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PM é acusado de homicídio

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O Policial Militar Wendel Fagner Cortez de Almeida, 33 anos, voltou para o quartel e, mais uma vez, foi como detento. Preso na manhã de ontem, por força de um mandado de prisão expedido pela Comarca de Nísia Floresta, na Grande Natal, o PM Wendel volta para a prisão depois de dois dias de liberdade. Antes, ele já havia passado 67 dias presos por envolvimento na tentativa de homicídio contra o pedreiro Jackson Michel da Silva, de 21 anos.

O policial militar Wendel Fagner Cortez voltou a ser presoLotado no 4º Batalhão de Polícia Militar, na zona norte de Natal, Wendel foi preso quando iria se apresentar ao seu batalhão. Desta vez, o soldado da PM é acusado de participação em uma assassinato ocorrido no dia 12 de dezembro de 2009, que teve como vítima a aposentada Maria do Carmo Bay dos Santos, 62, morta às 21h30, na porta de casa, na Travessa Quimanbú, em Monte Alegre.

Segundo o inquérito do caso, Maria do Carmo Bay foi surpreendida por três homens que chegaram ao local em um carro azul e em um Gol preto. O grupo, que usava roupas militares, coturnos e cinturão tático com coldre para a arma, abordou a aposentada, que era dona de um bar, para saber do paradeiro do sobrinho dela, que tinha passagem por tráfico na zona norte de Natal. Maria do Carmo negou ser tia do rapaz, mas foi atingida por três tiros – na cabeça e ombro. Quando caiu no chão, foi baleada mais três vezes.

Segundo a investigação, Wendel teria sido reconhecido por duas testemunhas como participante do assassinato após sua foto ter sido divulgada em um jornal local, quando da sua última prisão.  Depois, a polícia intensificou as diligências e acabou localizando duas testemunhas que reconheceram o PM, inclusive, uma que disse ter ficado a poucos metros da execução e ter presenciado o crime. Um Gol preto, semelhante ao que foi falado pelas testemunhas, também foi encontrado com o PM na primeira vez que ele foi detido. 

Acusado é suspeito de ter cometido outros crimes

Indiciado na terça-feira 8, por tentativa de homicídio contra o pedreiro Jackson Michel no dia 5 de março deste ano, o PM Wendel Fagner Cortez foi soltou na tarde de terça-feira, dia da estreia do Brasil na Copa do Mundo de 2010. O policial havia sido favorecido por um alvará de soltura conseguido pela advogada dele, Cátia Nunes. “Além de já ter extrapolado o prazo de 60 dias, ele não tem porque continuar preso. Já foi dito que ele não teve nada a ver com a morte de Francisca Lúcia, não haveria porque ele continuar preso”, explicou a advogada Cátia Nunes.

Apesar de ter ganhado a liberdade, o PM Wendel pode voltar para a prisão muito em breve. Isso porque o delegado Ronaldo Gomes, titular da Divisão Especializada no Combate ao Crime Organizado (Deicor), já enviou para a 3ª Vara Criminal da Zona Norte o pedido de prisão preventiva pela tentativa de homicídio contra Jackson Michel. O inquérito sobre esse caso já foi concluído e também enviado à Justiça.

“É importante explicar que se tratam de três inquéritos diferentes. Wendel estava preso devido a um mandado de prisão temporária pelo homicídio da doméstica Francisca Lúcia Lopes Dantas (30) e esse que foi revogado. No entanto, Wendel foi indiciado pela tentativa de homicídio contra Jackson Michel e já pedimos a prisão preventiva dele por isso. O pedido ainda está sendo analisado pela Justiça”, explicou o delegado.

O terceiro inquérito que Ronaldo Gomes se refere, assim como o sobre a tentativa de homicídio, também já foi concluído e enviado para à Justiça. Ele contém a investigação sobre a morte do PM José Nelson Fernandes. Nesse caso, Jackson Michel, vítima no outro inquérito, foi indiciado por homicídio.

“A investigação sobre a morte de Francisca Lúcia continua e tem como suspeitos o PM Wendel e o agente penitenciário Jackson Souza Alves. No entanto, ainda não foi confirmada a participação dos dois no crime e, por isso, eles foram liberados”, justificou Ronaldo Gomes.

Sobre as investigações e essa nova prisão, Wendel afirmou que está sendo vítima de uma perseguição da Polícia Civil. “Estou sendo perseguido pela Deicor e pelo delegado Ronaldo Gomes”, acusou em entrevista exclusiva a TRIBUNA DO NORTE antes de ser encaminhado para o quartel do Bope. Para o delegado, o que está acontecendo é um trabalho sério. “Estamos fazendo uma investigação correta e identificando os possíveis suspeitos dos crimes”, explicou o delegado.

No inquérito sobre a tentativa de homicídio de Jackson Michel, além de Wendel, foram indiciados os também PMs Rafael de Souza, que já está preso, Marcos Antônio da Silva e Cristiano Tavares da Rocha, que continuam em liberdade. “Não fizemos o pedido de prisão preventiva destes dois. Vai depender da Promotoria Criminal se vão ou não ser presos”, contou o delegado.

Rafael de Souza continua preso. Ele, além de ter sido indiciado pela tentativa de homicídio, “ganhou” mais um mandado de prisão na última terça-feira, ao ser acusado de, junto com o soldado da PM Rosivaldo Azevedo Maciel Fernandes, participar do duplo homicídio registrado em Extremoz, na Grande Natal, no dia 31 de dezembro de 2008. As vítimas foram o guia turístico Amaury José da Silva Nascimento, 31 anos, e a dona-de-casa Dione Torres da Penha, a “Pretinha”, de 21 anos. Além disso, Rafael responde também a um processo movido pela ex-mulher, referente à agressão (Lei Maria da Penha).

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