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ONU e Estados Unidos anunciam cessar-fogo

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Nova Deli (AE) – O governo de Israel e o Hamas concordaram com um cessar-fogo humanitário a partir da manhã desta sexta-feira por 72 horas, segundo anúncio feito ontem pelos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, informou em comunicado que conseguiu garantias de todas as partes para um cessar-fogo humanitário incondicional durante o qual serão retomadas as negociações. Kerry está em Nova Deli, na Índia. “O cessar-fogo humanitário vai começar às 8h da manhã do horário local a partir da sexta-feira e se estenderá por 72 horas”, afirmou Kerry, em Nova Deli.
Suspensão dos bombardeios é necessária para que feridos possam receber assistência médica
O comunicado informa ainda que a pausa é importante para dar aos civis a necessária pausa na violência. Durante o período, a população da Faixa de Gaza vai receber ajuda humanitária e enterrar os mortos. O anúncio foi feito poucas horas depois de os Estados Unidos terem condenado um ataque a uma escola da ONU onde se refugiavam mulheres e crianças, atribuído a Israel.

O ataque foi classificado como “totalmente inaceitável e totalmente indefensável” pelo  porta-voz da Casa Branca Josh Earnest, que citou comunicados da ONU responsabilizando Israel pelo ataque. Earnest disse que embora os Estados Unidos apoiem uma ampla investigação sobre o caso, “parece não haver muita dúvida sobre que artilharia esteve envolvida”.

Ainda ontem, a Alta Comissária para Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Navi Pillay, acusou tanto Israel quanto militantes do Hamas de cometer crimes de guerra no confronto na Faixa de Gaza, mas reservou as palavras mais duras ao governo israelense, que, segundo declarações feitas por ela ontem, desafia deliberadamente a lei internacional.

“Instalar foguetes em meio a escolas e hospitais ou mesmo lançá-los de áreas densamente povoadas são violações à lei humanitária internacional”, disse Pillay, referindo-se ao grupo Hamas. Ela acrescentou, porém, que não “absolve” Israel de violar a mesma lei.

Mais de 1.300 palestinos, a maioria civis, e 59 israelenses, a maioria soldados, já morreram nos confrontos. Os ataques aéreos israelenses contra o Hamas se intensificaram e passaram também a incluir uma ofensiva terrestre no dia 17 de julho. Pillay afirma que o governo desafia a lei internacional em Gaza ao atacar áreas civis onde há escolas, hospitais, residências e instalações da ONU.

“Nada disso parece acidental para mim”, disse Pillay sobre Israel durante uma coletiva de imprensa realizada em Genebra para marcar o fim de seu mandato de seis anos. “Eles parecem provocadores, um desafio deliberado, das obrigações que a lei internacional impõe a Israel.”

Ela também criticou os ataques de Israel à usina de energia, sistemas de esgoto e de água em Gaza como parte de um padrão similar à destruição provocada no território em 2009. “O que vejo agora é a repetição dos mesmos fatos que a missão de averiguação em Gaza indicou como crimes de guerra e crimes contra a humanidade.”

Pillay também responsabilizou os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, por fornecer apoio financeiro para o sistema de defesa de mísseis israelense, conhecido como Domo de Ferro. “Nenhuma proteção como esta foi fornecida aos moradores de Gaza contra os ataques”, disse ela.

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