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Polícia da PB prende suspeitos de assalto

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A polícia da Paraíba prendeu na noite de quinta-feira (2) cinco homens suspeitos de integrarem uma quadrilha que assaltou bancos no Rio Grande do Norte. As prisões foram feitas por agentes do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil paraibana, na cidade de Mata Redonda. O grupo é suspeito de participar dos assaltos a agências do Banco do Brasil nas cidades de Monte Alegre e Goianinha, no estado potiguar.

As prisões dos cinco homens acusados de assaltar agências bancárias do Rio Grande do Norte (Monte Alegre e Goianinha) foram feitas por agentes do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil da ParaíbaJosé Renato do Nascimento Silva, Dario da Silva Ferreira, Milton Carlos Cândido da Silva, Rafael da Silva Santos e Manassés Teixeira de Lima foram presos quando fugiam em direção ao interior paraibano. A polícia não informou se houve apreensões de armas ou dinheiro com o grupo.

Todos os presos foram levados para a carceragem da sede da Central de Polícia, em João Pessoa. Ainda hoje, o grupo será levado para a sede da Secretaria de Segurança e Defesa Social do Estado (SEDS) onde os seus integrantes serão ouvidos pelo delegado Walber Virgulino, responsável pela operação. Depois, o grupo será entregue à polícia do Rio Grande do Norte.

Bate-papo

Rogério Holanda » gerente do BB

“A segurança é precária nessa região”

Fred Carvalho – TN On Line

O gerente de negócios da agência do Banco do Brasil em São Miguel, Rogério Holanda, relatou com exclusividade ao portal da TRIBUNA DO NORTE On-Line os momentos em que ele e a família foram mantidos reféns por uma quadrilha entre a noite da quarta (1º) e a manhã da quinta-feira (2). Rogério contou que os filhos (um menino de 9 anos e uma adolescente de 13 anos) foram amarrados e deixados em um banheiro que fica nos fundos de uma casa abandonada na zona rural do município. O gerente lamentou a insegurança no interior do Estado.

O que foi que aconteceu na noite de quarta-feira passada?

Eu estive num jantar até mais ou menos 21h com os colegas de banco na AABB e de lá me dirigi pra casa juntamente com minha esposa e meus filhos, um de 9 anos de idade e a menina de 13 anos. E quando na entrada de casa, na garagem,  fui abordado por dois elementos armados de pistola que me levaram para o interior da minha residência e lá permaneceram até às 4h. Eles levaram meus filhos e veio mais dois ou três componentes do bando. Permanecemos aqui. Levaram as crianças para um lugar desconhecido com ameaças de morte e praticamente um plano de assalto para subtrair valores da agência do banco no intuito de entre 10h e 11h libertariam meus filhos se tudo desse certo. Caso contrário, eu poderia esquecê-los. Então depois de todo esse acontecimento, eles abandonaram meus filhos a quase 20 e poucos quilômetros daqui acorrentados e presos num banheiro por trás de uma casa abandonada. A minha filha conseguiu, através de muito esforço e com um pedaço de telha, soltar uma das correntes. E juntamente com esse meu filho chegaram até à margem da rodovia que liga São Miguel a Pau dos Ferros. Daí eles, com muito esforço, andando praticamente com os pés calejados e castigados, pediram ajuda a um carro de transporte de passageiros. Um dos passageiros achou muito parecido com o que tava acontecendo aqui. Era já 13h. Voltaram no carro e quando chegamos lá realmente eram meus filhos chorando muito, amedrontados. Ela com ferimentos nas mãos e nos braços em consequência da luta dela para sair do cativeiro. E quando chegaram num telefone público ligaram para mim. Eu muito chocado e a mãe também, porque ela também tinha ido mas foi libertada em outro local logo depois.

Rogério, então a quadrilha era formada por quatro ou cinco homens, certo?

Eram cinco os que participaram diretamente, os que nós tivemos contato direto. Mas durante a madrugada toda que a gente ficou sob a mira de pistolas tinha muitas ligações telefônicas pra eles. E segundo informações deles só de São Miguel aqui eles tinham em torno de 12 homens. Eu já tenho informações também de que tinha gente fora da agência monitorando a entrada e saída dos funcionários. Mas ficou claro que tinha a participação de mais de cinco elementos devido a esses contatos telefônicos que eles tiveram no decorrer da noite na minha residência.

Eles usavam capuzes? E que tipo de armamento?

O que eles utilizaram aqui foram pistolas. Segundo eles, tinham outros com fuzil. Mas aqui em casa e dentro do banco usaram pistolas. E não usavam capuzes não.

Você consegue identificar o sotaque deles, se eram pessoas do Ceará, de Pernambuco ou da Paraíba?

O sotaque é de pessoas aqui da região, do Ceará ou do Rio Grande do Norte mesmo. A não ser que tivesse fora, mas as pessoas que nós tivemos contato são do Ceará ou do Rio Grande do Norte.

Qual foi o valor sacado da agência do Banco do Brasil de São Miguel?

O valor eu não sei porque eu não tive  participação direta, não fui eu que entrei com eles no caixa eletrônico. E o pessoal da área de segurança da Superintendência ainda está na agência para fazer esse levantamento e só eles mesmos é que vão poder dar essa informação.

A polícia participou de algum resgate ou então auxiliou vocês durante o crime?

A polícia nos deu um apoio muito grande no caso. Antes, eles não puderam fazer nada porque após eles saírem do banco, mais de uma hora depois, foi que eu pedi para acionar a polícia por uma questão de meus filhos estarem em poder deles. Logo que foi acionada a polícia tanto do Rio Grande do Norte, como do Ceará eles vasculharam a região todinha, deram um apoio muito grande aqui em São Miguel. Esse apoio foi muito importante. Infelizmente fica muito difícil porque mais de uma hora depois fica difícil.

Houve agressão física durante o tempo em que vocês ficaram reféns?

Não. Pelo menos os que vieram negociar com a gente aqui em casa não houve nenhum tipo de agressão. Agora houve agressão psicológica porque  em todo momento havia ameaça e deixavam bem claro que o grupo que estava em poder de meus filhos era violento.

Como você avalia a segurança pública após ser vítima desse crime?

A segurança em si, a gente vê uma boa vontade. Mas é muito precária nessa região. Eu gostaria até mesmo de fazer um apelo aos políticos nessa época de campanha que eles reforçassem mais a segurança. A gente sabe que a fragilidade é muito grande. Eu vejo uma quantidade muito pequena de policiais, com a quantidade deficiente de armamento. Mas, eles estão aqui enfrentando alguma coisa, correndo riscos mais que a gente que trabalha em agência bancária, casa lotérica ou dos Correios, que são alvo muito fácil desses bandidos.

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