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Onde nasce o Alecrim

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Ramon Ribeiro
Repórter

O trânsito caótico, o vai e vem interminável de pessoas, os cheiros, os sabores, as cores, as lojas minúsculas que vendem de tudo, até sonhos. O bairro do Alecrim, que nasceu em volta de um cemitério, na zona leste de Natal, tem hoje 113 anos de ricas histórias, muitas delas, guardas nas memórias de antigos moradores da região.
Construído no século 19, o Cemitério do Alecrim é um dos cenários icônicos do bairro que inspirou a montagem
Se no passado o bairro tinha uma efervescente movimentação cultural, com seis cinemas, dois teatros, importantes casas de shows, hoje o espaço está resumido a ser um entreposto comercial, habitado saudosos residentes e uma leva de trabalhadores e clientes.

Esse contraste entre o passado e o presente do bairro é o cenário de “Memórias do Alecrim”, espetáculo que o grupo de teatro potiguar “Para eu parar de me doer” tem se dedicado a montar nos últimos dois meses.

#SAIBAMAIS#O grupo fez uma intensa pesquisa em livros e na própria região. Conversou com antigos e novos moradores, lojistas, trabalhadores e clientes. Todos rememoraram histórias e contaram seus laços afetivos com o bairro. A partir dessas conversas foi costurado o texto do espetáculo, assinado pela jornalista Michelle Ferret, pela poeta Marina Rabelo e pelo ator Thiago Medeiros. Todos com vivências no bairro, seja na infância ou na adolescência.

Segundo Michelle, o texto partiu dos depoimentos colhidos e das observações dos próprios autores e atores, que tentavam transpor em cenas as páginas que iam surgindo. “Uma das coisas mais bonitas desse registro é a memória como um sonho coletivo. A memória que é de um bairro, de um lugar inteiro acolhido no que existe de mais sagrado, o ser”, conta a jornalista, que depois de dois meses envolvida com o processo, cita o que mais caracteriza o bairro hoje

“O cemitério é uma das marcas antigas do Alecrim. O bairro cresceu por causa dele, em torno da morte. E agora o cemitério está esquecido, foi engolido pelo tempo”.

O processo de construção das cenas conta com “provocadores cênicos”, que coordenam diversas imersões no bairro com o elenco formado por Alessandra Augusta, Ananda Krishna, Daniel Silva, Lázaro Aguayo e Mayara Pontes. Outro detalhe do espetáculo é o encontro entre diferentes linguagens, como teatro, dança, poesia, artes visuais e música.

A peça ainda não tem previsão de estrear. Mas, segundo o coordenador de produção, Wallace Yuri, uma primeira mostra do que tem sido feito poderá ser visto num ensaio aberto previsto para o final de junho.

O que
Espetáculo “Memórias do Alecrim” foi contemplado com os editais Funarte Artes na Rua 2014, Circuito Sesc de Artes Cênicas 2014 e Fundo de Incentivo Cultural da Prefeitura Municipal do Natal 2014 e ainda conta com a parceria da Casa Talento, Colégios Professor João Tibúrcio e Padre Miguelinho e IFRN

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