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Pesquisa e tecnologia em favor da sustentabilidade

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As instituições de pesquisa tecnológica desempenham função importante para garantir que o processo produtivo tenha condições de mitigar os danos ao meio em que está inserido. A pesquisa e a tecnologia desenvolvida no Centro de tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) tem dado suporte tecnológico à indústria em âmbito nacional, sobretudo nas áreas foco Gás e Energias Renováveis.

O Centro, um consórcio da Petrobras e Senai, atua em três eixos: na  área de educação profissional, provendo recursos humanos tecnicamente qualificados para a indústria; pesquisa aplicada e transferência de tecnologia; e em serviços tecnológicos de consultoria.

Para Pedro Neto Nogueira Diógenes, diretor de tecnologias do CTGAS-ER, a ampla atuação configura a criação de condições para dar sustentabilidade à indústria. “Não é apenas ter capital financeiro, mas garantir capital humano para dar competitividade à indústria e, por meio de pesquisa aplicada e a inovação, possamos gerar novos produtos, novos procedimentos”, frisou.
Laboratório atende demanda na área de petróleo e gás em classificação de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissão de gases
A sede em Lagoa Nova abriga o Laboratório de Química Ambiental, equipado com aparelhos de última geração e uma das maiores capacidades instaladas do país, criado inicialmente para atender a demanda na área de petróleo e gás em classificação de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissão de gases na atmosfera. “O porte e padrão do laboratório deu-nos condições de atender indústrias de qualquer segmento”, destaca o coordenador, Glauber José Turolla Fernandes.

A classificação de resíduos sólidos busca identificar entre o  resíduo gerado pela indústria quais materiais são passíveis de compostagem, os que podem ser co-processados para retorno à indústria ou ser processados para um a segunda utilização e ainda aqueles que não são viáveis e é preciso inertizar. “São ações que permitem ao empresariado usar o mínimo de matéria-prima e não contaminar o meio ambiente”, afirma Neto. Nesse sentido, são desenvolvidos projetos como o de incineração à plasma, financiados pela Petrobras.

A emissão dos efluentes líquidos também passam pelo trabalho de classificação. A pesquisa também avalia a potabilidade de água e a capacidade de absorção dos  dejetos lançados em rios, lagoas, lagos. Esse trabalho é feito junto a termoelétricas do Estado, no Rio de Janeiro e

“Analisamos o potencial contaminante para verificar o que poderá ser reaproveitado e o que precisa ser de fato descartado, além de indicar a forma correta de descarte de modo a mitigar os impactos nocivos”, afirma Fernandes.

Uma parceria com instituições alemãs para a cooperação permite a transferência tecnológica e inovação com atividades direcionadas, principalmente, para a indústria química, de materiais e de energias renováveis, além de englobar ações voltadas para a preservação do meio ambiente.

Estudo monitora nível de contaminação do ar

Os processos industriais e de geração de energias, além dos gases que escapam dos veículos são responsáveis por disseminar alta carga de poluentes na atmosfera, tóxica à saúde humana e que traz danos ambientais. Para quantificar o nível de contaminação do ar, o CTGAS-ER faz a medição da qualidade do ar.

O  monitoramento iniciado há dois anos  é feito por equipamentos instalados na entrada do centro, na avenida Capitão-Mor Gouveia, em Lagoa Nova. A ideia, explica o coordenador do Laboratório de Química Ambiental, Glauber José Turolla Fernandes, é criar uma série histórica que sirva de parâmetro sobre o status do ar.

“Essa é uma iniciativa pioneira no Estado que nos permitirá analisar o material particulado e gases presentes no ar que respiramos aqui em Natal e observar se estamos dentro ou não dos padrões internacionais estabelecidos para a qualidade do ar”, afirma ele, sem mencionar os resultados já obtidos.
Outros projetos são desenvolvidos na área de geração de energia limpa, como a solar
Fernandes observa que  “por natureza”,  em Natal, a qualidade do ar é boa e com ventilação, mas está longe de ser considerada o melhor das Américas, como é tão difundido.

