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Pink Floyd em novo prisma

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Yuno Silva
repórter

Os mais ortodoxos certamente irão torcer o nariz, já os fãs mais curiosos vão se deleitar com “Uma Pinkfloydiana Experiência”, projeto musical do artista plástico Jayr Peny e do professor Domingos Sávio que ganha o palco do Teatro de Cultura Popular nesta quinta-feira, às 20h, com releituras para músicas da lendária Pink Floyd, banda britânica de rock progressivo que, por sinal, retomou suas atividades este ano após um intervalo de 18 anos. O show marca o lançamento de CD homônimo, e os ingressos custam R$ 15 (incluindo o disco).
Radicado em Portugal, Jayr Peny é artista plástico e compositor. A ideia de criar “Pinkfloydiana”, em parceria com Domingos Sávio, estava latente há décadas
Antes, é importante que se diga que a dupla não faz covers nem versões, Jayr e Domingos criaram letras em português e imprimiram personalidade própria em onze composições pinçadas de quatro álbuns clássicos: “Atom Heart Mother”, de 1970, aquele com uma vaca na capa; “The Dark Side Of The Moon” (1973), o preto com um prisma; “Wish You Were Here” (1975) aquele do aperto de mão fumegante; e, claro, o antológico “The Wall” (1979).

“Fizemos releituras com uma identidade nossa, as letras não são versões e sim adaptações que preservam o espírito da canção original. Fazer cover seria fácil demais, seria só mais um”, disse Domingos Sávio por telefone a reportagem do VIVER, que recebeu o disco e não ouviu nenhuma heresia – pelo contrário, o disco surpreende por não ser óbvio e em português. “No show seremos três guitarras, com todos aqueles efeitos espaciais característicos do Pink Floyd, três vozes, mais baixo, bateria e piano”, adiantou Domingos.

No palco, além dele e do parceiro, também embarcam na Experiência Silvano Maia, Helena May, Billy e Moisés Dantas. Vale registrar que o artista plástico natalense Jayr Peny, cujas pinceladas bebem na fonte do Cubismo de Pablo Picasso e do Surrealismo de Salvador Dalí, vive em Portugal desde o século passado.

A relação de Domingos e Jayr com a sonoridade da banda inglesa é antiga, e a ideia de fazer algo em cima do trabalho ‘pinkfloydiano’ passou quase 30 anos latente – a dupla se conhece desde a adolescência. “O som inovador do Pink Floyd estava atrelado a postura engajada de seus integrantes, na época vivíamos o período da ditadura Militar, e o rock progressivo se misturava aos discos de Gil, Caetano, Chico, Gal”, recorda Sávio, explicando que o estopim para a retomada dessa vontade antiga foi o pedido de um amigo carioca, o músico e produtor musical Márcio Nigro, que queria versão para uma letra.

“O plano era que essa gravação entrasse no disco de uma cantora que ele estava produzindo por lá. A música (‘Wish you were here’) chegou a ser montada, mas acabou não entrando no repertório. Só que quando ouvimos a faixa pronta bateu aquela empolgação e a chama reacendeu”.

Foi Márcio Nigro, também empolgado com o projeto e igualmente fã dos britânicos, quem fez os arranjos, elaborou as camadas de efeitos e gravou baixo, guitarra e teclado. O disco também traz o violão do cantor e compositor catarinense Carlos Careqa. “Ele (Nigro) virou uma espécie de coautor, incorporou totalmente o espírito do trabalho”, disse Domingos Sávio, professor da rede pública de ensino que tem a música como paixão e não como profissão.

Por enquanto, apenas este show de hoje está marcado, mas a dupla, auxiliada pelo produtor Nelson Rebouças, negociam outras datas ainda para setembro, antes do retorno de Peny para Portugal no final do mês – o artista plástico retorna ao Brasil só em março. * Colaborou Cinthia Lopes (editora).

Parceria virtual virou disco
No encarte do CD “Uma Pinkfloydiana Experiência”, o músico e produtor musical Márcio Nigro comenta como embarcou no projeto de Jayr Peny e Domingos Sávio: “É curioso. Posso dizer que conheço bem Jayr Peny, mas apenas musicalmente, já que nunca o encontrei pessoalmente. Em meados de 2013, recebi um e-mail dele elogiando a produção que fiz para o disco ‘Made in China’ (de Carlos Careqa) e que adoraria que eu produzisse algumas de suas músicas. Até que um dia ele propôs ‘ajeitar’ algumas faixas desse projeto do Pink Floyd. À medida que avancei nos arranjos complementares, achei que que valia ir mais longe. O resultado foi uma grata surpresa”.

O que
O projeto “Uma Pinkfloydiana Experiência” foi idealizado pelo professor Domingos Sávio e pelo artista plástico Jayr Peny, há mais de 20 anos. A dupla fez questão de passar longe do cover e das versões, criando letras em português que mantiveram e essência dos arranjos da banda inglesa.

Serviço
Show do disco “Uma Pinkfloydiana Experiência”. Hoje, às 20h, no Teatro de Cultura Popular/FJA – Rua Jundiaí, 641, Tirol. Ingressos à venda no local por R$ 15 (incluindo o CD).

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