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Papa endossa intervenção para salvar minorias

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São Paulo (AE) – O papa Francisco endossou uma intervenção no Iraque para impedir que militantes islâmicos continuem atacando minorias religiosas no país. No entanto, o pontífice afirmou que a comunidade internacional – e não apenas um país – deve decidir como intervir. Francisco também disse que seus assessores estavam considerando a possibilidade de ele ir até o norte do Iraque em solidariedade aos cristãos perseguidos, mas que isso ainda não está definido.
Francisco celebra missa na Catedral de Seul, encerrando visita de cinco dias à Coreia do Sul
O papa negou, contudo, que esteja apoiando o uso da violência, após ter sido questionado sobre os ataques dos Estados Unidos no Iraque. “Não estou dizendo para fazer guerra, apenas pedindo para impedi-los de continuar com essas agressões injustas (dos islâmicos contra as minorias)”, esclareceu. “Uma nação sozinha não pode decidir como parar com isso”, disse, referindo-se aos norte-americanos.

Em carta divulgada pelo Vaticano no último dia 10, o papa disse que as notícias no Iraque “nos deixam em consternação e descrença”. Ele citou “as milhares de pessoas, incluindo cristãos, que foram brutalmente forçadas a deixar suas casas e crianças que morreram de sede durante a fuga”. O papa encorajou a comunidade internacional a encontrar “uma solução pacífica eficiente” que possa parar esses crimes e restabelecer a regra da lei”.

Seus comentários foram significativos porque o Vaticano vem se opondo veementemente a qualquer intervenção militar nos últimos anos, desde o pontificado do papa João Paulo II. Mas agora, com os cristãos sendo atingidos diretamente no Iraque, há um apoio cada vez maior para uma intervenção no país, já que outras comunidades cristãs foram esvaziadas como resultado de ataques de extremistas.

Em entrevista a jornalistas, o pontífice aproveitou para confirmar que vai aos Estados Unidos em setembro de 2015, passando por Filadélfia, Washington e Nova York. Ele disse que é possível fazer uma parada no México, porém ainda não está confirmado. Uma visita à Espanha também está sendo considerada para o ano que vem.

Ontem, no último dia de visita à Ásia, Francisco conclamou os coreanos – do norte e do sul – a rejeitarem a “mentalidade de desconfiança e o confronto que obscurece as suas relações” e os incentivou a encontrar novas maneiras de promover a paz na península dividida pela guerra.

Antes de embarcar de volta a Roma, o papa celebrou missa de reconciliação na principal catedral de Seul, na presença da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, e de alguns desertores do regime da Coreia do Norte. Esse foi o evento final de uma viagem de cinco dias que confirmou a importância da Ásia para o papado e para a Igreja Católica como um todo, uma vez que a religião é uma das que mais cresce na região.

O apelo por paz de Francisco ocorreu no mesmo dia em que os EUA e a Coreia do Sul iniciaram um exercício militar conjunto depois que a Coreia do Norte afirmou que iria fazer um “ataque preventivo implacável” contra os aliados.

Em um momento comovente, no início da missa, Francisco ajoelhou-se e cumprimentou sete mulheres que foram forçadas à escravidão sexual pelos militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua homilia, o pontífice disse ainda que a reconciliação pode ser atingida apenas pelo perdão, mesmo que pareça “impossível, impraticável e, às vezes, até mesmo repugnante”.

“Rezemos, então, pelo surgimento de novas oportunidades para o diálogo, o encontro e a resolução das diferenças, por generosidade contínua na prestação de assistência humanitária aos necessitados e por um reconhecimento cada vez maior de que todos os coreanos são irmãos e irmãs, membros de uma só família, um só povo”, pediu o papa.

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