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O Sommelier ontem e hoje

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A história desse profissional vem de muito longe. Na Mesopotâmia do século V, o Sommelier era chamado de Shagú, na Grécia antiga de Simposiarca, na Roma imperial de Rex Bibendi, no período medieval ganhou vários nomes: Magister Pincernarum, Echason, Copeiro, Garrafeiro e Caviste. Somente no século XIX, com abertura dos grandes hotéis e restaurantes é que a profissão teve início e foi cunhada a palavra Sommelier. A origem do termo vem de SOMME ou SOMMIER, do provençal SAUMALIER, responsável pelos animais que carregavam a soma dos alimentos e bebidas. Durante o renascimento francês, o Sommelier comprava o título e pagava para fazer parte da comitiva do rei ou de um nobre. Sua função era a de cuidar da armazenagem da comida e do vinho, mantendo essas provisões numa carruagem chamada de SOMME.
O bom Sommelier é um aliado do consumidor que o orienta sobre suas escolhas, pensando na sinergia do vinho com o prato do comensal
Sua tarefa era provar alimentos e bebidas (vinhos), em especialmente os perecíveis, antes de servi-los aos senhores, para preveni-los de que consumissem algo estragado ou envenenado. Na década de 1980, a imagem do Sommelier estilo francês se tornou indesejável nos restaurantes dos EUA, por sugerir uma caricatura intimidante de conselheiro de vinho, vestindo smoking, de sobrancelhas arqueadas e taste vin de prata pendurado no pescoço, sujeitando os clientes a vinhos super caros. Na atualidade, o bom Sommelier é um aliado do consumidor, que o orienta sobre suas escolhas, pensando na sinergia do vinho com o prato do comensal, na sua expectativa de gosto e, sobretudo, na sua disponibilidade financeira, propondo rótulos bem inseridos no contexto e de boa relação custo-benefício, com toda ética e descrição que o ofício exige.

Os melhores Sommeliers do planeta na atualidade são poliglotas e dominam não só o conhecimento dos vinhos e alimentos, mas também de outros fermentados e destilados, charutos, chás e cafés, sendo o destaque maior da profissão a titulação de Master Sommelier, comenda esta chancelada pela Court of Master Sommelier, com sede em Londres.

Para conquistar o cobiçado título (menos de 300 profissionais o tem em todo mundo), os candidatos se submetem a uma bateria de três dias de provas intensas, com degustação cega, prova de serviço e exame escrito. A aprovação transforma o candidato em cidadão do mundo.

A Legalidade da Profissão no Brasil
A profissão de Sommelier foi reconhecida e regulamentada no Brasil por decreto, no Congresso Nacional, sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff em 26 de agosto de 2011, de acordo com a Lei Nº 12.467, que estabelece como Sommelier aquele que executa o serviço especializado em vinhos, em empresas de eventos gastronômicos, hotelaria, restaurantes, supermercados, enotecas e em comissariaria de companhias aéreas e marítimas. Uma conquista para o vinho em nosso país, uma vez que enfatiza a importância desse profissional fomentador da cultura do vinho.

A Vulgarização do Título
No Nordeste, e digo com mais propriedade, em Natal, toda criatura que trabalha com vinho é de pronto intitulada pelo empregador, colegas de trabalho e clientes como Sommelier. Um erro, uma vez que para se ser Sommelier é preciso ter formação como Sommelier. Formação esta que no Brasil é creditada pela ABS (Associação Brasileira de Sommelier), Ciclo da Vinhas, da Sommelier Alexandra Corvo e Senac São Paulo. Detalhe: o curso é avaliativo e para obter a certificação o candidato tem de ser aprovado nas avaliações.

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