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Planejamento e recursos impulsionam qualidade

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Eleita a melhor universidade do Norte-nordeste do país por dois triênios consecutivos – 2011  e 2014 –  a Universidade Federal do Rio Grande do Norte é hoje considerada referência no ensino superior nacional. Para chegar até o posto, segundo a própria instituição, foram necessários dois ingredientes: planejamento e recursos. O investimento advindo do  Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) proporcionou a abertura de 2.900 vagas somente nos últimos seis anos. Mas a expansão continua: para atingir a meta de 50% dos jovens potiguares no ensino superior, estabelecida pelo Plano Nacional de Educação, a UFRN planeja a criação de 2.635 novas vagas até 2017.

O projeto para a nova expansão já existe. Documento elaborado em 2013 pela instituição em conjunto com Universidades Federal do Semiárido (Ufersa), Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) e Institutos Federais do RN (IFRN) e entregue ao Ministério da Educação (MEC) prevê a expansão do ensino superior público no estado, com a abertura de novos cursos, reestruturação dos campi e pólos do interior. Somente na UFRN possui 55 proposições para reestruturação de grade curricular e criação de novas graduações. Um deles já sairá do papel em 2015: a primeira turma para o curso de Psicologia no campus da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa), em Santa Cruz.

De acordo com a reitora da UFRN, o plano integra a expansão das universidades para evitar a superposição.  “Nós elaboramos um plano com outras instituições para que possamos levar o ensino para o interior do estado sem superpor esforços, recursos para os mesmos cursos nas mesmas regiões”, explica.
Nos últimos seis anos, a UFRN abriu 2.900 novas vagas em diversos cursos oferecidos; outras 2.635 serão criadas até 2017
Os primeiros investimentos na ampliação a UFRN tiveram início em meados de 2002, com a instalação de novos cursos e início da reestruturação do campus Trairi, ou Faculdade de Saúde do Semiárido (Facisa). Entretanto, somente com a pactuação do Reuni, em 2007, foi possível expandir a infraestrutura da universidade. A UFRN recebeu R$ 119 milhões em capital de investimento (primeira e segunda etapa) e R$ 68 milhões para custeio. Entre 2007 e 2012, foram criadas 2.929 novas vagas dentro da universidade; 31 novos cursos; além da construção e ampliação de unidades acadêmicas, com mais de 50 mil metros quadrados de área construída nos últimos seis anos.

Para a consolidação do crescimento dos últimos anos, a universidade pleiteia um investimento de R$ 360 milhões, segundo a Pró-reitoria de Planejamento (Proplan). Nesta nova fase, o foco é na intensificação da presença e na ampliação da oferta de graduação presencial nas regiões do Seridó (campus Caicó e Currais Novos), Trairi (campus Santa Cruz) e Macaíba; reabertura dos campi de Macau (litoral norte) e Nova Cruz (ao sul do Agreste) e a ampliação da oferta de vagas em cursos já consolidados no campus central (Natal), e que não participaram do Reuni.

Segundo a reitora Ângela Paiva Cruz, essa nova expansão só acontecerá com a garantia de recursos necessários para manter a qualidade da UFRN. “Existe a prospecção para cursos, mas eles só vão ser implementados com pactuação (com o MEC) garantindo que haverá dotação orçamentária”, advertiu.

Meta

A interiorização do ensino superior seria o foco da nova expansão: até 2017, o plano prevê a criação de 1.450 novas vagas nos campi do interior. A proposta principal é de abertura de cursos de alta demanda, como um bacharelado de Ciência e Tecnologia (C&T), com segundo ciclo em engenharia espacial e de transportes  no campus Caicó e cursos na área de políticas públicas para a região do Seridó.

O programa apresentado ao MEC também traz projetos de expansão da Ufersa – que pretende consolidar a atuação na região do Vale do Açu, com abertura de pelo menos 16 cursos, prioritariamente nas áreas de ciências da saúde e ciências sociais aplicadas. Já o IFRN tem 22 dois novos cursos em análise, que previam a abertura de 1.760 anuais, sendo 640 em Licenciaturas ou Bacharelados e 1.120 de graduação tecnológica. O IFRN ainda estuda a criação de dois novos cursos de graduação a distância: os de Tecnologia em Logística e o Bacharelado em Gestão Pública, este já oferecido pela UFRN.

Desafio: expandir sem perder a qualidade

Segundo o pró-reitor de planejamento da universidade, João Emanuel Evangelista de Oliveira, o desafio maior era expandir sem perder a qualidade. No Plano de Desenvolvimento Institucional aprovado em 2010 pela universidade, tomou-se como base o crescimento da última década. Entre 1999 e 2009, a universidade saiu de 15 mil para quase 30 mil alunos de graduação.

