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PF prende ex-diretor da Petrobras e empreiteiros

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São Paulo e Brasília (AE) – Quatro presidentes de grandes empreiteiras, 15 executivos e um ex-diretor da Petrobras ligado ao PT tiveram prisões decretadas ontem em uma ação policial de proporções inéditas no País. Foi a sétima etapa da Operação Lava Jato, batizada de Juízo Final, cujo principal objetivo é buscar provas contra corruptores. Nove construtoras que estão entre as maiores doadoras de campanhas e concentram as obras públicas mais vultosas do Brasil tiveram suas sedes vasculhadas pela força-tarefa que apura desvios na Petrobras.
Documentos são apreendidos pelos policiais federais durante a Operação Juízo Final
O cartel de empresas sob suspeita amealhou, mediante fraudes e pagamento de propinas, o equivalente a R$ 59 bilhões em contratos na estatal petrolífera, segundo os investigadores. Os 36 investigados nessa fase da operação tiveram R$ 720 milhões em bens bloqueados. As suspeitas envolvem possíveis crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à lei de licitações e lavagem de dinheiro. As prisões dos presidentes das empreiteiras são temporárias, com duração de cinco dias, mas podem ser prorrogadas “por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade”.

Para cumprir os 85 mandados judiciais, foram mobilizados ontem 300 policiais federais, com o apoio de 50 servidores da Receita Federal, no Paraná, São Paulo, Rio, Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal. Entre os presos estão os presidentes da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, e da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa. Dalton Avancini, presidente da Camargo Correa, não havia sido preso ou se entregado até a conclusão desta edição. Valdir Carreiro, que comanda a Iesa Óleo e Gás, iria se entregar à noite.

Documentos
A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de dois executivos da Odebrecht. O Ministério Público pediu a prisão de Márcio Faria da Silva e Rogério Santos de Araújo. A Justiça não autorizou, segundo a Polícia Federal.

#SAIBAMAIS#O ex-diretor-presidente da construtora Queiroz Galvão, Ildefonso Colares, se entregou na superintendência da PF em Curitiba ontem, no final da tarde. A assessoria de imprensa da Queiroz informou que ele não trabalha para o grupo desde 2012. O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, que mora em Brasília, negociou com a PF se entregar em Curitiba até o fim da noite de ontem.

Envolvimentos
A prisão do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, antecipada pelo portal estadao.com.br, contudo, foi a que mais deixou Brasília apreensiva. Ele foi mantido na diretoria da Petrobras de 2004 a 2012. A indicação partiu de José Dirceu, condenado no mensalão – o ex-ministro nega ter feito a indicação O elo com o partido também seria o tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

O Ministério Público Federal, que integra a Operação Lava Jato, chegou a pedir a prisão da cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, o que foi negado pela Justiça.

Acusada de receber “quantias vultosas em espécie” do doleiro Alberto Youssef, um dos operadores do esquema, a pedido da empreiteira OAS, ela prestou depoimento em cumprimento a mandado de condução coercitiva.

O Ministério Público Federal acusa Renato Duque de receber propina em contas abertas em paraísos fiscais fora do País ou em dinheiro vivo. Os pagamentos seriam viabilizados pelo principal agente financeiro da organização investigada: Youssef.

O doleiro aceitou fazer a delação premiada em troca de redução de pena. Um dos operadores no esquema de corrupção da Petrobras Fernando Soares, o Fernando Baiano, também teve mandado de prisão expedido pela Justiça. Os policiais, entretanto, não encontraram Fernando Baiano até às 22 horas de ontem.

Juízo Final
Os envolvidos na operação

Prisão preventiva:
1. Eduardo Hermelino Leite, da Construtora Camargo Correa;
2. José Ricardo Nogueira Breghirolli, da OAS;
3. Agenor Franklin Magalhães Medeiros, da OAS;
4. Sergio Cunha Mendes, da Mendes Júnior;
5. Gerson de Mello Almada, da Engevix;
6. Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia.

Prisão temporária:
1) Dalton dos Santos Avancini, da Construtora Camargo Correa;
2) João Ricardo Auler, da Construtora Camargo Correa;
3) Mateus Coutinho de Sá Oliveira, da OAS;
4) Alexandre Portela Barbosa, da OAS;
5) José Aldemário Pinheiro Filho, da OAS
6) Ednaldo Alves da Silva, da UTC;
7) Carlos Eduardo Strauch Albero, da Engevix;
8) Newton Prado Júnior, da Engevix;
9) Otto Garrido Sparenberg, da IESA;
10)Valdir Lima Carreiro, da IESA;
11) Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC;
12) Walmir Pinheiro Santana, da UTC;
13) Othon Zanoide de Moraes Filho, da Queiroz Galvão;
14) Ildefonso Colares Filho, da Queiroz Galvão;
15) Jayme Alves de Oliveira Filho, subordinado de Alberto Youssef;
16) Adarico Negromonte Filho, subordinado de Alberto Youssef;
17) Carlos Alberto da Costa Siva, emissário das empreiteiras;
18) Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobras;
19) Fernando Antonio Falcão Soares, lobista

Investigados que sofreram bloqueios bancários:
1) Eduardo Hermelino Leite
2) Dalton dos Santos Avancini
3) João Ricardo Auler
4) José Ricardo Nogueira Breghirolli
5) José Aldemário Pinheiro Filho
6) Agenor Franklin Magalhaes Medeiros
7) Ricardo Ribeiro Pessoa
8) Walmir Pinheiro Santana
9) Sérgio Cunha Mendes
10) Gerson de Mello Almada
11) Othon Zanoide de Moraes Filho
12) Ildefonso Colares Filho
13) Valdir Lima Carreiro
14) Erton Medeiros Fonseca
15) Fernando Antonio Falcão Soares
16) Renato de Souza Duque

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