A Polícia Federal realizou entre a noite de quarta-feira e a madrugada de ontem a operação “Paulicéia”, que desarticulou em Macaíba uma quadrilha de traficantes de drogas que abastecia a região metropolitana de Natal. Quatro homens foram presos e com eles foram apreendidos três armas e 26,4 quilos de crack. O grupo mantinha um laboratório para transformar a pasta-base de cocaína em crack.
A Assessoria de Comunicação Social da PF informou que, às 17h30 de quarta-feira, agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) iniciaram o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal. Eles se deslocaram até uma chácara localizada nas proximidades da BR-101 e lá encontraram um laboratório artesanal utilizado para a transformação de pasta-base em pedra de crack.
Na chácara, foram presos em flagrante o vendedor Bruno Borges da Silva, 24 anos, conhecido como “Bruno Mezenga”, residente no bairro Nossa Senhora da Apresentação, em Natal; o pedreiro Francisco Canindé Jerônimo, 27 anos, morador de Parnamirim; o servente de pedreiro Antônio Ribeiro da Silva, 23 anos, residente em Parnamirim; e o garçom Márcio de Souza Vitor, 23 anos, morador do Conjunto Santarém, em Natal.
Em poder dos acusados, surpreendidos com a ação da polícia, foram apreendidos um revólver Taurus calibre 38 e outras duas armas com numeração raspada: uma pistola calibre 9 milímetros (de uso exclusivo das Forças Armadas) e uma escopeta calibre 12, além de 26,4 quilos de crack, sacos plásticos, balança de precisão, marmitas de alumínio, panelas, batedeira elétrica e outros apetrechos utilizados na fabricação e embalagem da droga.
No momento em que os policiais chegaram, os acusados “cozinhavam” a pasta-base numa grande panela e preenchiam várias embalagens que daria à droga o formato de um “tijolo” para ser comercializado. Foram também apreendidos com os presos uma picape Nissan Frontier, um Pálio, um Eco Sport e duas motocicletas, além de R$ 13,5 mil em espécie e R$ 8 mil em cheque.
O delegado Paulo Henrique Oliveira Rocha, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, informou que a operação foi “coroada com êxito”. Ele também destacou a relevância das apreensões, que evitou a entrada de uma quantidade considerável de drogas para o abastecimento do narcotráfico no Estado.
“A PF concentra a atenção na questão do fornecedor, para evitar que o produto chegue à venda no varejo”, declarou. As investigações da operação Paulicéia” tiveram início no mês de janeiro deste ano com a informação recebida pela PF de que traficantes de São Paulo estariam remetendo substâncias entorpecentes para serem distribuídas no Rio Grande do Norte.
O delegado acredita que mais pessoas estejam envolvidas no núcleo dessa quadrilha, “mas esses são os principais atores dessa cena e são extremamente perigosos”, aponta. Ele informou que três entre os suspeitos são envolvidos com crimes de mortes.
A PF acredita que a droga chegou a Natal por via terrestre. O quarteto acabou autuado em flagrante delito com base na Lei 11.343/06. Os acusados estão custodiados na sede PF, onde permanecerão à disposição da Justiça.
Somente em 2008, a PF já apreendeu 408,8 quilos de drogas no Estado. Nas ações, 44 pessoas acusadas de tráfico foram presas em flagrante.
A “Operação Paulicéia” recebeu este nome porque a droga era remetida ao RN por traficantes paulistas.