Para Evangelista, um dos fatores que levou a consolidação da universidade foi a manutenção de um mesmo grupo à frente da universidade nesse período. “Começamos a investir no planejamento da universidade, mas outro fator que ajudou foi a continuidade das políticas. Desde 1995 não temos um grupo de oposição que ganha. O grupo que hoje está à frente da universidade é o mesmo, mas está sempre se modernizando. Então não há ruptura, quebra de planos de governo. A política geral da universidade foi de se renovar mantendo a mesma diretriz, então você pôde fazer um planejamento e avaliação a longo prazo”, salientou.

Em 2014, o PDI vai passar pelo processo de revisão de qüinquênio, no qual a universidade avalia se as políticas adotadas ajudaram a cumprir as metas. Até agora, oito metas foram cumpridas, como a criação de novos cursos e expansão dos grupos e projetos de pesquisa; alguns índices, como a meta de 43 mil alunos matriculados (hoje são 36 mil) e a criação de novos cursos de doutorado (a meta eram 50, hoje são 33)  ainda precisarão ser revistas.

Nesse ínterim, a injeção dos recursos do Reuni também propiciou a expansão física da universidade, criando a infraestrutura necessária para a criação de novas vagas. Segundo a professora Virgínia Dantas, coordenadora acadêmica do Reuni, R$ 119 milhões foram investidos em obras nos campi universitários.

De acordo com relatório  de implantação do Reuni, atualizado em agosto, 38 obras do programa de reestruturação já haviam sido concluídas, e outras dez estavam em fase de conclusão. “Ainda não está tudo concluído. Há um planejamento para consolidar essa política, principalmente no interior que há muita falta de espaço”, afirmou.

Para o pró-reitor João Emanuel Evangelista, o Reuni foi benéfico para a universidade, mas a dividiu em duas. “O Reuni criou duas universidades. Quem não entrou no Reuni não teve dinheiro para fazer investimentos”, apontou. Hoje, a UFRN pleiteia, assim como a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) recursos para a consolidação do crescimento – ou seja, para modernizar os cursos que não passaram pela primeira fase de reestruturação.

Cronologia

25 de junho de 1958 – O então governador Dinarte Mariz sanciona a Lei Estadual nº 2.307, criando a UFRN – reunindo cinco instituições de ensino superior que já existiam: Faculdades de Farmácia e Odontologia, Direito, Medicina, Filosofia e a Escola de Serviço Social;

21 de março de 1959 – Solenidade de instalação da universidade. Onofre Lopes é escolhido o primeiro reitor;

18 de dezembro de 1960 – a universidade é federalizada;

2 de agosto de 1966 – É criado o Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária (Crutac), em Santa Cruz, cujo objetivo era interiorizar a UFRN;

1968 – Com a reforma universitária, o fim das faculdades e divisão por departamentos;

1972 – É inaugurado o Campus Central, com 123 hectares;

1972 – O Campus Central recebe a TV Universitária, primeira geradora do RN;

4 de outubro de 1973 – É criado o Núcleo Avançado de Caicó;

1974 – Estrutura da UFRN é modificada pelo Decreto nº 74.211. São criados os Conselhos Universitário (Consuni), de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), de Curadores (Concura) e a Reitoria;

3 de junho de 1977 – É criado o primeiro programa de doutorado da universidade, em Odontologia Social;

21 de dezembro de 1977 – É criado o Núcleo Avançado de Currais Novos;

1987 – Daladier da Cunha Lima é o primeiro reitor a ser eleito democraticamente;

1988 – UFRN realiza primeiro Congresso de Iniciação Científica;

1993 – O Centro Regional de Ensino Superior do Seridó (Ceres) passa a integrar os campi de Caicó e Currais Novos;

21 de dezembro de 1993 – É criado o primeiro curso de doutorado da universidade, em Educação;

1996 – Estatuto da universidade é reformado e estabelece a estrutura em vigor, acrescentando o Conselho de Administração (Consad) e criando, na estrutura acadêmica, as unidades acadêmicas especializadas e os núcleos de estudos interdisciplinares;

2003 – É criada a Secretaria de Ensino a Distância (Sedis);

2007 – A universidade adere ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni);

27 de maio de 2008 – É criado o primeiro curso em ciclos da UFRN, o bacharelado em Ciência e Tecnologia;

2009 – É inaugurada a nova sede da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa), com abertura dos cursos de Nutrição e Fisioterapia;

2011 – É criado o Instituto Metrópole Digital (IMD).

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