Na tentativa de negociar reajustes nas tabelas de preço de procedimentos médicos, o Hospital Papi (Pronto Socorro e Clínica Infantil de Natal) enviou um comunicado para os planos de saúde anunciando a paralisação das atividades na próxima sexta-feira. Segundo o comunicado, a partir da sexta-feira não serão recebidas novas internações e atendimentos. Várias unidades de atendimento dentro do hospital já foram desativadas, como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, Pronto Socorro Ortopédico e Pronto Socorro Ginecológico e Obstétrico no dia 1º deste mês. 
De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, “o desejo da unidade hospitalar é que as atividades não sejam suspensas para pacientes de planos de saúde”. A carta circular seria uma espécie de chamado para a negociação. Ainda conforme a assessoria de imprensa, a direção disse que não vai se pronunciar sobre essa questão até dia 6, quando espera que o problema tenha sido superado.
A carta circular também aponta a crise econômica como um dos fatores da paralisação das atividades. De um lado, a direção do hospital cita os reajustes de insumos, o congelamento de tabelas dos planos de saúde e a redução de atendimentos. Na outra ponta do problema, houve a impossibilidade de pedir empréstimos aos bancos. Os diretores consideram também que durante todo o ano de 2015, a situação crítica foi exposta às operadoras de planos de saúde, mas não houve qualquer tipo de negociação entre as partes.
No documento, a direção afirma que “se encontra impossibilitado de honrar seus compromissos e manter sua plena capacidade isntalada de funcionamento” e que “vem sendo comunicado por vários fornecedores, sindicatos, funcionários e médicos, quanto à suspensão de fornceimento de produtos e prestação de serços essenciais ao funcionamento do hospital”. Por isso, afirmam: “caso o hospital não consiga regularizar as pendências até o próximo dia 08/05/2016, seria imprudente receber novos pacientes”.
A assessoria de imprensa informou que os pacientes que têm procedimentos marcados para depois do dia seis terão atenção médica garantida. Na carta circular, a direção do hospital afirma que a eventual desativação será feita “dentro dos ditames da ética sem comprometer dos pacientes que estão internados”. O hospital afirma que já adotou “medidas racionais na utilização dos recursos para, minimamente, garantir as condições de segurança e qualidade aos pacientes que já se encontram internados”.
Contudo, eles também frisam a tentativa de reverter a situação. “A direção do Papi irá buscar, de forma incansável, solução financeira junto aos planos de saúde, investidores, comprados e/ou até mesmo junto ao poder público, como forma de evitar o fechamento de suas portas”, expõe o texto da carta direcionada às operadoras.
A TRIBUNA DO NORTE tentou falar com o diretor-presidente do Papi, Eduardo Coelho, mas ele está afastado do cargo por motivo de tratamento médico. O diretor adjunto, Hélio Manoel de Brito, também não quis comentar o assunto. A assessoria de imprensa disse que a direção só deve se pronunciar na sexta-feira, quando espera que o problema esteja solucionado.
Planos de saúde
A TN também procurou os planos de saúde para saber como seus pacientes devem proceder. A Unimed Natal afirmou ainda não ter posicionamento oficial, mas confirmou o recebimento da carta. A Amil esclareceu que foi informada sobre a suspensão de novos atendimentos pelo hospital Papi, na última terça-feira, 3 de maio, e que nos casos dos usuários da Amil que necessitarem de cirurgias eletivas ou atendimento de emergência após a sexta-feira, “a operadora fará o direcionamento para os hospitais Promater, Natal Center, São Lucas e Hospital do Coração, conforme a rede credenciada contratada”.
