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O oceano Índico da Petrobras

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Woden Madruga [ [email protected] ]

No amanhecer, depois da caminhada por algumas ruas do bairro, ouço e vejo Maria Júlia Coutinho com as notícias do tempo. A moça é um dos rostos mais bonitos da televisão, me agrada muito, até mesmo quando suas previsões do dia não são animadoras para o sertão nordestino, como as de ontem e ant’ontem. Mas os meteorologistas, reunidos no final da outra semana no Recife, garantem que teremos inverno normal até junho (abril, maio e junho) nas regiões leste e norte do Nordeste. Bom, nas regiões oeste e sul, temos aí as chuvas do Ceará, do Piauí (derna de janeiro) chegando na “tromba”, na Chapada do Apodi e de lá alcançando o Seridó que também recebe as chuvas da Paraíba. A preocupação da gente é com as chuvas que ainda não chegaram com força nos Agrestes, pegando o Trairi, o Potengi, subindo para João Câmara, Cabugi. A notícia vinda do Recife e que foi manchete da TN de ontem nos deixa com a esperança viva: “Meteorologistas reafirmam chuvas dentro da normalidade até junho”. Amém.

E o Oceano Índico? Tem o de Camões (Gidá se chama o porto, aonde o trato/ De todo o Roxo mar mais florescia,/ De que tinha proveito grande e grato/ O soldão que esse reino possuía./ D’aqui aos Malabares, por contrato / Dos infiéis, fermosa companhia/ De grandes nãos, pelo índico oceano,/ Especiaria vem buscar cada anno.) e tem o do avião da Malásia de profundos mistérios e infinitas dores, e é provável que surja no mapa um novo Índico para as futuras navegações da Petrobras. Os escândalos das suas refinarias, a da Pasadena e a de Pernambuco, estão na ordem (ou desordem?) do dia e levam a outros mares de suspeições. As manchetes, os editoriais, os artigos dos analistas políticos e econômicos ocupam os espaços nobres da mídia. Impressa e eletrônica. E é mote vibrante de discussões no Congresso onde  se “vislumbra” CPIs.

Depois de ver a previsão do tempo de Maria Júlia, passeio pela internet para ler o que os jornais lá de baixo dizem. Vi  as manchetes, as chamadas de capa, os editoriais, os artigos, as crônicas (recomendo, pra começo de conversa, Carlos Heitor Cony em “Paulo Francis e a Petrobras” e Arnaldo Jabor: “Éramos uma ilusão em 64”), as tantas colunas. Uma parada obrigatória e prazerosa na coluna de Dora Kramer, análise perfeita, correta, clara, do que acontece em Brasília. Título: “Caso sério”. Transcrevo algumas passagens:

– A ideia de usar a Petrobras para fins políticos já podia ser identificada claramente no primeiro grande encontro do PT, logo após a eleição de Luiz Inácio da Silva, no Hotel Nacional, em São Paulo. Nos bastidores, travava-se uma batalha pela presidência da empresa e os interessados comentavam o quanto o posto lhes seria útil para os planos futuros de eleições a governos de Estados.

– A falta de cerimônia naqueles comentários soava a bravata à época. Hoje fazem todo sentido, como um indicativo da ação premeditada agora exposta sem a menor sombra de dúvida na série de fatos relatados sobre os prejuízos que o manejo político da empresa vem causando à Petrobras.

– A cada dia tomamos conhecimento de um pior que no outro. O último diz respeito à Refinaria de Abreu Lima, em Pernambuco, um negócio já qualificado pela presidente da estatal, Graça Foster, como algo a não ser repetido. De acordo com documentos obtidos pelo ‘Estado’, a Petrobras perdoou um “calote” da Venezuela e assumiu o investimento de cerca de US$ 20 bilhões. Em nome da amizade bolivariana, em detrimento dos acionistas.

– Há, portanto, motivos de sobra para se investigar o que ocorre nas entranhas da Petrobras. Apenas talvez a  comissão de inquérito proposta pela oposição não seja o instrumento mais eficaz frente aos dados da realidade. O principal deles, a maioria governista no Congresso, que nesta hora não faltará ao Palácio do Planalto.

Tiro certo
Ainda da coluna de Dora Kramer, destaco a nota em seguida:

– O Instituto Lula desmentiu que o ex-presidente tenha dito que a presidente Dilma Rousseff deu “um tiro no pé”, ao dizer que aprovara a compra da refinaria nos Estados Unidos, baseada em relatório “técnica e juridicamente falho”.

– De fato, não foi essa a frase. A expressão usada por Lula foi “tiro na cabeça”.

João Faustino

Por iniciativa do deputado Henrique Eduardo Alves, a Câmara dos Deputados realiza na manhã de hoje (10 horas) uma sessão especial em homenagem póstuma ao ex-deputado, ex-senador e ex-secretário estadual de Educação, professor João Faustino. Será no Auditório Ulysses Guimarães.

O mundo político do Rio Grande do Norte deverá estar presente.

Feira do livro

Foi lançada, ontem no Teatro Dix-huit Rosado, a 10ª edição da Feira do Livro de Mossoró, que acontecerá no começo de agosto (de 6 a 10). Também foi lançado o VIII Prêmio Cosern de Literatura de Cordel.

Cultura
O prefeito Carlos Eduardo Alves viaja nesta quarta-feira no rumo do Rio de Janeiro. Em sua companhia, segue o presidente da Fundação Capitania das Artes, Dácio Galvão. Lá estão marcados encontros com escritores, poetas e artistas. Na pauta, entre outros assuntos, o Encontro de Escritores de Natal que está sendo planejado para o segundo semestre.

Sustentado
As folhas estão registrando seguidas idas da governadora Rosalba Ciarlini ao interior do Estado. O marquetingue oficial proclama que Rosalba está levando para alguns municípios o programa “RN-Sustentável”, também conhecido nas esquinas da ilusão com o apelido de “economia solidária”.

Mestre Gaspar, na calçada do Cova da Onça, faz trocadilho: – É o RN sustentável num governo insustentável.

E contando nos dedos das mãos:
– Faltam nove meses para o fim do mandato.

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