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Pernambuco define seu parceiro

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Pernambuco está rigorosamente em dia com o calendário estabelecido pela FIFA. O governador do estado Eduardo Campos assinou na terça-feira (15) o contrato de Parceria Público-Privada (PPP) com o consórcio formado pela Odebrecht, ISG (International Stadia Group) e AEG Facilities vencedor do processo de licitação para construção, administração e exploração da Arena Capibaribe. No contrato de 33 anos, o Governo de Pernambuco terá de realizar repasses mensais de R$ 332 mil por mês (R$ 4 milhões/ano) como contrapartida a partir 2013, prazo previsto para conclusão da nova praça esportiva que  abrigará os jogos do Mundial de 2014.

Estudo de viabilidade financeira da Arena das Dunas prevê que o Governo do RN poderá repassar até R$ 6 milhões/mês ao parceiroCom um custo de R$ 464 milhões, a Arena Capibaribe será localizada em São Lourenço da Mata, município da Região Metropolitana do Recife. Segundo Eduardo Campos, seria impossível aproveitar os estádios existentes para realizar os jogos da Copa de acordo com as exigências da Fifa.

“Não estamos tratando de um evento simples. Tivemos que nos adequar a tudo o que coloca a Fifa e a alternativa de São Lourenço da Mata foi estabelecida em cima de critérios técnicos”. A escolha do local da arena da Copa é baseado no desenvolvimento da região oeste do estado. Com a Cidade da Copa, vai surgir uma nova centralidade urbana. “A Cidade da Copa representa uma nova oportunidade para o crescimento socioeconômico da região”, disse João Pacífico, representante da Odebrecht no Nordeste.

A construção do novo estádio, de acordo com as autoridades pernambucanas, vai gerar 1.500 empregos diretos e 7.500 empregos indiretos. Para o governador, um dos maiores legados deixados pelo Mundial será o aumento do fluxo turístico no estado, que pode ter um aumento de 30% após a Copa. “Estamos de olho no pós-Copa. Nós temos que fidelizar este fluxo. Temos que fazer deste evento um mobilizador da nossa economia e dos nossos atletas”, afirmou.

A arena terá capacidade para 45 mil espectadores. “Será uma arena multiuso agregando futebol e entretenimento, dentro de um projeto funcional e sustentável”, explicou o superintendente da Odebrecht.

Além da construção do estádio, o contrato prevê os serviços de exploração, operação e manutenção da arena pelo prazo de até 33 anos a partir do início das obras. O Estado entrou com o terreno de 250 hectares, de onde já foram retiradas 135 famílias. Outras 100 famílias serão indenizadas para dar andamento ao projeto da Cidade da Copa, além da contrapartida em dinheiro.

CBF descarta Morumbi para 2014

Dos estádios privados inscritos para abrigar jogos da Copa de 2014, apenas o Beira-Rio, do Internacional, não corre risco de ser cortado da lista da Confederação Brasileira de Futebol devido a falta de garantias financeiras para realização das adequações exigidas pela FIFA. O Morumbi (do São Paulo) foi vetado ontem pelo Comitê Organizador Local (COL) do Mundial e a Arena da Baixada (Atlético/PR) corre um sério risco de também ser cortada da relação. Paulistas e paranaenses vêm encontrando dificuldades de apresentar  garantias para as reformas, já que a linha de crédito aberta pelo Governo Federal, através do BNDES, possui regras rigorosas demais para contemplar os clubes de futebol.

A CBF confirmou ontem, por meio de uma nota publicada em seu site oficial, a exclusão do Estádio do Morumbi da Copa do Mundo de 2014. A entidade que dirige o futebol brasileiro informou que “não foram entregues ao Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo 2014, por parte do Comitê da Cidade de São Paulo, as garantias financeiras referentes ao projeto” para reforma do local – orçadas em mais de R$ 600 milhões.

A CBF informou também que o “Comitê da Cidade de São Paulo enviou ao COL um sexto projeto, que não será examinado” e, em seguida, concluiu de forma oficial: “Sendo assim, fica excluído do projeto da Copa do Mundo de 2014 o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi”.

Nesta semana, o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero, revelou que um novo projeto de estádio será enviado ao COL para garantir a abertura da Copa em São Paulo.

O novo campo, provavelmente, será construído no bairro de Pirituba. Será um complexo esportivo, que deve custar cerca de R$ 500 milhões e terá capacidade para 80 mil torcedores. As verbas para a construção virão da iniciativa privada e do governo paulista.

