Putrajaya, Malásia (AE) – A maior parte dos familiares de malaios que morreram na queda do voo MH17 da Malaysia Airlines na semana passada forneceu amostras de DNA e descrições de seus parentes à polícia da Malásia ontem, na primeira etapa do processo de identificação dos corpos. O trabalho da polícia forense começou pouco antes de um trem levando 251 cadáveres e 86 partes de corpos chegar a Kharkiv, no nordeste da Ucrânia. Providências estão sendo tomadas para transferir os corpos a Amsterdã, na Holanda, onde serão feitas as identificações com base em registros fornecidos pelas famílias.
Apesar de a polícia afirmar que os 44 malaios que estavam a bordo da aeronave morreram, familiares insistem que não podem dar o caso por encerrado sem que haja uma confirmação. “Nossa cultura, como a maioria das culturas, defende que as pessoas têm o direito a um enterro adequado e decente. Algumas pessoas dirigem-se anualmente a esses locais para fazer orações. Isso é muito, muito importante para nós”, disse o chefe da perícia, Narenasagran Thangabeloo.
Narenasagran, que está liderando os esforços forenses na Malásia, afirmou que é importante para a polícia reunir provas na eventualidade de um processo criminal contra os responsáveis pela queda avião. Além das amostras de DNA, profissionais registraram detalhes sobre o vestuário e objetos pessoais de cada um dos falecidos, sinais de nascença, arcada dentária e outras informações. A identificação também pode ser necessária por questões relacionadas a seguros e indenizações. Entretanto, nem todas as famílias foram imediatamente capazes de oferecer amostras de DNA e descrições.
Comboio
O comboio refrigerado com os corpos das vítimas do avião da Malaysia Airlines, que caiu no último dia 17 em território ucraniano, chegou ontem à cidade de Kharkiv, no Leste do país. O comboio, acompanhado por 16 representantes da Holanda, da Malásia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce), saiu de madrugada de Donetsk, cidade sob o poder dos rebeldes pró-russos, transportando corpos dos 289 ocupantes do avião.
Os corpos seriam acomodados em contêineres enviados especialmente da Holanda. Haverá a repatriação dos corpos e a devolução dos objetos pessoais das vítimas.