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Paulo Henrique Amorim prega otimismo anticrise

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Sara Vasconcelos
Repórter

O termo crise tão propagado nestes tempos de dificuldades política e econômica pelo qual passa o país deve significar “julgamento” das circunstâncias e do que é possível fazer para superar o momento recessivo. A conotação para a expressão é dada pelo jornalista e sociólogo Paulo Henrique Amorim, que esteve em Natal, na última quinta-feira, dia 27, para o lançamento da campanha Liquida Natal 2015.
O jornalista fez palestra no lançamento da Liquida Natal, campanha que segue até 9 de setembro
Conhecido pelo humor ácido e análises pertinentes,  Amorim participou de coletiva de imprensa e abriu a campanha com a palestra “A economia brasileira no cenário atual e perspectiva para o futuro”, no Centro de Convenções de Natal, quando alertou:  “o centro da economia mundial mudou de lugar e no Brasil também, precisamos sair do “saopaulocentrismo”, fora dele a crise é menor”, disse.

Sempre tomando por base dados e manchetes publicados em jornais e revistas especializados em economia no país e no mundo, como também de institutos de pesquisa e estatísticas, ele mostra o crescimento de vendas e faturamento de grandes corporações e a intenção destas de continuar investindo no  país – “apesar da crise”. E desenha um cenário menos turbulento e de retomada de crescimento para a economia brasileira em 2016.

A campanha Liquida Natal segue até o dia 9 de setembro e espera movimentar R$ 200 milhões em vendas, com promoções em mais de 3 mil pontos de venda, alavancadas por descontos. Um aplicativo para smartphone permite identificar lojas, produtos e preços em toda a rede credenciada para vendas. A promessa é de descontos de até 70%.  Confira trechos da palestra e entrevista de Paulo Henrique Amorim, durante o lançamento da Liquida:

Mudança de lugar
“O centro da economia mundial mudou de lugar, antes se concentrava no Atlântico, entre os Estados Unidos e Europa, hoje está na região do Irã e no futuro próximo tende a migrar para o eixo Índia-China. É lá que devem se concentrar as principais operações econômicas do mundo. Se o centro do mundo mudou de lugar, por que o Brasil não mudaria? Também mudou. O crescimento econômico nos últimos anos saiu do triângulo claustrofóbico, formado por SP-RJ-MG, e já está no Nordeste, Norte e Centro Oeste, que apresentam índices maiores de crescimento. Mudou. São Paulo vive a crise de não ser mais o protagonista. Resta  aprender e sair deste “saopaulocentrismo” tão difundido jornalismo brasileiro.”

Crise
“Estamos enfrentando um período de dificuldades  devido a várias crises, no exterior e, internamente, enfrentamos uma grande crise hídrica, a maior da história do Brasil, que levou ao uso da energia das termoelétricas, mais caras, e gerou aumento de custos, gerou inflação. Além disso,  tivemos uma razoável desorganização das contas públicas devido a eleição o que requer um ajuste. Esse ajuste do Governo subestimou a queda na arrecadação, o que vai demandar mais aperto ou aumento de impostos e não descartaria a  reintrodução da CPMF, que é um apelo dos governadores do Nordeste, inclusive do RN. Então até o final do ano o quadro deve continuar com alguma repercussão em 2016.”

Futuro
“Economistas de banco acreditam que já em 2016 possa ter uma redução e controle da economia e talvez um crescimento que deixe de ser negativo. E não é uma visão  otimista, mas realista.  Os economistas preveem fechar o ano com a inflação em 9,3% IPCA, mas ano que vem cair para 5,5%. Ou seja, o ajuste está ajustando. O The Economist mostra que, para este ano e para 2016, os investimentos estrangeiros R$ 65 bilhões esse e em 2016 – é igual, o Brasil continua atrativo para investimentos estrangeiro. Depois da China, India, aparece o Brasil. Não são os EUA. Segundo o [jornal]  Valor [Economico] a crise não impacta empresa vencedoras do prêmio Valor, as grandes redes,  como Riachuelo, Drogasil, Magazine Luiza, Queiroz Galvão, vão continuar a investir e ampliar negócios.

Boa desculpa
“Evocar a crise é uma boa desculpa. Há quem diga: ah, mas a minha empresa quebrou com a crise. E eu pergunto: e aquele que tomou o lugar da tua empresa e o teu mercado? Não enfrentou a mesma crise? Teve quem quebrou e teve quem aumentou de tamanho. Eu prefiro o significado dado por Hipócrates que crise é julgamento. Quando há mudança, fazer um diagnóstico e um prognostico para sair do quadro atual. O Brasil já viveu várias crises. Todos nós já passamos por crises. É preciso saber que as circunstancia mudam e é preciso se adequar e superar.”

Ajuste fiscal
É possível que como houve uma subavaliação da arrecadação, ocorra mais aperto. Eles erraram a mão. Cortaram muito e projetaram uma arrecadação alta, que não veio.  Se foi menor, o país precisa de mais dinheiro e já anunciou que vai cortar mais, não sei onde. Mas o Governo já anunciou que não irá cortar os programas sociais e nem investimentos para obras estruturais. Com base nos ajustes, a economia terá fundamentos mais sólidos e vai permitir que a economia volte a crescer e o Governo volte a investir.  E esta é uma grande alavanca o Governo voltar a investir em obras estruturantes e outra alavanca é a desvalorização do real, porque reforça e amplia as possibilidades de exportações.

Classe C
“O Brasil é uma sociedade capitalista de massa e maciçamente de classe média. Com a migração de 40 milhões de pessoas ao meio da pirâmide de renda. E, diferente de outras economias do BRIC, o Brasil fez todo o crescimento econômico social dentro de um processo democrático, não rasgou constituição, todas as instituições e poderes funcionam.  A renda média da classe C é R$ 1.234. Este segmento que beneficia o turismo do RN, o varejo com o Liquida, que estuda mais,  usa mais internet, está a maioria na favela. Isso leva a Azul crescer 11% ao mês e  comprar a TAP, mostra que investimentos continuam e como o crescimento do setor de turismo.

Consumo
“Num primeiro momento o consumo respeitará as regras de sempre, será mobilizado pelos grandes eventos, como o Natal, dia das mães, Liquida, dia dos namorados. Não acredito que ocorra uma variação drástica no varejo, apesar de ser um ano bastante complicado. Consumo das famílias puxou o crescimento da economia, mesmo com a inflação não acredito que tenha havido a perda real da renda disponível ara as famílias, não é o que diz o IBGE. O nível de emprego  formal continua alto. Não deve haver uma redução significativa no ticket médio do consumidor, apesar dos números mostrarem o varejo de São Paulo, mas não deve haver uma queda profunda nesse consumo.”

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