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Para Los Hermanos com amor

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Ramon Ribeiro
Repórter

Um dos principais nomes da música brasileira surgido na virada do milênio, a banda Los Hermanos conseguiu construir uma legião de fãs devotos difícil de ver nos dias atuais. E foi com a insistência, e pelas mãos de uma dessas fãs, a atriz e diretora Maria Ribeiro, que o grupo carioca ganha um registro íntimo no documentário “Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida”. O longa chega às telonas de Natal uma semana depois de estrear em 10 cidades do país.  As sessões serão no domingo (24) e na terça (26), no Cinemark.
Atriz e diretora Maria Ribeiro fala sobre seu documentário  “Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida”, que tem estreia neste domingo no Cinemark
O interesse de documentar a história dos Hermanos surgiu quando a banda anunciou, em 2007, uma pausa por tempo indeterminado. Maria entrou em contato com Marcelo, que negou: “de jeito nenhum, é um momento muito delicado pra gente”.
Ribeiro voltou a tentar em outras duas oportunidades, quando a banda iria abrir o show do Radiohead, em 2009, e na apresentação no SWU, em 2010. Mas nada feito. Somente na quarta tentativa, quando eles anunciaram uma turnê de reencontro em comemoração aos 15 anos da banda, que houve acordo.

A reportagem do VIVER conversou por telefone com a diretora Maria Ribeiro. Confira!

Em várias ocasiões você se assume como fã da banda. O documentário seria então um filme de fã pra fã?
É um filme que eu gostaria de ter visto. Quando se vai fazer um trabalho assim, você pensa no que você gostaria de ver. Não sei se tem como dividir a fã da diretora. Na verdade eu acho que não. Eu me considero uma fã com senso crítico. O filme não busca uma polêmica, um conflito. É um documentário que tem um olhar amoroso meu. Mas ao mesmo tempo eu procuro fazer uma obra que possa chegar não só aos fãs dos Los Hermanos, mas também a quem nunca ouviu falar da banda.

Você teve que tentar quatro vezes para conseguir convencê-los a permitir o documentário. Por que tanta resistência deles?
Não é muito a praia deles ficar se mostrando. São realmente muitos reservados. Até porque documentário é  uma coisa muito invasiva mesmo.

E o que você acha que fez a banda mudar de ideia?
Eu acho que eles viram o meu documentário sobre o Domingos de Oliveira, e acharam que poderia ser curioso fazer esse registro. Poderia ser interessante para eles daqui a dez anos olharem para trás e verem essa turnê gravada. Acho que eles acharam que valia a pena.

Pelo fato de serem muito reservados, foi difícil fazer o filme?
Acho que eles já me conheciam minimamente. Sabiam que eu não ia fazer nada invasivo. Não ia forçar a barra. Quando eles estavam na piscina eu não ligava a câmera. Eu acho que o tipo de trabalho que eu ia fazer não seria nada diferente do que eles fariam se estivessem no comando.

O que te despertou para querer fazer esse documentário sobre a banda?
Eu me senti aceita quando comecei a ouvir as letras deles. Eu era um pouco nostálgica, tinha medo da vida, que eu acho que a música da banda me acalmou em certos momentos.

Pra você a banda realmente acabou?
Eu acho que eles devem se encontrar esporadicamente para fazer shows. Mas eu não acredito que eles retomem um casamento. Hoje em dia o Rodrigo Amarante tem um trabalho solo que é diferente do Los Hermanos. O Camelo também tem um trabalho solo, tem a banda Do Mar. Não acho que eles vão voltar e abrir mão das suas carreiras solo.

Tem gente que diz que a banda é ótima, o que estraga são os fãs. Como você vê isso?
Eu acho bonito. Tem momentos do filme que eu estou só na plateia e dá pra ver que a adoração dos fãs parece uma coisa religiosa. Não sei se é chato para eles, para quem está no lado. Mas eu admiro. Que bom que as pessoas gostam de letras que falam que a gente pode errar, que o não é importante. É melhor do que admirar um discurso mais bobo. Eu acho que eles tem ideias muito humanos e amorosos. Então é normal para quem está começando a vida principalmente, com vinte e poucos anos. A gente precisa numa determinada idade idolatrar uma banda ou um autor. Acho que eles cumprem isso, mas não estimulam.

Você acompanha a banda desde o início. Qual o melhor momento que você viu deles?
Gosto muito do “Bloco do eu sozinho”. É o meu disco favorito.

Fora o Los Hermanos, tem outra banda nacional que você tem acompanhado?
Nesse grau de importância pra mim não, de ir no show, saber de todas as músicas, a última banda foi o Los Hermanos. Antes dos Los Hermanos eu gostava do Legião Urbana. Agora, do que eu escuto tem o Mombonjó.

Algumas pessoas comparam o Los Hermanos como sendo o novo Legião Urbana, principalmente por causa dessa paixão dos fãs?
As duas banda realmente tem essa vibe de falar pra todo mundo. De ter o discurso do erro. Que as pessoas se identificam. Isso de expor as fraquezas ao invés de expor as vitórias.

Pensa em fazer novos documentários? Você também tem a sua carreira de atriz, que deve tomar bastante tempo ?
Como atriz não estou envolvida em nenhum novo projeto. Tem um documentário sobre o meu pai que já tenho as imagens mas não comecei a montar. Por enquanto eu estou só lançando o Los Hermanos. Também apresento o programa Saia Justa, acabei de lançar um livro. Como eu tenho dois filhos, também, né, está de bom tamanho.

Sobre o filme

“Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida”
Em 2007, depois de uma década juntos e quatro discos lançados, os integrantes da banda Los Hermanos anunciaram, no auge do sucesso, que fariam uma pausa por tempo indeterminado. Depois de um hiato de cinco anos, eles se reuniram para uma turnê que percorreu 12 cidades brasileiras. O documentário acompanha as apresentações em cinco dessas cidades (Recife, Brasília, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro), revelando o cotidiano de uma turnê, os bastidores dos shows e a participação sempre calorosa dos fãs.

Quem

Maria Ribeiro
Formou-se em Jornalismo pela PUC-RJ, mas logo a carreira de atriz se impôs em trabalhos no teatro, no cinema e na televisão. Participou da peça Confissões de Adolescente, sob a direção de Domingos Oliveira, com quem realizou vários trabalhos, incluindo o filme Separações (2002). No cinema, sua trajetória como atriz inclui Tropa de Elite (2007) e Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro (2010), de José Padilha, entre outros. Como diretora, dirigiu o curta-metragem 25,  e, em 2011, finalizou seu primeiro longa-metragem, Domingos, sobre o dramaturgo, diretor e ator Domingos Oliveira.É debatedora no programa de debates Saia Justa, do canal GNT.

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