Amanheço ouvindo a CBN e suas manchetes matinais. Neymar permanece em todas, entre variações do tumultuado e inexplicável caso do Bolsa Família com a Caixa Econômica Federal. Em algumas rodas alta e medianas de Brasília chega-se mesmo a falar da criação de um ministério de boatos, tantas são as tentativas de explicações de ministros e dirigentes da CEF. Até agora ninguém aponta um tostão no que eles dizem. Final da noite de terça-feira, pelas sombras da Esplanada dos Ministérios falava-se que aquela história do telemarketingue, como fonte do boato da extinção do BF, também não é verdade. Nunca se boatou tanto em Brasília. Ou como diria o provedor-mor: “Nunca antes na história deste país…”
Mas a noticia ouvida na CBN que mais me chamou a atenção é a do fraco desempenho da economia brasileira, o tal do PIB (Produto Interno Bruto), que é a síntese de tudo que o país produz. O PIB do governo de Dilma Roussef continua “pibinho” e até agora, em nenhuma vez que foi medido, correspondeu as previsões da área econômica do governo. O PIB permanece “pibinho” lá se vão quase dois anos e meio do mandato da presidente Dilma. São nove trimestres – períodos nos quais é medido o crescimento da economia do país – de pibinho murcho.
A CBN destaca as manchetes dos principais jornais do país. No Estadão, por exemplo: “PIB cresce 0,6% no trimestre e fica abaixo das expectativas”. No Globo: “Consumo fica estagnado, indústria recua e o país tem outro ‘pibinho’: 0,6%. Na Folha de S. Paulo: “Economia do país cresce 0,6% no 1º tri, abaixo do esperado pelo mercado, diz IBGE”. Confiro a notícia, que começa assim:
– A economia brasileira cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior (dezembro, novembro e outubro de 2012). Em relação ao primeiro trimestre de 2012, o crescimento foi de 1,9%. Os dados vieram abaixo do crescimento esperado pelo mercado (0,9%). Nos últimos meses, o governo não fez previsões sobre os indicadores econômicos para evitar críticas.
Mas a estimativa do Banco Central, segundo se ouvia em Brasília, e na esteira do que apontava o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), era de uma expansão de 1,05% em relação ao quarto trimestre de 1012.
Para o mundo dos negócios, o mercado de um modo geral e economistas de instituições financeiras, as previsões do crescimento da economia brasileira para este ano de 2013 não são animadoras: abaixo dos 3%. O FMI projeta 3%. O Governo de Brasília acredita num crescimento de 3,5%
Não, não são animadoras as noticias de Brasília.
Política
Com o título de “Miriam Belchior cutucou onças com a vara curta”, Josias de Souza, em as coluna do Uol/Folha, comenta as desavenças entre o Planalto e o Congresso:
– De passagem pela Câmara, a ministra Mirian Belchior (Planejamento) disse que o governo enxerga um quê de inconstitucionalidade na emenda constitucional do orçamento impositivo. Na bica de ser votado pelos deputados, a emenda vai proibir o governo de passar na faca as verbas que eles destinam aos municípios que lhes rendem votos. Coisa de R$ 15 milhões por cabeça.
– Um escorpião do PP, que controla o Ministério das Cidades, comentou: “Essas meninas de dona Dilma ainda não deram conta do estrago que fazem cada vez que pisam no Congresso. Ao se opor ao Orçamento impositivo, a ministra contrata a próxima derrota do Executivo no Legislativo. Os gênios da base aliada já saíram da garrafa. E não há no governo quem os convença de entrar de novo.”
Chuva
Chuvas, poucas, aqui e acolá, como se vê no boletim de ontem da Emparn: Baia Formosa, 25,8 milímetros, Jaçanã, 16,6, Serrinha, 15,8, Campo Redondo, 15,4, Canguaretama, 11, Monte Alegre e Nova Cruz, 10, Santo Antônio, 9,2, Serrinha dos Pintos, 8 e Jundiá, 5,2 mm.
Clotilde
Dia 6 de junho, coisa das 18 horas, a escritora, dramaturga, cronista e atriz Clotilde Tavares, também médica, receberá o titulo de Cidadã Natalense. Ás vezes a Câmara Municipal de Natal acerta. Desta vez acertou em cheio. Ninguém é mais natalense do que esta paraibana de Campina Grande, vivendo por estas bandas derna dos anos 70. A proposta é do vereador Hugo Manso.
A propósito de Clotilde Tavares, aproveito a garupa e dou uma sugestão: passe na livraria e pegue o seu último livro, O verso e o briefing, que fala da “Publicidade na literatura de cordel”, publicado pela Editora Jovens Escribas. Li de uma tacada só, da Borborema aos cocurutos da Serra do Teixeira, caminhos dos cariris velhos paraibanos, do outro lado o Pajeú pernambucano, mais ou menos onde nasce o Riacho do Navio que “corre para o Pajeú o Rio Pajeú vai despejar no São Francisco o Rio São Francisco vai bater no meio do mar…” consagrado por Luiz Gonzaga e Zé Dantas.
Jazz
Hoje, todos os caminhos e veredas vão no rumo do Teatro Alberto Maranhão onde se apresentarão a cantora norte-americana Germaine Bazzle e o The Players New Orleans Jazz Band. Também subirão no palco a natalense Valéria Oliveira acompanhada do Candeeiro Jazz (Jubileu Filho, Sérgio Groove e Zé Hilton). Começa ás 19 horas. Germaine Bazzle está com 81 anos. Uma menina!
De Aurora
Quem anda por estas terras daqui é o agro-pecuarista paulista Gilson Bargieri, criador de Guzerá e Sindi em São Paulo e Minas Gerais. É um dos donos da vaca Aurora-WM, recordista mundial de leite da raça Guzerá, titulo conquistado no torneio leiteiro da Expozebu de Uberaba, realizado no começo deste mês.
O outro dono de Aurora-WM é o potiguar Alexandre Wanderley, que adquiriu a rainha ainda bezerra-princesa. Os dois almoçaram domingo em Queimadas de Baixo, onde Aurora-WM nasceu, filha de Pampa, que lá está produzindo bezerras todos os anos. O almoço de hoje será na Fazenda Barra da Cruz, de Alexandre, em Angicos, sertão brabo do Cabugi.
Castilho
Converso com o poeta Carlos Castilho, que saiu da Redinha para compromisso no Barro Vermelho. Fez um desvio danado para não passar pelo Baldo, receoso que o viaduto caia, como está dito nos jornais. Me falou ainda que a situação da Ponte de Igapó também é preocupante. Das duas pontes: a construída pelo Monsenhor Walfredo e a outra por Geraldo Melo. Imagine o aeroporto de São Gonçalo!
