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O ofício divino das 34 irmãs Clarissas

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FÉ - Mosteiro produz a maioria das hóstias que abastecem as igrejas do RN

Por trás das paredes e portas rigorosamente fechadas à chave, as irmãs Clarissas do Mosteiro Nossa Senhora de Guadalupe, no município de Caicó, distante 256 km de Natal, dedicam seus dias, horas, minutos e segundos às orações contemplativas do ofício divino. Afinal, a vida em clausura é assim. Mas, repentinamente, o silêncio é quebrado. Do confinamento, vem um pequeno barulho em série, ritmado. São as irmãs trabalhando na fabricação de hóstias e na confecção artesanal de inúmeros artigos religiosos: imagens de santos, rosários, terços, velas litúrgicas e paramentos usados por padres e na decoração de altares.

É dali de dentro que sai grande parte das hóstias que abastecem dioceses espalhadas pelo Rio Grande do Norte e também os itens encontrados nos eventos religiosos do Estado. As peças feitas pelas irmãs Clarissas vão parar até nos estados da Paraíba e Pernambuco.

Pouca gente sabe desse trabalho, mantido escondido por trás das paredes da casa. Afinal, o mistério faz parte da vocação de quem opta pela vida em clausura, renunciando aos cuidados, ambições e desejos mundanos para dedicar-se integralmente a Deus.

Todo o trabalho é para manter a casa, já que as monjas não dispõem de outras vias para conseguir dinheiro além da colaboração dos benfeitores, que na maioria das vezes chega em forma de doação de alimentos. Por isso, assim como as orações, a produção não pode parar.

E envolve todas as 34 irmãs do mosteiro. Com a proximidade da Páscoa, em abril, e também da Festa da Padroeira de Caicó, Sant’Ana, um dos maiores eventos católicos do RN, em julho, a produção está em ritmo acelerado.

“Nós estamos retomando os trabalhos manuais agora. De janeiro até o Carnaval é uma época em que nos voltamos para as celebrações, ficamos mais recolhidas”, diz a irmã Angélica.

As tarefas são divididas por equipes. No momento, a atenção maior está sendo dada à confecção de círios pascais (símbolo de maior destaque no período de Páscoa) e velas litúrgicas (altar), tarefa na qual estão envolvidas seis irmãs, duas na produção das velas e quatro no acabamento artístico.

A produção de hóstias e de imagens também não pára. O mosteiro fabrica, por mês, 60 mil hóstias, que são vendidas para as dioceses de Caicó e Mossoró e também ao convento Santo Antônio, em Natal.

Para atender todo o RN e também os estados da Paraíba e Pernambuco, a produção de imagens é igualmente grande. As irmãs confeccionam as peças, pintam e também restauram aquelas com problemas. Um número grande de imagens de Sant’Ana já está pronto, em estoque, só esperando pelo início da festa da padroeira.

Além desses itens, e também de terços, rosários e paramentos usados por padres e na decoração de altares, as irmãs Clarissas passaram a fabricar, há três anos, pão integral e biscoitos de aveia. A produção ainda é pequena — 80 pães por semana —, mas já está presente em parte dos supermercados de Caicó, com o selo “Santa Clara”.

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