A repressão prolongada e a recente liberdade deixaram muitas questões a serem discutidas no universo feminino. São essas questões que formam o eixo do espetáculo “Não pise na dama”, que estreia domingo, às 19h, na Casa da Ribeira. 
A peça dirigida e também atuada por Carol Piñeiro (ao lado do ator Juão Nin), utiliza elementos de dança e teatro dentro de uma estética pop. A peça é mais uma produção do projeto Cena Aberta.
A apresentação é livremente inspirada no capítulo “O Jardim das Flores Vivas”, do clássico “Alice no País do Espelho”, de Lewis Carroll. A peça abora questões existenciais do individuo na contemporaneidade, só que agora com foco na mulher e no que envolve o seu mundo: as restrições, preconceitos, identidade, inseguranças, fragilidades e luta. Tudo isso em meio a uma atmosfera de sonho e um tanto delirante, que é o tom do romance lançado no século XIX.
Carol Piñeiro ressaltou que o espetáculo vai começar antes de chegar no palco: terá uma introdução nas ruas, como uma intervenção urbana. “Já que a data da estreia é próximo ao dia da mulher, vamos fazer uma intervenção urbana, uma Mise-en-scène, dentro do mesmo tema do espetáculo, convidando as pessoas a ver a peça”, disse. Um convite adiantado será feito neste sábado, durante a Marcha das Vadias, em Ponta Negra.
O espetáculo dá continuidade a uma pesquisa desenvolvida pela diretora Carol Piñeiro em colaboração com outro artistas, que teve início em 2010 com a peça “Serálice? ou Sobre Corvos e Escrivaninhas ou ALICE ou Se Eu Não Fosse Real (Não Conseguiria Chorar) ou Ninguém te Mostrará o Caminho”.
Serviço: Não Pise na Dama. Domingo, às 19h, na Casa da Ribeira. Entrada: R$5. Tel.: 3211-7710.
