Roberto Lucena – repórter
As obras do Terminal Marítimo de Passageiros no Porto de Natal sofreram um aditivo de R$ 3.267.469,76. O valor é quase a metade do que já foi pago à empresa Constremac Construções, responsável pela construção do projeto. De acordo com a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), o aditivo foi necessário devido às “más condições do terreno que surgiram após o início dos trabalhos”. Os engenheiros não descartam a possibilidade de um novo acréscimo no valor do projeto.
As informações estão publicadas no portal da Transparência das Obras da Copa 2014 e constam no terceiro quadro resumo das medições da obra. O engenheiro da Codern, Aderson dos Santos, explicou que é normal a necessidade de aditivos em qualquer obra pública. Segundo o profissional, nem tudo que é planejado é colocado em prática como estava estabelecido. “Em toda obra surgem problemas que são impossíveis de prever. No caso do Terminal Marítimo, tivemos problemas com o terreno. Foi preciso fazer um reforço do solo para se adequar ao projeto. Não havia como ter esse dado antes de começar a escavar”, disse.
Anderson não descartou a possibilidade de novos aditivos para a obra. Ele contou que às vezes surge uma nova tecnologia mais apropriada para o projeto e durante as demolições ou escavações, alguns empecilhos são encontrados. “É possível até mesmo que o valor diminua, em caso de adequações mais úteis”, acrescentou.
A construção do terminal de passageiros está em andamento e a previsão de entrega é agosto de 2013. Até o momento, cerca de 3% da obra foi concluída. Além do próprio terminal, está em curso a discussão com relação às obras de acesso ao novo equipamento. Mas há um empecilho: a agenda da prefeita. Semana passada, estava programada uma reunião de representantes da Codern e do Grande Moinho Potiguar com a prefeita Micarla de Sousa para tratar sobre o assunto. O encontro foi remarcado para ontem, no entanto, mais uma vez não foi realizado. “A reunião com a prefeita estava agendada, mas recebemos uma ligação de um assessor dela dizendo que não seria possível”, informou o presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo.
Além do Terminal Marítimo de Passageiros, a Ribeira deverá receber, nos próximos anos, outros aparelhos públicos que exigem mudanças urbanas no entorno destes. A expansão do Porto de Natal, inauguração do Terminal Pesqueiro, Museu da Rampa e uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado (IFRN) são exemplos de investimentos previstos.
Para as intervenções no trânsito no bairro, há uma pendência com relação à construção de um um viaduto que fará a ligação para o Terminal Pesqueiro, localizado ao lado da estação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O projeto do viaduto já foi aprovado pela secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), mas nunca saiu do papel.
Com o aditivo, o orçamento para Terminal Marítimo de Passageiros é, atualmente, de R$ 50.094.245,13. A Construtora Constremac é especializada na execução de obras portuárias e foi a responsável pela construção do Terminal Pesqueiro. O novo terminal de passageiros terá capacidade para três mil pessoas, inclui um prédio de dois pavimentos, balcões de atendimento, ambulatório, restaurante, salão de exposições e palco.
