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Páscoa: Ressurreição e vida nova

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Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo Metropolitano de Natal

Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!     Aleluia, Jesus ressuscitou, Aleluia!

Após vivenciarmos a experiência quaresmal e celebrado o mistério da Paixão e Morte de Jesus, o Cristo e Filho de Deus, entramos no tempo pascal. Celebramos Jesus vencedor da morte e inaugurador do novo tempo, da nova vida para todos os homens e mulheres. De fato, como nos diz São Paulo, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram (1Cor 15,20). Por Ele, todos podemos entrar no mundo novo da graça, da comunhão divina e da fraternidade humana. Deus ressuscitou Jesus, o seu Filho amado e nele garante para todos nós, a vitória sobre a morte, a certeza de que o mal não vencerá. Nele, todos seremos vivificados (1Cor 15,22).

A fé na ressurreição de Jesus não é um anexo da fé em Deus, é sua expressão da fé no Deus cristão. Somos cristãos, se cremos na ressurreição. Ela é a manifestação do amor divino pela humanidade, é o “sim” de Deus a Jesus, pois Ele não cancelou a vida terrena que o Filho assume mas, ressuscitando-o, demonstra o perene valor que ela tem na eternidade de Deus. A Ressurreição de Jesus quer significar que Deus introduziu em sua vida mesma a humanidade assumida pelo seu Filho. E, com isso, ganhamos todos nós. Somos representados, por Jesus ressuscitado, na vida intradivina. Como bem afirmou o Concílio Vaticano II: “pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem” (Constituição pastoral Gaudium et spes, 22). E essa união torna-se eterna com a Ressurreição. É a “passagem” para a vida nova, a verdadeira vida.

Este tempo que ora iniciamos, leva-nos ao reconhecimento do que temos de central para a nossa vida e nossa missão. Nossa vida, pois, tudo depende do acontecimento da Páscoa do Senhor. Com a Ressurreição de Jesus a nossa pregação e a nossa fé têm fundamento (cf. 1Cor 15, 14). Isto é, nós não pregamos uma coisa, um valor, ou um preceito, nós anunciamos uma Pessoa, o Filho de Deus feito homem e por isso, o único que nos garante a verdadeira vida. E também a nossa missão: ela consiste em viver no mundo da ressurreição, isto é, em sermos gente de páscoa, conforme se expressou o cardeal de Manila, nas Filipinas, Dom Antonio Tagle. Ser gente de páscoa significa ser pessoas de confiança em Deus, pessoas que aceitaram o amor gratuito de Deus manifestado em seu Filho. Ser gente de páscoa significa ser pessoas que acreditam na graça divina que enche os corações humanos, que esperam pelo bem que reside no mais íntimo de cada ser humano. Ser gente de páscoa significa ser pessoas que não se resignam diante do mal, que não estacionam apontando a culpa no outro, mas, reconhecem que, não tendo respostas, buscam fazer o que é preciso fazer: combater o mal. Ser gente de páscoa é ter esperança de dias melhores, é conscientizar-se, estar atentos e não se deixar enganar por aqueles que usam da ingenuidade do ser humano para corromper e para enganar. Ser gente de páscoa, enfim, é viver o que se celebra, é deixar-se iluminar pela Palavra de Deus, deixar-se encantar pela ternura divina e buscar sempre amar e nunca perder a esperança.

Nesta Páscoa de 2014, desejo que a sociedade em que vivemos seja conduzida pelo Espírito Santo, Espírito doador de vida, Espírito de sabedoria, de inteligência, de conselho, de fortaleza, de ciência, de piedade, de temor de Deus. Que o Cristo, Espírito vivificante, transfigure nossos corações para que sejamos luz, construtores de uma sociedade justa, fraterna, solidária e cheia de esperança. Que todos, crentes ou não, sejamos envolvidos pela alegria do Ressuscitado que vem até nós e nos enche de paz. Feliz Páscoa para todos. Amém.

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