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O novo time da Cultura

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Yuno Silva – Repórter

Novos ares começam a soprar para os lados da Fundação Capitania das Artes, instituição responsável pela condução do política cultural em Natal, e as palavras de ordem por lá são diagnóstico, diálogo e planejamento. A nova equipe que está se formando sabe que não há tempo para lamentações e que o desafio é do tamanho da expectativa de todo um segmento. Na edição de ontem do Diário Oficial do Município foram publicadas as primeiras nomeações e o sentimento geral é de reconstrução: Dácio Galvão foi formalizado no cargo de presidente da Funcarte, e junto com ele alguns departamentos tiveram o comando definido.
Equipe que irá tocar os projetos da Funcarte e futura secretária é formada por artistas e técnicos, entre eles Fernando Yamamoto e Flávio Freitas
A lista ainda não está completa, inclusive pode haver outras indicações na edição de hoje, e entre as 14 vagas preenchidas na quinta-feira estão a de diretor do Departamento de Artes Integradas, sob responsabilidade do artista plástico Flávio Freitas; o Núcleo de Música ficou a cargo do maestro Neemias Lopes; o jornalista Rafael Duarte assume a chefia do Núcleo de Audiovisual e Novas Mídias, e acumula o cargo de editor da revista Brouhaha; o sociólogo Josenilton Tavares foi destacado para a chefia do Centro Municipal de Artes Integradas (CMAI); Fernando Yamamoto, diretor dos Clowns de Shakespeare, será o diretor do Departamento de Programas, Projetos e Eventos Culturais; Yanna Medeiros é a gerente de Organização e Produção de Eventos; Hélio de Oliveira está como diretor do Departamento de Patrimônio Cultural; e Odinelha Targino ficará à frente do Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão.

Completam esta lista inicial ‘Baía’ Jasiello como chefe de gabinete; Valda Bezerra, coordenadora administrativo financeiro; Dionísio Outeda para a assessoria de imprensa; mais Mozart Galvão, Thayse Fortunato dos Santos e Cristiano Régis Alexandre de Medeiros para outras funções administrativas.

Para traçar um panorama inicial das orientações que irão nortear as primeiras ações da Capitania das Artes, o VIVER conversou com os titulares de setores e departamentos que estão na linha de frente e mais próximos aos artistas natalenses. O ponto em comum é o mesmo: todos admitiram que há muito o que fazer.

DIAGNÓSTICO

Josenilton Tavares está com a missão de movimentar o CMAI, instalado na área de lazer do Panatis, zona Norte da cidade, e o momento é de avaliar o relatório apresentado pela gestão anterior. “Ainda não posso precisar uma realidade, estou estudando o relatório para que possamos fazer um diagnóstico e traçar metas. O que posso adiantar é que o prédio precisa de limpeza e reparos básicos para receber a população”.

Questionado sobre como irá trabalhar o conceito de “artes integradas”, Tavares disse que a ideia é criar atividades em conjunto para que o projeto pedagógico possa proporcionar essa integração. “Vamos investir em três pilares, que considero fundamentais: formação e capacitação básica; acesso (fruição); e fomento”, apontou. O gestor diz não abrir mão de trabalhar em sintonia com escolas e arte educadores da rede municipal. “Também queremos nos aproximar de associações, Ongs, centros comunitários, sempre buscando a sustentabilidade e observando o potencial que já existe. O planejamento será traçado a partir da observação e do diálogo, pois tem muita gente boa fazendo coisas boas que o poder público desconhece”, acredita Josenilton.

Yanna Medeiros, do setor de Organização e Produção de Evento, segue pelo mesmo caminho: antes de qualquer coisa, trabalha no levantamento geral do que existe e o que foi deixado pela gestão anterior. “Precisamos registrar tudo para termos uma visão ampla da situação, antes de retomarmos atividades que foram interrompidas”, disse Yanna, que já trabalha na formatação de um Carnaval “mais enxuto e dentro da realidade”, na elaboração de projetos e na busca de parceiros junto a iniciativa privada e o Ministério da Cultura.

GESTÃO DEMOCRÁTICA

Fernando Yamamoto disse que o convite para integrar a equipe surgiu após uma conversa com Dácio Galvão, onde o diretor dos Clowns ressaltou a necessidade da Funcarte adotar uma gestão democrática e capaz de dialogar com os vários segmentos. “Todos os processo devem ser guiados por editais públicos”. Yamamoto ressalta que, “apesar de não ter experiência como gestor público”, aceitou o desafio de colaborar com o compromisso de trabalhar na construção de uma gestão “participativa e moderna”.

“Falei ao Dácio que não abriria mão do meu trabalho com os Clowns, mas o grupo está abraçando essa missão junto comigo e vamos flexibilizar ao máximo minha atuação no grupo. Inicialmente será uma gestão de reparação, pois não vamos começar do zero e sim com saldo negativo”.

O diretor do Departamento de Patrimônio, Hélio de Oliveira, também reconhece a necessidade de adotar uma gestão compartilhada. “Neste momento estamos avaliando o real estado de conservação dos museus (Memorial de Natal e de Cultura Popular), do acervo; e não vamos esperar tudo acontecer para começar a agir, temos ações de emergência”. Oliveira informa que será necessário fazer um mapeamento capaz de nortear ações que valorizem atividades o patrimônio imaterial. “Há muita coisa pra ser feita, agora é arregaçar as mangas e trabalhar”.

O jornalista Rafael Duarte, cuja nomeação será corrigida pois ele foi erroneamente indicado para também assumir o Núcleo de Artes Plásticas, será responsável pelo planejamento de Novas Mídias e Audiovisual. “Pelo pouco que sei, existe um edital para utilização dos equipamentos de audiovisual (câmeras e ilhas de edição) que não saiu do papel. Nossa meta é colocar tudo para funcionar”, garante. Por enquanto Duarte, novo editor da Brouhaha, não tem previsão de quando sai um novo número da revista.

Carnaval: divisão dos polos será proporcional

Sobre o Carnaval, o primeiro dos principais ciclos festivos do ano, o músico Gilberto Cabral, coordenador do evento, informou que a prioridade é atuar de forma transparente e dentro do possível. “Ainda não temos um orçamento fechado para este anos, mas já estamos conversando com pessoas envolvidas (músicos, carnavalescos, diretores de blocos) e pensando como viabilizar a programação nos cinco pólos – Ribeira/Rocas, Redinha, Ponta Negra, Alecrim e Centro Histórico. Já nos reunimos com representantes das escolas de samba e tribos de índios, e até a proxima terça teremos encontros nas Rocas, Alecrim e Redinha. Percebo que além da ansiedade, estão todos com os pés no chão e cientes de que não teremos um Carnaval dos sonhos”.

Gilberto disse que os recursos disponíveis serão distribuídos de forma proporcional, “pois não dá para fazer uma festa bonita em um lugar e deixar capenga em outro”. A decisão se será lançado um edital para apoiar blocos deverá sair até o início da próxima semana, quando o prefeito Carlos Eduardo deverá falar oficialmente sobre o assunto.

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