Universidade Federal do Piauí. “Temos tudo para ser referência nesse aspecto também”, garante. Para Rosemberg, “em lugar nenhum do mundo não há como se produzir filmes sem incentivos fiscais”: “O cinema é uma industria poderosíssima, e esses editais públicos não é favor nenhum e sim investimento e reconhecimento da importância do audiovisual para a cadeia produtiva da cultura e para a economia”. “Os Pobres Diabos”, de Cariry, abre a programação do Cine Natal na manhã de hoje, com sessão às 9h. O filme é uma comédia que narra as viagens da trupe do Gran Circo Teatro Americano pelo sertão.

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