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Olhando na folhinha

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Contando de hoje, fica faltando doze dias para a eleição, que cai no primeiro domingo de outubro, 5, consagrado, imagine, a São Plácido, um beneditino. Doze dias para as eleições (valem para Presidência da República, Governos estaduais, Congresso Nacional e Assembleias estaduais). Para o término da propaganda eleitoral (como é chata!) faltam menos dias: 10. Tudo acabará, rádio e tevê, no dia 2, semana que vem. E a propaganda nas ditas redes sociais? Um dia desses, li por aí que é nas tais redes sociais que os partidos e seus candidatos estão mandando brasa na propaganda eleitoral, caçando eleitores. Uma tuitagem de menos de meio minuto, me dizia um expert nessas ciências, vale mais do que um comício inteiro. Com a vantagem de o cabra-eleitor receber a mensagem na sombra de uma quixabeira, vendo as cabras moxotós pastando nos cercados cobertos de malva amarela renascida com as últimas chuvas, uma brisa fresquinha vinda da serra ao lado.

Por falar em quixabeira (‘Brumélia sertorum’ Mart.) domingo, agora,  foi  o Dia da Árvore. Não me lembro da data ter sido lembrada na ampla e variada mídia brasileira. Nem da missa do Padre Zezinho. Na televisão vi a notícia de que as queimadas que vêm ocorrendo no Brasil Central estão destruindo as matas. Estaria havendo também queimadas (algumas criminosas) no sertão do Piauí. Mas em nenhum noticiário nenhuma referência ao Dia da Árvore. Também ausente no calendário escolar.

Mas em Queimadas de Baixo houve manifestação, sim. Um Pau Brasil (Caesalpinia echinata  Lam.), solitário,  amanheceu florido, o amarelo de suas flores pequeninas salpicando a copa verde. Foi plantado há pouco mais de dez anos, ao lado de umas craibeiras (Tabebuia aura), prima do pau d’arco ou do ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia Nichlson), por este orador que vos fala. Apesar de ter dado o nome ao país descoberto pelos portugueses,  o Pau Brasil, nativo de nossas matas atlânticas, é pouco conhecido. Não me lembro dele nas praças públicas de Natal. Vi, muito tempo atrás, um Pau Brasil no Bosque dos Namorados, alto, frondoso. Não sei se ainda existe. Nem sei também se o Dia da Árvore foi lembrado no Parque das Dunas. Na rua onde moro, no Barro Vermelho, tem um pé de Pau Brasil verde o ano todo. Há outros em outras ruas do bairro.

Às vezes quando tiro um fino por eles,  nas minhas caminhadas matinais, me chega à pergunta: será que as escolas levam seus alunos a conhecer “pessoalmente” um pé de Pau-Brasil, a árvore que deu o nome ao país? Ou seus professores preferem usar o aplicativo? Aliás, aplicativo é a moda, o fino  do saber! Duvido um prefeito plantar em suas praças um Pau Brasil ou qualquer outra árvore nativa.  Agora, Palmeira Imperial é que mais se vê por essas ribeiras afora. Juazeiro, nem pensar. Luiz Gonzaga não se ouve mais nem em procissão de São José. Nem com aplicativo… Você já viu o trânsito de Natal mostrado pelo aplicativo? É o máximo da moda besta.

Sim, o domingo, 12, no calendário brasileiro das estações marcou o começo da Primavera. Daí, o Dia da Árvore. Bom, faltam 12 dias, uma semana e meia, para o dia das eleições. Até lá, tempo suficiente para umas 13 pesquisas. Cuidado com o aplicativo no dia de votar.

De Gargalheira
De Jesus de Rita de Miúdo, escriba seridoense, nascido no Acary, lendo nas folhas e ouvindo nas ondas do rádio o Açude Gargalheira secando, água no fundo do porão, me passou o seguinte imeio que me chegou na bacia das almas no amanhecer de sábado:

“Macho véi, vendo essas notícias sobre o velho Gargalheira, sinto um queimar na alma, um formigamento na ponta do nariz e, nas cacimbinhas dos meus olhos verte a água salgada. Se fosse doce, eu a canalizaria todinha para aquela garganta.

Macho, dá um nó na garganta ver o Gargalheiras daquele jeito, raquítico feito os calangos do Seridó, emagrecidos por esses quatro anos de seca, bem dizer mortos.”

Política
De Eliane Cantanhêde, em sua coluna de domingo, na Folha de S. Paulo:

– “Não é função da imprensa fazer investigação”, decretou a presidente e candidata Dilma, numa das suas entrevistas diárias no Alvorada, a uma multidão de representantes da própria imprensa.

– No fundo, Dilma queria dizer: “A função da imprensa é publicar as versões oficiais, as declarações que eu quero e tudo o que contribui com a minha campanha e atrapalha a dos meus adversários”.

– Não chegou a tanto, mas disse que nenhum órgão da imprensa tem o status da Polícia Federal, do Ministério Público e do Supremo, esses, sim, aptos a investigar e/ou julgar. E o PT, tem ou não?

Sávio
Sábado pela manhã, já chegando nos primeiros meio fios de Lagoa de Velhos, cruzo com Sávio Hackradt, candidato a deputado federal pelo PDT. Estava em campanha por aquelas ribeiras do Potengi. Na conversa rápida que tivemos, me pareceu bastante animado. E lá se foi estrada afora na colheita dos votos.

Livro
O historiador Márcio Saltério lança amanhã, quarta-feira, no Centro Histórico da Universidade Mackenzie, em São Paulo, o livro “Heráclito Fontoura Sobral Pinto: toda liberdade é íngreme”. Parceria da Editora FGV com a Insight Comunicação. Tem versão em e-book.

Sobral Pinto, grande brasileiro!

História
Depois de amanhã, 25, no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, o historiador Benjamim Teensma, professor emérito da Universidade de Leiden, Holanda, fará uma palestra sobre a expedição dos holandeses pelas ribeiras do Potengi, farejando as minas de prata. Tema: “Os mocós da Itabiraba do Córrego Retorto”.

Voto casado
Destaque no Estadão: “Pesquisas mostram que ‘voto casado’ é  mito e palanques estaduais não ajudam presidenciáveis”.

Chuva
Chuvinhas poucas e finas no fim de semana: Santo Antônio, 8,7 milímetros, Serrinha e Boa Saúde, 5.

As mangueiras estão com uma bela floração; cajueiros, não. Agora é esperar a Festa do Boi, começando dia 10 de outubro, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim.

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