Criticas

“Seria criminoso uma cidade com estádios como o Morumbi, o Pacaembu, o Palestra Itália, que vai ser reformado, pensar em construir um novo estádio”, disparou o presidente do Comitê Paulista, Caio Carvalho.

O projeto do novo estádio de Pirituba seria liderado pelo presidente da Federação Paulista de Futebol, Marcos Polo Del Nero, e teria o dinheiro de investimentos privados. “Pelo que estamos percebendo, o Marco Polo vai arcar com R$ 1 bilhão. Se for com dinheiro público é criminoso, eu seria o primeiro a denunciar e sair fora. Será que vamos fazer um estádio e depois dar de presente?”, disparou Caio Carvalho.

O presidente do Comitê Paulista diz que as principais autoridades do estado, como o governador Alberto Goldman e o prefeito Gilberto Kassab, continuam apoiando o projeto do Morumbi. “São Paulo tem um estádio que já existe. Outros ainda estão na maquete”, comparou Caio Carvalho, presidente licenciado da São Paulo Turismo.

No Paraná existe um clima de pessimismo em relação a Arena da Baixada, neste momento com um sério risco de também sobrar da relação de 12 cidade-sedes. A decisão do COL pode sair a qualquer momento. O Atlético/PR ainda não ofereceu as prometidas garantias exigidas pela Fifa para receber o Mundial. Mas as autoridades locais dizem trabalhar com um plano “B” gerido pelo Coritiba e a Federação Paranaense de Futebol. O gestor municipal da Copa em Curitiba, Luiz de Carvalho, disse ignorar qualquer informação a respeito.

Arena do RN prevê repasse de R$ 1,65 bi

A Parceria Público-Privada assinada entre o Governo de Pernambuco e o consócio formado pela Odebrecht, ISG (International Stadia Group) e AEG Facilities, responsável pela construção da Arena Capibaribe,  é capaz de gerar novas dúvidas em relação ao projeto da Arena das Dunas, em Natal. Os valores que serão pagos pelo estado vizinho (R$ 332 mil/mês) e o que o RN admite pagar de acordo com o plano de viabilidade apresentado pelos co- gestores do projeto potiguar são bem diferentes.. Para a Arena das Dunas, o governo admite pagar até  R$ 6 milhões/mês (R$ 72 milhões/ano)  nos 15 anos iniciais da parceria e R$ 3,2 milhões/mês (R$ 38,5 milhões/ano) na segunda parte dessa parceria de 30 anos.

O projeto da Arena Capibaribe é semelhante ao da Arena das Dunas e, no total, vai custar R$ 64 milhões a mais que o potiguar. Ainda assim o repasse será inferior ao do Rio Grande do Norte. Enquanto o governo de Eduardo Campos fará um repasse total de R$ 131,4 milhões, no Rio Grande do Norte esse valor poderá chegar a R$ 1,65 bilhão.

A estimativa para o Arena das Dunas advém do estudo de viabilidade econômica feito pela empresa Valora Avaliações, contratada pelo Governo do Estado. Os cálculos foram feitos com base nos R$ 400 milhões estimados para a realização da nova arena. O procurador-geral de Natal, Bruno Macedo Dantas, explicou que a dívida adquirida pelo estado e município na aquisição do novo estádio certamente deve ser inferior ao valor estimado de R$ 1,6 bilhão, uma vez que o critério utilizado para a empresa ganhadora da PPP será a proposta que enseje a menor contrapartida.

O lançamento do edital para receber as propostas das empresas interessadas na construção da Arena das Dunas deve ser lançada até o final desse mês e em meados de agosto deverá ser divulgado o nome do consórcio ou empresa vencedora do processo licitatório. A previsão é que o complexo Machadão/Machadinho comece a ser demolido em dezembro.

Cidade da Copa

O projeto pernambucano contempla também a construção de um complexo residencial nas proximidades da nova arena com cerca de nove mil unidades e estrutura de comércio, transporte e serviços em São Lourenço da Mata, na confluência dos municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe. A ideia é qualificar a região como a grande opção para o desenvolvimento da Região Oeste do Recife.

Para isso, os investimentos serão da ordem dos R$ 2 bilhões para o novo estádio e obras de infraestrutura, como novas vias de acesso, transporte urbano, tratamento de água e esgoto, energia, gás, fibra ótica, dentre outros. “Estamos de olho na Copa, mas também no pós-copa. O pós copa é mais importante do ponto de vista da população, de muitas pessoas que às vezes nem assistem futebol, mas vão ter nas suas vidas os ganhos que uma copa traz”, concluiu o governador.

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