A qualidade do ar é produto da interação de um complexo conjunto de fatores, como a extensão das emissões, a topografia e as condições meteorológicas da região, favoráveis ou não à dispersão dos poluentes que se dá em função da direção de ventos e temperatura. “Estamos medindo, quantificando o impacto e para tirarmos  conclusões”, afirma.

No ano passado, também foram iniciados os testes no sistema para monitoramento de concentrações do gás de efeito estufa (CO2) e outros contaminantes, como óxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, monóxido de carbono e ozônio que são liberados para a atmosfera no entorno de usinas termelétricas.

As usinas são movidas por fontes variados, como gás natural, óleo combustível e diesel. O uso ineficiente dos combustíveis representa uma perda de recursos econômicos, que além de agredir o meio ambiente pelo aumento das emissões, priva os consumidores de uma fonte de energia mais limpa.

O diretor de tecnologia Pedro Neto esclarece que o mecanismo busca avaliar o desempenho dos modelos convencionais cujos custos e tempo de resposta são altos e com ganhos adicionais na interpretação e aquisição simultânea dos parâmetros de qualidade do ar.

Em parceria com o Sebrae, está sendo elaborado o atuando no mapeamento de cerâmicas. Um cadastramento de todas as unidades permitirá a caracterização do perfil da indústria ceramista no RN, quais as tecnologias usadas nos fornos, capacidade de produção, consumo energético, entre outros aspectos.

O monitoramento das emissões gasosas dos processos de combustão e da qualidade do ar é uma exigência dos órgãos ambientais, como  o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

Centro é referência na formação profissional

O Centro de Referência em Qualificação de mão de obra, em Petróleo, Gás e Energias Renováveis, em parceria com a Petrobras que funciona no CTGAS-ER oferece cursos desde a formação tecnológica, com cursos de qualificação profissional, aperfeiçoamento profissional e especializações em níveis técnicos e superior, demandadas pelo setor da indústria, sobretudo com o gama de parques contratados que se preparam para instalação. “É uma área nova e promissora que demanda qualificação de mão de obra e essa é nossa missão”, observa a coordenadora de educação Elenita Santos. Além do foco na formação técnica específica, ela ressalta  que todos os cursos contemplam as áreas  de segurança e meio ambiente.

O trabalho complementa o diretor de tecnologias, Pedro Neto, é no sentido de garantir profissionais habilitados  nas diversas atividades da industria de energias, sobretudo na  prospecção do recurso energético. Nesse sentido, o Centro atua em medir os ventos, fazer a modelagem matemática da energia e projetos conceituais.

“Acompanhamos cerca de 35 torres anemométricas, de medição de ventos,  em parques e mas com foco na  busca de bons lugares para a instalação de novos parques”, afirma. As torres são equipadas   com estações meteorológicas e demais dispositivos de aferição que permitir medir a quantidade de energia que poderá ser produzida, os potenciais, geoprocessamento e as áreas cartográficas para definir os bons locais e mapear restrições que possam existir sejas ambientais ou legais.

Na área de pesquisa aplicada, o desenvolvimento técnico de aerogeradores de grande portes, com ensaios, por meio de parcerias com fabricantes tem sido um novo desafio. O projeto busca  aprimorar equipamentos e validar  metodologias para avaliar os critérios de qualidade da energia elétrica produzida por aerogeradores, uma vez que a  viabilidade técnico-econômica da implantação de um parque eólico,  considera não só o potencial do vento da região, como também dos equipamentos usados.  “Não estamos inventando a roda, mas  agregando o conteúdo nacional”,  explica Pedro Neto. Os estudos testam a funcionalidade dos equipamentos em uso para adaptá-los as condições dos ventos locais, que são diferentes da realidade lá fora.

Outros projetos de pesquisas, na área de térmicas a gás avaliam o consumo do gás, além de treinar o pessoal para o uso racional. Em energia solar, há projetos para atuar na certificação de equipamentos fotovoltaicos, instalar um laboratório didático e para adquirir seis estações solarimétricas, que funcionam com a medição do recurso solar.

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