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Os escribas cresceram

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Maria Betânia Monteiro – repórter

Os escritores Patrício Júnior, Daniel Minchoni, Thiago de Góes e Carlos Fialho inauguraram uma nova fase da literatura potiguar: a da produção independente. Escritores natos, jovens e idealistas, eles não aceitaram ficar fora das prateleiras e resolveram criar o próprio selo, os “Jovens Escribas”. Inicialmente era apenas uma coleção, algo fechado, quatro livros de jovens iniciantes na escrita literária. Com a aceitação do público, foram mais longe. Viraram editores, lançaram novos selos e agora estão na fase “força total”, ou seja, querem entrar no mercado com novos projetos, entre eles títulos inéditos e uma distribuidora de livros. “Procuramos publicar alguns autores que tenham talento e que sejam nossos amigos para podermos trabalhar mais à vontade e com um maior nível de confiança”, disse Carlos Fialho.

Thiago de Goes, Carlos Fialho, Daniel Minchoni e Patrício Jr. retomam os trabalhos dos Jovens Escribas com lançamento de editora, novos selos e distribuidora de livrosA afirmação de Carlos Fialho pode parecer dura, mas tem justificativa. É que nas vezes em que se envolveram em trabalhos de não amigos, o resultado saiu insatisfatório. A sorte é que os jovens escritores têm um cardápio variado de amigos. Tanto é verdade, que foram anunciados algumas possíveis publicações para este ano. O poeta, escritor e jornalista Carlos de Souza, a escritora Clotilde Tavares, e o autor Sérgio Fantini (MG) são alguns dos nomes cogitados. Mas estão no campo da incerteza.

No campo das coisas concretas chegará o novíssimo livro do escritor e professor de filosofia Pablo Capistrano (de ‘Simples Filosofia’ e ‘Pequenas Catastrofes’), já com o título de “É preciso ter sorte quando se está em guerra”. O livro marca o retorno da publicação das

obras de ficção à editora. “A publicação deste livro é uma honra para nós e um belíssimo cartão de visitas para começar bem os trabalhos”, disse Fialho. O livro será lançado depois do carnaval. Para custear a publicação, a editora Jovens Escribas está vendendo camisetas, que podem ser visualizadas no blog: blogdofialho.wordpress.com.

“É preciso ter sorte quando se está em guerra” não é a única edição garantida para este ano. Os jovens já anunciaram a publicação de “Pés no caminho, campo de estrelas – o caminho de Santiago pela Galícia”. Esta obra da professora Ana Célia Cavalcanti resultou num relato leve, divertido e muito útil a todos aqueles que pretendem percorrer o tradicional Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Será o segundo lançamento do selo de não-ficção, o “Bons Costumes”, o primeiro deles foi “Magra? Não, gorda em recuperação”, de Mirella Ciarlini. “Já estamos em conversações com outros autores para publicar outros textos muy instigantes. Vem coisa boa por aí: Paulo Celestino, Leonardo Panço (RJ)”, antecipou Carlos Fialho. O editor e escritor explica que, devido à abrangência do tema trabalhado pela professora Ana Célia Cavalcanti, o livro será distribuído em outros estados.

Distribuindo boas ideias

Assim como o livro “Pés no caminho, campo de estrelas – o caminho de Santiago pela Galícia”, outros publicados pelos Jovens Escribas são dignos de prateleiras mais distantes. É por isso que eles resolveram investir na criação de uma distribuidora, já chamada “Dagota”. É ela quem levará os livros dos Jovens Escribas e também dos selos Bons Costumes, Flor do Sal, Sebo Vermelho e Não Editora (RS) para os estados da Paraíba, Pernambuco e Ceará.

A ideia da distribuidora surgiu depois que o grupo interrompeu as atividades em 2009, logo depois do lançamento de Patrício Júnior “A Cega Natureza do Amor”. “Enumeramos tudo o que vinha dando certo e o que ainda precisava melhorar. Concluímos que precisávamos nos profissionalizar”, disse o autor de Mano Celo.

O grupo percebeu que havia chegado a hora de se estabelecer legalmente como editora, com CNPJ, balanço fiscal, metas de faturamento e de novas publicações. A partir daí surgiram as ideias, que visavam aumentar as fontes de receita da futura editora. Contemplavam desde uma distribuição própria, a diversificação dos pontos de venda, coleções de livros a um preço mais acessível, até a venda de outros produtos como camisetas que estampem o espírito dos Jovens Escribas.

Outra ideia articulada foi a publicação de títulos no formato para bolso, o que torna o produto mais barato e colabora com a divulgação do trabalho. Os dois primeiros lançamentos da coleção Escribas de Bolso vão ser “Contos Bregas de bolso”, de Thiago de Góes e “Mano Celo de bolso”, de Carlos Fialho. Será vendido a R$ 10,00. Camisetas e livros poderão ser comprados no site da editora, que deverá entrar no ar em dois meses.

A editora Jovens Escriba está na garimpagem de bons textos  que mereçam ser publicados, sem necessariamente ser de jovens autores. Entretanto, a preferência é por aqueles jovens que  ainda não tem espaço nas editoras. “Por isso, criamos diversos selos dentro da editora. Um deles, o principal, é o Jovens Escribas. Este continuará publicando livros de autores jovens. Mas outros selos virão”, disse o publicitário e escritor Patrício Júnior .

A história dos Jovens Escribas começa em 2004, quando o escritor Carlos Fialho começou a pesquisar pela cidade jovens escritores como ele que tinham material produzido, mas não tinham espaço para publicar. Essa pesquisa reuniu os quatro primeiros integrantes: Patrício Júnior, Daniel Minchoni, Thiago de Góes e o próprio Fialho. Cada um deles tinha um livro pronto para ser publicado. Então surgiu a ideia de uma coleção de livros de jovens autores. O grupo seguiu com a pesquisa de jovens autores e passamos a viabilizar novas publicações. Seis anos depois, passamos de coleção a selo e de selo a editora. Atualmente a editora conta com a participação de Patrício Júnior, Daniel Minchoni e Carlos Fialho.

Livros já publicados

1 – Verão Veraneio por Carlos Fialho

2 – Lítio por Patrício Jr.

3 – Contos Bregas por Thiago de Góes

4 – Escolha o Título por Daniel Minchoni

5 – É Tudo Mentira! por Carlos Fialho

6 – Fora da Lei por Moisés de Albuquerque

7 – Lobas, Deusas e Ninfetas por Thiago de Góes

8 – O Dia das Moscas por Nei Leandro de Castro

9 – Mano Celo, O Rapper Natalense por Carlos Fialho

10 – A Cega Natureza do Amor por Patrício Jr.

11- Gorda não, magra em recuperação – Mirela Ciarlini (através do Bons Costumes)

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