“Tudo posso naquele que me fortalece”, uma citação de São Paulo aos Filipenses, é o lema episcopal do novo bispo norte-rio-grandense, Frei Capuchinho Magnus Henrique Lopes, cuja ordenação ocorrerá na missa das 18 horas desta sexta-feira, dia 17, na Catedral Metropolitana de Natal.
O Papa Bento XVI nomeou Dom Magnus Henrique Lopes primeiro bispo da Arquidiocese de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, no dia 16 de junho de 2010, mesma data em que houve a criação e desmembramento das Dioceses de Petrolina e Floresta, depois de um processo iniciado há 17 anos.
O sagrante da ordenação de Dom Magnus Lopes será o Arcebispo da Arquidiocese de Vitória da Conquista (BA), Dom Luiz Gonzaga Pepeu, enquanto os consagrantes os bispos de Petrolina, Dom Paulo Cardoso da Silva, e de Nazaré, Dom Severino França.
Dom Magnus Lopes informou que além da presença do Arcebispo Metropolitano, Dom Matias Patrício de Macedo e dos bispos de Caicó e Mossoró, Dom Delson Pedreira e Dom Mariano Manzana, deverão vir para a sua ordenação bispos de toda a Regional Nordeste 2, que abrange os estados do Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Já como bispo, Dom Frei Magnus Lopes presidirá três missas no Rio Grande do Norte, a primeira será às 19 horas do próximo sábado, no Convento Santo Antônio, em Natal, onde ele ingressou na Ordem do Frei Capuchinho. A segunda missa ocorrerá às 19 horas do domingo, dia 19, na Igreja Matriz de São João Batista, em Assu, cidade onde ele nasceu e, por último, às 19h30 da terça-feira, dia 21, na cidade de Itajá, também no Vale do Açu.
A posse como primeiro bispo da Diocese de Salgueiro vai ocorrer às 16 horas do dia 12 de outubro, data especialmente escolhida por Dom Magnus Lopes por ser o dia santificado da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida. “Vamos ter a presença do núncio apostólico Dom Lorenzo Baldisseri, que é o embaixador do Vaticano no Brasil”, explicou ele.
Frei Magnus Lopes nasceu em Assu (RN), em 31 de julho de 1965. É o caçula de uma família de oito irmãos, filhos do contador João Gregório Lopes, mais conhecido por “João de Lula”, e Maria do Carmo Lopes, que faleceu em fevereiro deste ano.
Dom Magnus conta que foi criado numa família muito católica. “Minha mãe, já falecida, era uma pessoa de muita oração. Se alguém da família estava com problemas, ela largava o que estivesse fazendo, sentava na rede e ia rezar na intenção daquela pessoa”, recorda o frade.
Aos 15 anos de idade, ele deixou Assu e passou a residir em Natal, onde fez o curso técnico de Estradas, na antiga Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte (Etfern), onde começou a descobrir a sua vocação religiosa. “Lá participei de um coral, regido pelo padre Pedro Ferreira. Lá, também conheci o vocacionado, hoje, padre, Humberto Negreiros”, lembra.
Segundo ele, desde criança já se sentia atraído para o sacerdócio. Porém, o chamado mais forte só aconteceu quando, já em Natal, estudante da ETFRN, atual IFERN, passou a ir às missas no Convento Santo Antônio. “Deus tem desígnios que a gente não consegue explicar”, disse se referindo ao chamado para o sacerdócio. “Quando comecei a ler sobre a vida de São Francisco de Assis, comecei a sentir algo mais forte, um chamado para a vida religiosa”, diz.
Durante quatro anos, ele participou da Pastoral Vocacional dos frades capuchinhos. Até que, em 21 de fevereiro de 1986, ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Natal, onde fez as etapas de postulantado e noviciado. “Meu mestre era o Frei Severino, hoje bispo de Nazaré”, lembra.
Após três anos, foi para Recife, para fazer o Curso de Filosofia, e, depois, Teologia, em Olinda. Em 19 de março de 1996, fez a profissão perpétua, no Convento Santo Antônio, em Natal. Foi ordenado padre, em 21 de dezembro de 1996, em Assu, por Dom Antônio Soares Costa, então bispo de Caruaru (PE).
Por cinco anos, Frei Magnus residiu em Maceió (AL), onde concluiu o Curso de Psicologia, iniciado ainda em Recife. Em Maceió, foi formador e ecônomo do Convento, além de ser nomeado Provincial dos Capuchinhos, para o Regional Nordeste 2, função que exerceu por seis anos. Depois, foi para Roma, onde fez mestrado em Teologia Moral. De Roma, retornou para Natal, em julho de 2009. Em dezembro do ano passado foi nomeado guardião do Convento Santo Antônio.
