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Poesia audiovisual de Nina Rizzi

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Yuno Silva – Repórter

Era uma vez dois poetas, um homem e uma mulher, geograficamente separados por mais de 500 quilômetros e unidos através da arte da palavra. Em três anos, nunca se encontraram pessoalmente, mas, de verso em verso, estreitaram laços e a amizade acabou florescendo, se tornando algo real dentro da virtualidade dos contatos nesses tempos ‘internéticos’. De um lado o potiguar Carito Cavalcanti, do outro Nina Rizzi, paulista radicada em Fortaleza, no meio a poesia e a recente produção audiovisual “Noturnos”, curta-metragem de ficção dirigido por Carito e Joca Soares inspirado em poemas de Nina, que faz a narração.
A paulistana Nina Rizzi lança novo livro e vídeo em Angola, na Bienal Internacional de Poesia de Luanda
Lançado na última sexta-feira (9) como avant-premiére no canal (youtube.com/caritoarte1), o curta de quase quatro minutos estreia oficialmente no próximo dia 21 de março, em Angola, durante Bienal Internacional de Poesia em Luanda, onde Nina participa do debate “Poesia? A eterna aventura literária”. O filme foi encomendado especialmente para a ocasião: “Sempre levo algo diferente para esses eventos literários, já apresentei performances e dessa vez achei que seria interessante levar um vídeo. Como Carito já havia feito outro curta baseado em poemas meus (‘Platonismo em linha reta’), lancei a proposta em janeiro e ele aceitou”, informou Nina por telefone de Fortaleza ao VIVER.

Nina enviou uma cópia do livro “Tambores pra N’zinga”, a ser lançado na capital cearense no próximo dia 17 de março, e Carito costurou fragmentos de poesias ‘noturnas’. “Ele conseguiu traduzir na tela a essência, os sentimentos impregnados. Digo que sou todas as mulheres do filme e todas elas me são”, disse a poeta, enfatizando o fato da qualidade do resultado: “Percebo o ar cosmopolita, universal, me agradou muito. Fiz questão de deixá-lo livre para criar.”

Carito lembra que tudo começou “um lendo os textos do outro pela internet, até que começamos a trocar figurinhas”, recorda o potiguar, também músico da dupla Os Poetas Elétricos. Para Cavalcanti, a liberdade criativa foi fundamental para conferir autonomia ao filme. “Ela não sabia de nada até a hora de gravar a narração.”
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Carito, que tratou logo de compartilhar o projeto com Joca Soares, a enxerga a câmera como a “poesia de Nina Rizzi passeando por Natal e dividindo experiências através das mulheres” que participam da produção. “Tínhamos uma programação, o roteiro sugeriu o norte das gravações, mas fizemos questão de deixar brechas para que o próprio processo pudesse interferir, fluir, transcender.”

Nessa mesma vibração, a trilha sonora também foi concebida dentro de um contexto de acasos: Carito ouviu uma música de Paolo “Bugs” Bruno produzida com aplicativos do iPhone, juntou com as percussões de Sami Tarik e Dudu Campos. “Tudo se encaixou naturalmente e a trilha identificou o clima ‘tribos urbanas’ do filme”, disse Carito. “Noturnos” conta com participações de Michelle Régis, Monique Moura, Renata Marques, Civone Medeiros, Tassia Consolin, Cia. Shaman Tribal, Adélia Danielli e Joane Luiza. A produção recebeu apoio do Ícone Studio e Mudernage, e a realização ficou por conta da Praieira Filmes.

POEMAS

“Noturno da rua Capitu”

…É suficiente eu lhe dar uma outra, ideia, / pra me ir ao chão. // Basta eu sangrar, ler um ou dois poemas, / pra ficar mais funda a solidão.

“Noturno da rua da Glória”

Há centenas de esquinas esperando / prontas pra ouvir – te amo. // Mas ele, não mais, nunca mais / me
diz – puta.

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