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Para curtir em todas as telas

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Isaac Ribeiro – repórter

A eleição para presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas do Rio Grande do Norte (ABD/RN) ainda não aconteceu, mas o processo sucessório já está sendo deflagrado pelo seu atual titular, o cineasta Carlos Tourinho.

Carlos Tourinho: A ideia é que o curta ocupe todas as telas“Estamos com uma linha de frente boa. Estou fazendo a cabeça deles para que algum deles assumam, pois eu pretendo passar o cajado para outro. Mas ainda estamos no início desse processo”, diz Tourinho, que representou o Rio Grande do Norte no 8º Congresso Brasileiro de Cinema (CBC), realizado recentemente em Porto Alegre (RS), que contou com a presença também desta reportagem da TN. “Se eles não aceitarem, aí serei obrigado a passar mais um ano à frente da ABD.”

Segundo Tourinho, a ideia é realizar uma grande campanha comemorativa pelos 10 anos da Associação e partir daí atrair novos sócios. “E não é difícil. Tem gente querendo entrar. Mas primeiro vamos dar uma organizada para começar a receber os novos colegas, os novos cineastas.”

Questionado sobre o atual momento do setor cinematográfico e do audiovisual potiguar, principalmente no tocante à formação, Tourinho afirma já haver uma produção independente, colocando dinheiro do próprio bolso para realizar seus filmes; sem contar nos primeiros quatro editais dirigidos especificamente para o cinema. “No princípio foi curta-metragem, mas ano que vem, com outra realidade, outro governo, vamos começar a pensar também em uma saída para o longa-metragem.”

As primeiras oficinas de cinema realizadas pela ABD/RN no Estado ocorreram nos anos de 2000 e 2001; época em que foi criado o Instituto de estudos Cinematográficos (Itec), um núcleo de formação e produção.  A estratégia agora, de acordo com Carlos Tourinho, é se dedicar ao interior do Estado, realizando cursos em algumas cidades.

Os resultados desse trabalho de interiorização do ensino de cinema já começam a surgir. Em Parelhas, alguns ex-alunos do curso já estão trabalhando na televisão local, transmitida via internet. “Tem alunos com cabeça muito boa que  estão lá, trabalhando. Mas é lógico que num curso intensivo de três semanas, o cara não vai sair sendo o grande”, comenta Tourinho, citando ainda o curso superior inaugurado pela UnP.

Um bom canal de ocupação é o acordo fechado com o Festival de Cinema de Natal. Em cada sessão do Festival Vidas na Tela, integrante do FestNatal, para cada longa será exibido um curta antes. Tourinho elogia a iniciativa e afirma não ter conhecimento de outro festival do gênero — com exibição de documentários em longa.

A ideia é que o curta ocupe todas as telas, das tradicionais salas de exibição a dos celulares e computador. Esse foi um dos temas das discussões realizadas na 8ª edição do Congresso Brasileiro de Cinema, realizado de 12 a 15 deste mês, em Porto Alegre.  Tourinho integrou um grupo de trabalho que tratou da Exibição e Distribuição de curtas no Brasil, onde várias propostas foram elaboradas. Uma delas foi a criação de um modelo de cinema digital, no qual a própria Ancine criaria pacotes, onde o exibidor receberia equipamentos digitais para a exibição de filmes nacionais, cobrando ingresso nas sessões, é lógico. “Nós então gritamos: Epa! Tudo bem, vamos passar longas-metragens, mas junto com esses filmes vamos botar o curta-metragem. Aí, a gente começa a ocupar os espaços. Não é que se vá ganhar muito dinheiro, mas vai se formar público para o cinema nacional”.

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