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ONU cria esquema contra fome em áreas do ebola

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Jamil Chade
Agência Estado

Genebra  – O estabelecimento de cordões sanitários em pelo menos três países africanos para tentar frear a proliferação do vírus ebola exige que a Organização das Nações Unidas (ONU) adote um esquema de guerra para alimentar 1 milhão de pessoas isoladas nestas zonas. Os alimentos poderão ser lançados até mesmo de aviões e helicópteros, segundo documentos oficiais obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Número de mortos e contaminados não para de subir, segundo a Organização Mundial de Saúde
Dados divulgados ontem apontam que o número de mortos e afetados continua aumentando e, para a OMS, o estabelecimento dessas zonas de quarentena é “fundamental”. “É importante conter a doença. Se isso acontecer, ganhamos a guerra”, declarou a porta-voz da entidade, Fadela Chaib. No total, 2.240 pessoas já foram infectadas e há 1.200 mortos. Em dois dias, 84 óbitos foram registrados, além de 113 infecções.

Pelo menos quatro áreas foram isoladas em Serra Leoa, Libéria e Guiné. A OMS insiste em defender a medida e garante que a restrição não é uma contradição em relação ao fato de que não recomenda que viagens sejam evitadas para esses países. Mas admite que, agora, as pessoas mantidas nessas regiões precisam ser alimentadas e o abastecimento de água deve ser garantido.

A realidade é que, em muitos vilarejos, a fuga de pessoas está relacionada mais com a falta de alimentos do que com o temor da doença. “Garantir de forma regular um abastecimento de comida é um meio potente para limitar movimentos desnecessários de pessoas”, indicou a OMS em um comunicado. “Ainda que prevenir a transmissão do ebola seja crucial, é essencial que as pessoas nessas zonas tenham comida, água, bom saneamento e outros suprimentos básicos”, afirmou.

O plano para abastecer a região está sendo desenhado em colaboração com o Programa da ONU para Alimentos e não se descarta a possibilidade de usar aviões para soltar os alimentos nas áreas mais infectadas, medida duramente criticada por ONGs locais. A primeira etapa já começou a ser adotada, na região de Kailahun, em Serra Leoa: 27 mil pessoas começaram a ser alimentadas pela ONU e o número deve chegar a 35 mil nos próximos dias. A OMS também indicou que hospitais estão sendo abastecidos, pois garantir a alimentação dos pacientes é considerado fundamental no combate à doença.

A OMS não hesitou ontem em admitir que o surto “não está sob controle”. “As experiências recentes mostram que o progresso é frágil, com um risco real de que o surto possa ganhar um novo impulso”, alertou. “A proliferação para novas zonas continua.”

Apesar do alerta, a OMS fez questão de publicar ontem um informe que aponta que suas recomendações estariam começando a provar que podem ser o caminho para superar a crise. “Até o momento, nenhum caso foi confirmado fora de Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa.”

A Libéria anunciou que os 17 pacientes com suspeita de ter o vírus ebola, que estavam em um centro de West Point que foi saqueado no fim de semana, se apresentaram às autoridades sanitárias. Dessa forma, não há no momento razão para estender a área de quarentena.

Na Aleamnha, uma mulher que acabara de voltar de um país afetado pela epidemia de ebola desmaiou ontem em Berlim apresentando sintomas de uma doença infecciosa, informou a polícia. Os serviços de emergência da cidade isolaram durante horas o centro de busca de empregos onde a doente estava na hora em que passou mal. A mulher, que tem por volta de 30 anos, está sendo examinada no Hospital de Caridade de Berlim, afirmou o porta-voz do corpo de bombeiros, Rolf Erbe, acrescentando que funcionários do serviço de emergência também levaram à unidade de saúde duas pessoas que entraram em contato com a paciente.

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