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Parceria no combate à seca

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Rafael Eldad
Embaixador de Israel no Brasil

A grandeza territorial do Brasil e a pequenez de Israel complementam-se mutuamente. Desde a década de 1960, Israel contribui para o desenvolvimento da agricultura do semiárido brasileiro, por meio da difusão de técnicas de irrigação e dessalinização de água.

Um bom exemplo é o acordo de cooperação em Pesquisa e Desenvolvimento entre Brasil e Israel. Atualmente, os dois países estão com editais abertos para parcerias entre empresas israelenses e brasileiras. Esta cooperação tecnológica é promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência de Cooperação Internacional do Ministério Israelense de Indústria e Comércio (Matimop).

O Brasil é rico em recursos naturais, um produtor global. É um país de dimensões continentais que cresce de maneira sustentável; um exemplo a ser seguido pelo resto do mundo e que está, sem dúvida, à frente de outros candidatos à potência.

Já Israel, que equivale a 0,25% do território brasileiro, é um país exportador de alta tecnologia, principalmente na agricultura. Mesmo com pouca água, pouca terra e sem petróleo, tornou-se um laboratório do mundo e consolidou-se com o trabalho de seu povo.

De onde vem parte da água de Israel, já que mais da metade do país é composta por áreas desérticas? A resposta está na dessalinização de água. Na cidade de Hadera está localizada a maior usina de dessalinização por osmose reversa do mundo. Ela captura água do Mar Mediterrâneo e a torna potável. A expectativa é que a usina produza 127 milhões de metros cúbicos de água por ano – o suficiente para abastecer um sexto da população israelense.

No planeta Terra, as águas cobrem 3/4 da superfície, mas cerca de 97,2 % destas são salgadas, e impróprias para consumo humano ou irrigação. Ou seja, o processo de dessalinização ganhará cada vez mais importância em todo o mundo.

Tecnologia que revolucionou a agricultura israelense, a irrigação por gotejamento foi desenvolvida em uma região de Israel onde a chuva não ultrapassa 200 milímetros ao ano, ambiente parecido com o sertão nordestino.

Um modo simples de traduzir este sistema é a cinta de gotejamento, que nada mais é do que uma mangueira com gotejadores embutidos. Esse método de irrigação é preciso e econômico. A vazão de água é tão vagarosa que é facilmente absorvida pelo solo. Em um sistema bem ajustado, há pouca probabilidade de excesso de escoamento de água e desperdício.

A economia de água é de 60%, se comparada aos outros métodos. Outra grande ideia também foi atrelar a irrigação com a fertilização, criando a nutri-irrigação. A planta não recebe água apenas, mas água com adubo na medida certa para o seu desenvolvimento.

Outra novidade de Israel que promete revolucionar a agricultura são as sementes tolerantes à seca. Cientistas israelenses desenvolveram uma nova plataforma para a introdução de um gene resistente a ambientes áridos em uma semente de milho, soja ou arroz, por exemplo.

Ao contrário da tecnologia OGM (organismo geneticamente modificado), esta técnica tem a duração de apenas uma geração, sem interferir ou se infiltrar no genoma da planta. A tecnologia pode ser aplicada a qualquer tipo de semente.

Estes são alguns exemplos tecnológicos que Israel pode compartilhar ainda mais com os brasileiros. Somos diferentes em tamanho territorial, mas similares em inovação e criatividade.

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